Histórias de Aleister Crowley
Este é o desenho da cabra sabática, que Eliphas Lévi identificava como Baphomet, ídolo adorado pelos templários medievais, honrado em lojas maçônicas e título assumido por Aleister Crowley quando assumiu o ramo britânico da OTO. Manly P. Hall, maçom, identifica claramente o Baphomet com o "Bode de Mendes" satânico, provavelmente a mais bem conhecida representação de Lúcifer em todo o ocultismo. Este falso deus é adorado hoje em conciliábulos de todo o mundo e pode ser um dos ídolos mais antigos da história!Para leitura:
2 Pedro 2.1-4
1 - E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
2 - E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade;
3 - e, por avareza, farão de vós negócios com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.
4 - Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo.
1 Timóteo 6.3-5
3 - Se alguém ensina outra doutrina e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade,
4 - É soberbo e nada sabe, mas delira acêrca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas,
5 - Contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho. Apartai-te dos tais.
2 Timóteo 4.3-5
3 - Porque virá o tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;
4 - E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
5 - Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.
Deuteronômio 18.9-14
9 - Quando entrares na terra que o SENHOR, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações.
10 - Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro,
11 - nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos,
12 - pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR, teu Deus, as lança fora de diante de ti.
13 - Perfeito serás, como o SENHOR, teu Deus.
14 - Por estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR, teu Deus, não permitiu tal coisa.
Mateus 24.3-8
3 - E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se os discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?
4 - E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane,
5 - porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.
6 - E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.
7 - Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.
8 - Mas todas essas coisas são o princípio das dores.
1) Allan Bennett (1872-1923), foi o mais notável dos membros subalternos de S.L.MacGregor Mathers na Ordem do Amanhecer Dourado, e foi quem instruiu Aleister Crowley nas artes mágicas.2) O pentagrama, segundo a ordem do Amanhecer Dourado (F.I. Regardie, The Golden Dawn, 1937-1940).
3) O hexagrama, segundo a ordem do Amanhecer Dourado (F.I. Regardie, The Golden Dawn, 1937-1940).
Leila Waddell (foto ao lado, conhecida como a 'mãe do céu', com a Marca da Besta no peito, 1912), mulher de origem maori, foi a primeira companheira de Aleister Crowley na magia sexual do Nono Grau na Ordem dos Templários Orientais. Era violinista profissional e Crowley utilizou com grande efeito o seu violino nos seus 'ritos de Elêusis', uma série de invocações aos 'deuses' que dirigiu no Caxton Hall de Londres. A maioria dos assistentes a ditas cerimônias pareceu desfrutar das mesmas, embora fossem muito atacadas e descritas como indecentes em uma publicação intitulada The Looking Glass. Será realmente que isto foi mais uma 'brincadeira' de Crowley...
Mas afinal, como muitos já me perguntara, quem é Aleister Crowley... as respostas foram colocadas em um artigo dia 15/02/03, intitulado 'O homem e a besta', mas escreverei uma parte do texto para o leitor se situar...
O homem e a besta
Naturalmente todo o mundo ouviu falar de Aleister Crowley. Foi satanista, pornógrafo autor de livros como o Manchas Brancas, traidor da sua pátria durante a guerra de 1914-1918, isaciável atleta bissexual, proxeneta que vivia dos lucros imorais de suas mulheres e toxicômano que consumia cada dia uma quantidade de heroína capaz de matar uma dúzia de pessoa.
Talvez fossem os aspectos 'românticos' da tradição mágica os que impulsionaram Raoul Loveday (foto de baixo, à esquerda) a se converter em discípulo de Crowley e se instalar na abadia de Thelema. Apesar do 'gênio mágico' que Crowley vislumbrou em Loveday, seu aprendizado na abadia foi curto, pois morreu de infecção intestinal ao beber água contaminada...será mesmo?
Crowley surpreendeu os sicilianos oficiando no funeral de Loveday com vestimentas brancas de mago, semelhantes as das fotos ao lado.
Figuras de cima, à esquerda e à direita: Aleister Crowley (1875-1947), com suas vestimentas de mago antes de 1914.
Figura de baixo, à esquerda: Raoul Loveday, que faleceu na abadia de Thelema em 1918.
Figura de baixo, à direita: Dion Fortune (1891-1946), contemporânea de Crowley, admirava-o por sua erudição, apesar de Crowley praticar magia negra.
Crowley era capaz de fazer grandes favores sem esperar nenhum tipo de recompensa (?), econômica ou de outras classe; foi um pintor expressionista tecnicamente incompetente, cujas obras atraíram muita atenção quando se expuseram na Berlim anterior a Hitler. Foi o autor de um sistema ocultista de tipo eclético, que tentou difundir em escritos e cuja lucidez, ingênio e força intelectual despertaram admiração naqueles que se incomodaram em lê-los, o qual não é tarefa fácil, pois grande parte da obra de Crowley parece incompreensível para quem não conhece a versão da Cabala segundo a Golden Dawn e certos acontecimentos importantes da vida do autor. Crowley combinou quatro componentes fundamentais em seu sistema de ocultismo, ao que , terminado em "k", para diferenciá-lo dos outros sistemas mágicos.
O primeiro de ditos componentes era a magia da Golden Dawn, que Crowley aceitava completamente; tinha se iniciado na ordem em 1898 e em 1900 já era adepto menor.
O segundo componente foi a ioga e outras práticas ocultas orientais que Crowley tinha aprendido no Ceilão, na Índia e na China.
O terceiro foi a magia sexual da Ordem dos Templários Orientais (OTO), fraternidade iniciática de origem alemã cujas instruções para magnetizar a imagem de um falo pode ser descrita por exemplo em seu sétimo grau ou , em que se recomenda ao iniciado que . E que o cavaleiro realizasse .
Esta magia sexual pretendia transformar o orgasmo em uma experiência sobrenatural. A origem exata destes não é muito clara mas é inquestionável que não possuem nenhuma conexão com os cavaleiros templários originais, apesar das pretensões de alguns destes ocultistas alemães. Sua doutrina é basicamente oriental, derivada talvez de uma mistura de alguma seita sufi heterodoxa e alguma escola tântrica bengali.
Crowley entrou para a OTO em 1910, e em 1912 foi nomeado chefe do seu ramo britânico, . O pervertido Crowley tomou para si o nome Baphomet quando assumiu a liderança da OTO. Crowley escreveu que Baphomet representava um tipo de deus fálico (The Magic Revival - Kenneth Grant, página 72). Kenneth Grant, o atual líder mundial da OTO, afirma que o Baphomet esconde a fórmula da magia homossexual dos templários. Ao princípio Crowley considerava a Mysteria Mystica Maxima - que é como se chamava o ramo britânico da OTO - como um mero apoio à sua A.A. (Astrum Argentum ou Estrela de Prata), uma fraternidade mágica que tinha fundado em 1908 e na qual ensinava uma mistura de ioga e práticas da Golden Dawn. No entanto, com o tempo, Crowley preferiu a magia sexual dos Templários Orientais e foi abandonando pouco a pouco a magia ritual.
O quarto componente de seu sistema mágiko, que servia como laço de união entre os outros três, era a "Lei de Thelema", uma nova religião de "força e fogo" baseada no "Livro da Lei", um poema em prosa dividido em três capítulos aparentemente ilógicos, que segundo Crowley lhe tinha ditado em 1904 um "espírito" chamado Aiwass.
Um comentário completo do "Livro da Lei" é algo que escapa às minhas possibilidades e inclusive às do próprio Crowley que, apesar de ter escrito dois longos comentários sobre o texto, admitia que não compreendia algumas partes do mesmo. Mas a doutrina básica pode ser resumida do seguinte modo:
1. Crowley é a Besta 666 do Apocalipse, o profeta de uma nova era chamada "O éon de Hórus", que equivale à Era de Aquário da Nova Era. O crowleyanismo será a religião da nova era; o budismo, o íslã e o cristianismo ficam denunciados como religiões de deuses escravistas.
2. As doutrinas básicas da nova religião são duas: , e . Com a primeira frase, Aiwass - ou a mente subconsciente de Crowley - diz que cada alma humana ("estrela") é uma entidade única, com direito a se desenvolver à sua maneira. significa .
3. A nova religião é um "evangelho" para os "homens régios", os "poucos e secretos que reinarão sobre os muitos e conhecidos"; quanto aos homens não régios diz-se que "os escravos terão que servir". Apesar de ser um farsante, Crowley acreditava em sua nova "religião", na sua identificação com a Besta 666, em seu sistema mágiko, e com a mesma sinceridade com que uma testemunha de Jeová acredita que apenas seu grupo representa os 144.000 selados do Apocalipse. Tinha a convicção de que o crowleyanismo estava destinado a deslocar todas as religiões existentes, pelo menos durante os próximos dois mil anos.
Mas Crowley não é o único mago cuja vida e obra tenham suscitado um crescente interesse nos nossos dias. Os Pergaminhos Voadores do Amanhecer Dourado se editaram sob o título Projeção Astral, Magia e Alquimia; está a ponto de ser publicada uma biografia de S.L. MacGregor Mathers; e nos Estados Unidos foram publicados os rituais e instruções mágicas de Mathers com o título de Golden Dawn, editado por F.I. Regardie. Na sua juventude, Regardie atuou como secretário sem salário de Crowley; na atualidade é um praticante de medicina alternativa, cuja técnica combina os métodos de manipulação da quiropática (um sistema semelhante à osteopatia) com a vegetoterapia de Wilhelm Reich e certos exercícios de relaxação derivados das práticas da ordem do Amanhecer Dourado. Esta estranha amálgama que Regardie pratica na Canifórnia é um bom exemplo da atitude eclética da maioria dos magos norte-americanos atuais, que adotaram os métodos básicos de MacGregor Mathers combinando-os com elementos extraídos de outras disciplinas pagãs como o tântra, o taoísmo e, sobretudo, a bruxaria contemporânea, cujas atividades aparecem em todos os jornais modernos.
Gerald Gardner, afiliado maçônico, assegurava que a bruxaria da Idade Média representava os resíduos sobreviventes de um antigo culto da fertilidade, idéia que encontrou no livro A Bruxaria na Europa Ocidental (1921) entre outras obras de Margaret Murray. Segundo Gardner, este culto teria sobrevivido até a época atual e ele próprio teria sido autorizado a fazer certas revelações sobre o tema, e inclusive a iniciar indivíduos escolhidos. Gardner executou estas iniciações - três simples cerimônias nas quais se conferiam três graus sucessivos de bruxaria - entre 1950 e 1964, ano de sua morte. Os bruxos iniciados recebiam o "Livro das Sombras", um texto muito antigo (?) (segundo Gardner) cuja origem moderna não existem dúvidas, dado que inclui uma versào modificada de um poema de Kipling, longos extratos da missa gnóstica de Crowley e o "Livro da Lei", elementos tomados de Aradia, de Leland, uma obra do século XIX que trata da sobrevivência de ritos pagãos e gnósticos em Toscana, além de elementos da iniciação dos três primeiros graus da Maçonaria de Loja Azul. Tudo parece indicar que o próprio Crowley participou da redação do "Livro das Sombras", pois o texto não só inclui rituais derivados de seu sistema mágiko, mas também emprega uma ética que parece idêntica ao de Crowley, e descreve um athame (adaga cerimonial) cujo nome e desenho parecem ter sido tirados da versão de MacGregor Mathers de A Chave de Solomon, livro cuja influência sobre Crowley é bem conhecida.
Bibliografia:
Secret Rituals of the OTO - Damiel Amon
Magick - Aleister Crowley
Aleister Crowley and the Hidden God - Kenneth Grant
Rites of Modern Occult Magic - Francis King
Magia Transcendental - Eliphas Lévi
Projeção Astral, Magia e Alquimia - S.L. MacGregor Mathers
The Golden Dawn - F.L. Regardie
Magia Thelêmica de Maat
Fundamentos da Magia(k) - Sérgio Bronze
Os Livros de Thelema - Aleister Crowley
