miércoles, 30 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 24.1-21
1 Cinco dias depois, desceu o sumo sacerdote, Ananias, com alguns anciãos e com certo orador, chamado Tértulo, os quais apresentaram ao governador libelo contra Paulo.
2 Sendo este chamado, passou Tértulo a acusá-lo, dizendo: Excelentíssimo Félix, tendo nós, por teu intermédio, gozado de paz perene, e, também por teu providente cuidado, se terem feito notáveis reformas em benefício deste povo,
3 sempre e por toda parte, isto reconhecemos com toda a gratidão.
4 Entretanto, para não te deter por longo tempo, rogo-te que, de conformidade com a tua clemência, nos atendas por um pouco.
5 Porque, tendo nós verificado que este homem é uma peste e promove sedições entre os judeus esparsos por todo o mundo, sendo também o principal agitador da seita dos nazarenos,
6 o qual também tentou profanar o templo, nós o prendemos com o intuito de julgá-lo segundo a nossa lei.
7 Mas, sobrevindo o comandante Lísias, o arrebatou das nossas mãos com grande violência,
8 ordenando que os seus acusadores viessem à tua presença. Tu mesmo, examinando -o, poderás tomar conhecimento de todas as coisas de que nós o acusamos.
9 Os judeus também concordaram na acusação, afirmando que estas coisas eram assim.
10 Paulo, tendo-lhe o governador feito sinal que falasse, respondeu: Sabendo que há muitos anos és juiz desta nação, sinto-me à vontade para me defender,
11 visto poderes verificar que não há mais de doze dias desde que subi a Jerusalém para adorar;
12 e que não me acharam no templo discutindo com alguém, nem tampouco amotinando o povo, fosse nas sinagogas ou na cidade;
13 nem te podem provar as acusações que, agora, fazem contra mim.
14 Porém confesso-te que, segundo o Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a lei e nos escritos dos profetas,
15 tendo esperança em Deus, como também estes a têm, de que haverá ressurreição, tanto de justos como de injustos.
16 Por isso, também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens.
17 Depois de anos, vim trazer esmolas à minha nação e também fazer oferendas,
18 e foi nesta prática que alguns judeus da Ásia me encontraram já purificado no templo, sem ajuntamento e sem tumulto,
19 os quais deviam comparecer diante de ti e acusar, se tivessem alguma coisa contra mim.
20 Ou estes mesmos digam que iniqüidade acharam em mim, por ocasião do meu comparecimento perante o Sinédrio,
21 salvo estas palavras que clamei, estando entre eles: hoje, sou eu julgado por vós acerca da ressurreição dos mortos.
Paulo comparece diante de Félix na presença de seus acusadores. Estes homens precisam de um advogado eloqüente, pois sua causa é má. Mas que contraste entre as lisonjas (v. 3) e depois as grosseiras calúnias (v. 5; Lucas 23:2) de Tértulo e a dignidade de Paulo em sua profissão de fé, acompanhada de uma sincera exposição dos fatos!

Uma seita (vv. 5, 14) é um grupo religioso que diverge da opinião geral e é seguido por muitos, ou ainda, é a teoria de um mestre seguida por numerosos prosélitos. O redimido segue somente a Cristo. Mas o mundo religioso também chama de seita aos filhos de Deus que se separam dele por obediência à Palavra. Que importa! Esta expressão, como muitas outras, faz parte do vitupério de Cristo. Como Paulo, o crente fiel tem o glorioso privilégio de estar associado ao Nazareno, quando o mundo dele escarnecer (v. 5). Pelo contrário, a grande preocupação do apóstolo - e deveria ser a nossa também - era "ter sempre uma consciência pura diante de Deus e dos homens" (v. 16). Ele pensava no dia da ressurreição, quando teria de prestar contas de sua vida e de seu ministério. Que tenhamos em mente sempre esse glorioso dia e que andemos em todo lugar como filhos da luz (Efésios 5:8).

martes, 29 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 23.16-35
16 Mas o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido a trama, foi, entrou na fortaleza e de tudo avisou a Paulo.
17 Então, este, chamando um dos centuriões, disse: Leva este rapaz ao comandante, porque tem alguma coisa a comunicar-lhe.
18 Tomando -o, pois, levou -o ao comandante, dizendo: O preso Paulo, chamando-me, pediu-me que trouxesse à tua presença este rapaz, pois tem algo que dizer-te.
19 Tomou -o pela mão o comandante e, pondo-se à parte, perguntou-lhe: Que tens a comunicar-me?
20 Respondeu ele: Os judeus decidiram rogar-te que, amanhã, apresentes Paulo ao Sinédrio, como se houvesse de inquirir mais acuradamente a seu respeito.
21 Tu, pois, não te deixes persuadir, porque mais de quarenta entre eles estão pactuados entre si, sob anátema, de não comer, nem beber, enquanto não o matarem; e, agora, estão prontos, esperando a tua promessa.
22 Então, o comandante despediu o rapaz, recomendando-lhe que a ninguém dissesse ter-lhe trazido estas informações.
23 Chamando dois centuriões, ordenou: Tende de prontidão, desde a hora terceira da noite, duzentos soldados, setenta de cavalaria e duzentos lanceiros para irem até Cesaréia;
24 preparai também animais para fazer Paulo montar e ir com segurança ao governador Félix.
25 E o comandante escreveu uma carta nestes termos:
26 Cláudio Lísias ao excelentíssimo governador Félix, saúde.
27 Este homem foi preso pelos judeus e estava prestes a ser morto por eles, quando eu, sobrevindo com a guarda, o livrei, por saber que ele era romano.
28 Querendo certificar-me do motivo por que o acusavam, fi-lo descer ao Sinédrio deles;
29 verifiquei ser ele acusado de coisas referentes à lei que os rege, nada, porém, que justificasse morte ou mesmo prisão.
30 Sendo eu informado de que ia haver uma cilada contra o homem, tratei de enviá-lo a ti, sem demora, intimando também os acusadores a irem dizer, na tua presença, o que há contra ele. Saúde.
31 Os soldados, pois, conforme lhes foi ordenado, tomaram Paulo e, durante a noite, o conduziram até Antipátride;
32 no dia seguinte, voltaram para a fortaleza, tendo deixado aos de cavalaria o irem com ele;
33 os quais, chegando a Cesaréia, entregaram a carta ao governador e também lhe apresentaram Paulo.
34 Lida a carta, perguntou o governador de que província ele era; e, quando soube que era da Cilícia,
35 disse: Ouvir-te-ei quando chegarem os teus acusadores. E mandou que ele fosse detido no pretório de Herodes.
Não vemos aqui o Senhor intervir de modo miraculoso, como em Filipos (cap. 16:26) ou como no caso de Pedro (cap. 12:7), para libertar o Seu servo. Mas ainda Ele está no controle dos acontecimentos: usando o sobrinho de Paulo, a qualidade de cidadão romano que o apóstolo possuía, o menosprezo que o comandante romano sentia pelos judeus, Deus cumpre a promessa feita a Seu servo, ou seja, que ele iria testemunhar em Roma (v. 11). Conseqüentemente, todos os planos de seus inimigos não poderiam impedi-lo de ir a Roma. Ao contrário, são esses mesmos planos que contribuem para isso: de fato, as ameaças induzem Lísias a mandar Paulo sob forte escolta a Cesaréia, a fim de protegê-lo da fúria dos judeus fanáticos. Ao mesmo tempo, Lísias escreve uma carta sobre Paulo ao governador Félix. Note como o comandante coloca os fatos, escondendo o erro quase cometido (v. 27; 22:25). Apesar disso, as ofensas dos pagãos não se comparam à terrível culpabilidade dos judeus. Evidentemente, os quarenta conspiradores assassinos não puderam cumprir seu juramento, atraindo desse modo maldição sobre a própria cabeça.

lunes, 28 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 23.1-15
1 Fitando Paulo os olhos no Sinédrio, disse: Varões, irmãos, tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência até ao dia de hoje.
2 Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam perto dele que lhe batessem na boca.
3 Então, lhe disse Paulo: Deus há de ferir-te, parede branqueada! Tu estás aí sentado para julgar-me segundo a lei e, contra a lei, mandas agredir-me?
4 Os que estavam a seu lado disseram: Estás injuriando o sumo sacerdote de Deus?
5 Respondeu Paulo: Não sabia, irmãos, que ele é sumo sacerdote; porque está escrito: Não falarás mal de uma autoridade do teu povo.
6 Sabendo Paulo que uma parte do Sinédrio se compunha de saduceus e outra, de fariseus, exclamou: Varões, irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus! No tocante à esperança e à ressurreição dos mortos sou julgado!
7 Ditas estas palavras, levantou-se grande dissensão entre fariseus e saduceus, e a multidão se dividiu.
8 Pois os saduceus declaram não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito; ao passo que os fariseus admitem todas essas coisas.
9 Houve, pois, grande vozearia. E, levantando-se alguns escribas da parte dos fariseus, contendiam, dizendo: Não achamos neste homem mal algum; e será que algum espírito ou anjo lhe tenha falado?
10 Tomando vulto a celeuma, temendo o comandante que fosse Paulo espedaçado por eles, mandou descer a guarda para que o retirassem dali e o levassem para a fortaleza.
11 Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma.
12 Quando amanheceu, os judeus se reuniram e, sob anátema, juraram que não haviam de comer, nem beber, enquanto não matassem Paulo.
13 Eram mais de quarenta os que entraram nesta conspirata.
14 Estes, indo ter com os principais sacerdotes e os anciãos, disseram: Juramos, sob pena de anátema, não comer coisa alguma, enquanto não matarmos Paulo.
15 Agora, pois, notificai ao comandante, juntamente com o Sinédrio, que vo-lo apresente como se estivésseis para investigar mais acuradamente a sua causa; e nós, antes que ele chegue, estaremos prontos para assassiná-lo.
O comandante não conseguiu entender o motivo da fúria dos judeus contra um homem em quem não havia nada para reprovar. Para informar-se, apresenta o prisioneiro diante do Sinédrio. Uma hábil palavra de Paulo coloca os fariseus do seu lado. A ressurreição de Jesus Cristo era o fundamento de sua doutrina e indiretamente a razão da oposição dos judeus. Mas Paulo nem sequer mencionou o nome do seu Salvador. Suas palavras causaram tal discórdia entre os fariseus e os saduceus - tradicionais adversários -, que mais uma vez o comandante teve de resgatá-lo e envia-lo a um lugar seguro.

Depois de todos esses acontecimentos, o apóstolo, só e talvez desanimado, precisa ser fortalecido. E é o Senhor mesmo quem se apresenta ao amado servo (v. 11). Ele não o reprova; pelo contrário, o Senhor reconhece o testemunho que Paulo dera em Jerusalém, o consola e o relembra de sua verdadeira missão: a de pregar a salvação não para os judeus, mas para as nações gentias. Com esse propósito, Paulo vai para Roma.

Que sempre possamos gozar da experiência de ter o Senhor "ao nosso lado" e, por esse motivo, não precisemos estar ansiosos (Filipenses 4:5-6; 2 Timóteo 4:17).

domingo, 27 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 22.12-30
12 Um homem, chamado Ananias, piedoso conforme a lei, tendo bom testemunho de todos os judeus que ali moravam,
13 veio procurar-me e, pondo-se junto a mim, disse: Saulo, irmão, recebe novamente a vista. Nessa mesma hora, recobrei a vista e olhei para ele.
14 Então, ele disse: O Deus de nossos pais, de antemão, te escolheu para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires uma voz da sua própria boca,
15 porque terás de ser sua testemunha diante de todos os homens, das coisas que tens visto e ouvido.
16 E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele.
17 Tendo eu voltado para Jerusalém, enquanto orava no templo, sobreveio-me um êxtase,
18 e vi aquele que falava comigo: Apressa-te e sai logo de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho a meu respeito.
19 Eu disse: Senhor, eles bem sabem que eu encerrava em prisão e, nas sinagogas, açoitava os que criam em ti.
20 Quando se derramava o sangue de Estêvão, tua testemunha, eu também estava presente, consentia nisso e até guardei as vestes dos que o matavam.
21 Mas ele me disse: Vai, porque eu te enviarei para longe, aos gentios.
22 Ouviram-no até essa palavra e, então, gritaram, dizendo: Tira tal homem da terra, porque não convém que ele viva!
23 Ora, estando eles gritando, arrojando de si as suas capas, atirando poeira para os ares,
24 ordenou o comandante que Paulo fosse recolhido à fortaleza e que, sob açoite, fosse interrogado para saber por que motivo assim clamavam contra ele.
25 Quando o estavam amarrando com correias, disse Paulo ao centurião presente: Ser-vos -á, porventura, lícito açoitar um cidadão romano, sem estar condenado?
26 Ouvindo isto, o centurião procurou o comandante e lhe disse: Que estás para fazer? Porque este homem é cidadão romano.
27 Vindo o comandante, perguntou a Paulo: Dize-me: és tu romano? Ele disse: Sou.
28 Respondeu-lhe o comandante: A mim me custou grande soma de dinheiro este título de cidadão. Disse Paulo: Pois eu o tenho por direito de nascimento.
29 Imediatamente, se afastaram os que estavam para o inquirir com açoites. O próprio comandante sentiu-se receoso quando soube que Paulo era romano, porque o mandara amarrar.
30 No dia seguinte, querendo certificar-se dos motivos por que vinha ele sendo acusado pelos judeus, soltou -o, e ordenou que se reunissem os principais sacerdotes e todo o Sinédrio, e, mandando trazer Paulo, apresentou -o perante eles.
"E agora, porque te demoras?", perguntou Ananias ao novo convertido (v. 16). Amigo, se o Senhor lhe tem chamado, por que você ainda se demora no caminho da perdição e não toma lugar entre os Seus discípulos?

Três anos mais tarde, em Jerusalém, Paulo teve o privilégio de ver o "Justo" e receber ordens da Sua boca (v. 17). Ele mesmo queria trabalhar entre os judeus, pensando que seu testemunho teria maior força entre os que o conheceram como fanático adversário da verdade (vv. 19-20). Mas ele tinha sido separado para o ministério entre os gentios (v. 21; Gálatas 1:15-16). Deixemos que o Senhor nos mostre qual será o nosso campo de trabalho!

O versículo 18 se cumpre. Os judeus não aceitam o testemunho de Paulo. O comandante mais uma vez é obrigado a protegê-lo da fúria do povo. E, no momento em que vai ser torturado, Paulo faz valer sua cidadania romana. Mais tarde, ele será ensinado a considerar como perda o que para ele era lucro (23:6; Filipenses 3:7).

Quanto à cidadania celestial, ninguém a adquire por nascimento ou pelo dinheiro (v. 28). Somente a possuem os que passaram pelo novo nascimento (João 3:3; Filipenses 3:20).

sábado, 26 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 21.33-40
33 Aproximando-se o comandante, apoderou-se de Paulo e ordenou que fosse acorrentado com duas cadeias, perguntando quem era e o que havia feito.
34 Na multidão, uns gritavam de um modo; outros, de outro; não podendo ele, porém, saber a verdade por causa do tumulto, ordenou que Paulo fosse recolhido à fortaleza.
35 Ao chegar às escadas, foi preciso que os soldados o carregassem, por causa da violência da multidão,
36 pois a massa de povo o seguia gritando: Mata -o!
37 E, quando Paulo ia sendo recolhido à fortaleza, disse ao comandante: É-me permitido dizer-te alguma coisa? Respondeu ele: Sabes o grego?
38 Não és tu, porventura, o egípcio que, há tempos, sublevou e conduziu ao deserto quatro mil sicários?
39 Respondeu-lhe Paulo: Eu sou judeu, natural de Tarso, cidade não insignificante da Cilícia; e rogo-te que me permitas falar ao povo.
40 Obtida a permissão, Paulo, em pé na escada, fez com a mão sinal ao povo. Fez-se grande silêncio, e ele falou em língua hebraica, dizendo:

Atos 22.1-11
1 Irmãos e pais, ouvi, agora, a minha defesa perante vós.
2 Quando ouviram que lhes falava em língua hebraica, guardaram ainda maior silêncio. E continuou:
3 Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-me nesta cidade e aqui fui instruído aos pés de Gamaliel, segundo a exatidão da lei de nossos antepassados, sendo zeloso para com Deus, assim como todos vós o sois no dia de hoje.
4 Persegui este Caminho até à morte, prendendo e metendo em cárceres homens e mulheres,
5 de que são testemunhas o sumo sacerdote e todos os anciãos. Destes, recebi cartas para os irmãos; e ia para Damasco, no propósito de trazer manietados para Jerusalém os que também lá estivessem, para serem punidos.
6 Ora, aconteceu que, indo de caminho e já perto de Damasco, quase ao meio-dia, repentinamente, grande luz do céu brilhou ao redor de mim.
7 Então, caí por terra, ouvindo uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
8 Perguntei: quem és tu, Senhor? Ao que me respondeu: Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu persegues.
9 Os que estavam comigo viram a luz, sem, contudo, perceberem o sentido da voz de quem falava comigo.
10 Então, perguntei: que farei, Senhor? E o Senhor me disse: Levanta-te, entra em Damasco, pois ali te dirão acerca de tudo o que te é ordenado fazer.
11 Tendo ficado cego por causa do fulgor daquela luz, guiado pela mão dos que estavam comigo, cheguei a Damasco.
Paulo é livrado da violência da multidão graças à intervenção de um tribuno, ou seja, de um comandante da guarnição romana. O tribuno, que primeiro pensou ser Paulo um bandido mal-afamado, acalma-se ao ouvi-lo falar em grego e autoriza-o a dirigir-se à multidão. Diante de uma multidão completamente silenciosa, Paulo relembra seu culpável passado, porém em um sentido totalmente diferente daquele que os judeus entendiam. Dotado de qualidades e vantagens pouco comuns - "hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu" (Filipenses 3:5) -, sua reputação era a de um homem piedoso e irreprovável. Mas o seu zelo religioso, semelhante ao que motivava os líderes da multidão, o havia conduzido, apesar das advertências do seu mestre Gamaliel, a lutar contra Deus (vv. 3; 5:39). "Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu persegues" (v. 8), é a terrível resposta que ele ouve do céu. Ao tocar naqueles pobres cristãos, perseguindo-os até a morte, ele estava lutando contra o Filho de Deus. Porém, em vez de castigá-lo por sua blasfêmia ousadia, o Senhor, ao mesmo tempo que lhe devolveu a visão, abriu os olhos do seu coração (Efésios 1:17-18) e fez desse homem, separado desde o nascimento, um instrumento fiel para Seu uso.

viernes, 25 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 21.15-32
15 Passados aqueles dias, tendo feito os preparativos, subimos para Jerusalém;
16 e alguns dos discípulos também vieram de Cesaréia conosco, trazendo consigo Mnasom, natural de Chipre, velho discípulo, com quem nos deveríamos hospedar.
17 Tendo nós chegado a Jerusalém, os irmãos nos receberam com alegria.
18 No dia seguinte, Paulo foi conosco encontrar-se com Tiago, e todos os presbíteros se reuniram.
19 E, tendo-os saudado, contou minuciosamente o que Deus fizera entre os gentios por seu ministério.
20 Ouvindo -o, deram eles glória a Deus e lhe disseram: Bem vês, irmão, quantas dezenas de milhares há entre os judeus que creram, e todos são zelosos da lei;
21 e foram informados a teu respeito que ensinas todos os judeus entre os gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não devem circuncidar os filhos, nem andar segundo os costumes da lei.
22 Que se há de fazer, pois? Certamente saberão da tua chegada.
23 Faze, portanto, o que te vamos dizer: estão entre nós quatro homens que, voluntariamente, aceitaram voto;
24 toma-os, purifica-te com eles e faze a despesa necessária para que raspem a cabeça; e saberão todos que não é verdade o que se diz a teu respeito; e que, pelo contrário, andas também, tu mesmo, guardando a lei.
25 Quanto aos gentios que creram, já lhes transmitimos decisões para que se abstenham das coisas sacrificadas a ídolos, do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas.
26 Então, Paulo, tomando aqueles homens, no dia seguinte, tendo-se purificado com eles, entrou no templo, acertando o cumprimento dos dias da purificação, até que se fizesse a oferta em favor de cada um deles.
27 Quando já estavam por findar os sete dias, os judeus vindos da Ásia, tendo visto Paulo no templo, alvoroçaram todo o povo e o agarraram,
28 gritando: Israelitas, socorro! Este é o homem que por toda parte ensina todos a serem contra o povo, contra a lei e contra este lugar; ainda mais, introduziu até gregos no templo e profanou este recinto sagrado.
29 Pois, antes, tinham visto Trófimo, o efésio, em sua companhia na cidade e julgavam que Paulo o introduzira no templo.
30 Agitou-se toda a cidade, havendo concorrência do povo; e, agarrando a Paulo, arrastaram-no para fora do templo, e imediatamente foram fechadas as portas.
31 Procurando eles matá-lo, chegou ao conhecimento do comandante da força que toda a Jerusalém estava amotinada.
32 Então, este, levando logo soldados e centuriões, correu para o meio do povo. Ao verem chegar o comandante e os soldados, cessaram de espancar Paulo.
Para ir da Grécia a Roma, o apóstolo havia proposto em seu coração passar por Jerusalém (cap. 19:21). Apesar desse cansativo desvio, a vontade do Senhor será cumprida (v. 14). O caminho que nós mesmos escolhemos não é simples; podemos esperar todo o tipo de dificuldades. Os anciãos de Jerusalém exortam a Paulo a "judaizar", a fim de acalmar os crentes judeus, e assim o apóstolo está prestes a contradizer seu próprio ensinamento. Penoso dilema para ele! Mais uma vez, podemos notar até que ponto os cristãos judeus estavam arraigados à religião judaica. Eles estavam tentando colocar vinho novo em odres velhos (Mateus 9:17). A esses israelitas "zelosos da lei" o apóstolo Tiago, mencionado no versículo 18, fala da "lei da liberdade" e da "religião pura e sem mácula", que não consiste na purificação carnal (v. 24), mas, sim, em "guardar-se incontaminado do mundo" e em visitar os aflitos (Tiago 1:27; 2:12).

Paulo visita o templo e se submete aos rituais judaicos para agradar os irmãos. A tentativa, porém, é vã, pois os judeus vêem nela uma provocação e tentam matá-lo, causando alvoroço em toda a cidade (v. 30).

jueves, 24 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 21.1-14
1 Depois de nos apartarmos, fizemo-nos à vela e, correndo em direitura, chegamos a Cós; no dia seguinte, a Rodes, e dali, a Pátara.
2 Achando um navio que ia para a Fenícia, embarcamos nele, seguindo viagem.
3 Quando Chipre já estava à vista, deixando -a à esquerda, navegamos para a Síria e chegamos a Tiro; pois o navio devia ser descarregado ali.
4 Encontrando os discípulos, permanecemos lá durante sete dias; e eles, movidos pelo Espírito, recomendavam a Paulo que não fosse a Jerusalém.
5 Passados aqueles dias, tendo-nos retirado, prosseguimos viagem, acompanhados por todos, cada um com sua mulher e filhos, até fora da cidade; ajoelhados na praia, oramos.
6 E, despedindo-nos uns dos outros, então, embarcamos; e eles voltaram para casa.
7 Quanto a nós, concluindo a viagem de Tiro, chegamos a Ptolemaida, onde saudamos os irmãos, passando um dia com eles.
8 No dia seguinte, partimos e fomos para Cesaréia; e, entrando na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele.
9 Tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam.
10 Demorando-nos ali alguns dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo;
11 e, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios.
12 Quando ouvimos estas palavras, tanto nós como os daquele lugar, rogamos a Paulo que não subisse a Jerusalém.
13 Então, ele respondeu: Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus.
14 Como, porém, não o persuadimos, conformados, dissemos: Faça-se a vontade do Senhor!
O amor fraternal se manifesta em todo o percurso da viagem do apóstolo (vv. 1, 6 e 12). Em Tiro, assim como em Mileto, Paulo se separa dos irmãos depois de ajoelhar-se e orar na praia (vv. 5; 20:36 e 37). O Espírito enfatiza aqui a presença de crianças, extremamente desejável nas reuniões.

Em Cesaréia, Paulo se hospeda na casa de Filipe, o servo de Deus que o Espírito havia trasladado a Azoto depois que ele batizou o eunuco etíope e que, após haver pregado em todas as cidades (sem dúvida também em Lida e Jope - cap. 8:40; 9:32 e 36) se estabeleceu em Cesaréia. Suas filhas prestavam ao Senhor um precioso serviço. É bom lembrar que este não era exercido na Igreja: 1 Coríntios 14:3 e 34.

O que motivava o apóstolo durante essa viagem era o seu afeto, sempre enorme, por seu próprio povo. Paulo era o portador das ofertas das igrejas da Macedônia e da Acaia, e alegrava-se de poder entregá-las pessoalmente em Jerusalém (Romanos 15:25-26). Por essa razão, ele não cedeu às súplicas dos irmãos que queriam persuadi-lo a ficar (vv. 12-14). Esse relato nos dá uma grande lição: ao ser guiado somente pelos sentimentos, por melhores que sejam, até mesmo um apóstolo pode desviar-se do caminho da dependência do Senhor. Essa é uma seríssima advertência para nós!

sábado, 12 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 15.1-21
1 Alguns indivíduos que desceram da Judéia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos.
2 Tendo havido, da parte de Paulo e Barnabé, contenda e não pequena discussão com eles, resolveram que esses dois e alguns outros dentre eles subissem a Jerusalém, aos apóstolos e presbíteros, com respeito a esta questão.
3 Enviados, pois, e até certo ponto acompanhados pela igreja, atravessaram as províncias da Fenícia e Samaria e, narrando a conversão dos gentios, causaram grande alegria a todos os irmãos.
4 Tendo eles chegado a Jerusalém, foram bem recebidos pela igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros e relataram tudo o que Deus fizera com eles.
5 Insurgiram-se, entretanto, alguns da seita dos fariseus que haviam crido, dizendo: É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés.
6 Então, se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão.
7 Havendo grande debate, Pedro tomou a palavra e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que, desde há muito, Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho e cressem.
8 Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera.
9 E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé o coração.
10 Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós?
11 Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram.
12 E toda a multidão silenciou, passando a ouvir a Barnabé e a Paulo, que contavam quantos sinais e prodígios Deus fizera por meio deles entre os gentios.
13 Depois que eles terminaram, falou Tiago, dizendo: Irmãos, atentai nas minhas palavras:
14 expôs Simão como Deus, primeiramente, visitou os gentios, a fim de constituir dentre eles um povo para o seu nome.
15 Conferem com isto as palavras dos profetas, como está escrito:
16 Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levantando -o de suas ruínas, restaurá-lo-ei.
17 Para que os demais homens busquem o Senhor, e também todos os gentios sobre os quais tem sido invocado o meu nome,
18 diz o Senhor, que faz estas coisas conhecidas desde séculos.
19 Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus,
20 mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue.
21 Porque Moisés tem, em cada cidade, desde tempos antigos, os que o pregam nas sinagogas, onde é lido todos os sábados.
Os crentes das igrejas de Jerusalém e da Judéia eram de origem judaica. Eles se alegraram muito ao saber das conversões entre os gentios; porém, alguns pensavam que, para tornar-se cristãos, havia o requisito prévio de tornar-se judeus, enfim, da circuncisão e da observância da lei. Paulo e Barnabé imediatamente percebem o perigo dessa linha de argumentação, a mesma que mais tarde obrigaria Paulo a escrever uma severa carta aos gálatas. "Voltar à escravidão da lei" - diz-lhes ali - não é outra coisa senão "decair da graça" (Gálatas 5:1-6).

Essa questão gerou o perigo de causar uma divisão entre Jerusalém e Antioquia. Deus conduziu tudo de tal maneira que a questão é discutida em Jerusalém, e a unidade da Igreja é preservada. Pedro, e depois Tiago, tomam a palavra e confirmam que tanto os gentios como os judeus são salvos de uma mesma e única maneira: pela graça do Senhor Jesus (v. 11). E recomenda cuidado para não perturbar ou submeter os novos convertidos com o que Paulo chama de "rudimentos fracos e pobres" (Gálatas 4:9). No entanto, persistem as ordenanças que Deus estabeleceu antes mesmo do povo de Israel; estas valem para todos os tempos e para todas as gentes. É o caso da abstinência do sangue, que remete ao dilúvio (Gênesis 9:4), e do respeito ao matrimônio, que vem da criação (Mateus 19:4-8).

viernes, 11 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 14.1-28
1 Em Icônio, Paulo e Barnabé entraram juntos na sinagoga judaica e falaram de tal modo, que veio a crer grande multidão, tanto de judeus como de gregos.
2 Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram os ânimos dos gentios contra os irmãos.
3 Entretanto, demoraram-se ali muito tempo, falando ousadamente no Senhor, o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios.
4 Mas dividiu-se o povo da cidade: uns eram pelos judeus; outros, pelos apóstolos.
5 E, como surgisse um tumulto dos gentios e judeus, associados com as suas autoridades, para os ultrajar e apedrejar,
6 sabendo -o eles, fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia e circunvizinhança,
7 onde anunciaram o evangelho.
8 Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar.
9 Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado,
10 disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e andava.
11 Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós.
12 A Barnabé chamavam Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, porque era este o principal portador da palavra.
13 O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões.
14 Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando:
15 Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles;
16 o qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos;
17 contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria.
18 Dizendo isto, foi ainda com dificuldade que impediram as multidões de lhes oferecerem sacrifícios.
19 Sobrevieram, porém, judeus de Antioquia e Icônio e, instigando as multidões e apedrejando a Paulo, arrastaram-no para fora da cidade, dando -o por morto.
20 Rodeando -o, porém, os discípulos, levantou-se e entrou na cidade. No dia seguinte, partiu, com Barnabé, para Derbe.
21 E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia,
22 fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.
23 E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.
24 Atravessando a Pisídia, dirigiram-se a Panfília.
25 E, tendo anunciado a palavra em Perge, desceram a Atália
26 e dali navegaram para Antioquia, onde tinham sido recomendados à graça de Deus para a obra que haviam já cumprido.
27 Ali chegados, reunida a igreja, relataram quantas coisas fizera Deus com eles e como abrira aos gentios a porta da fé.
28 E permaneceram não pouco tempo com os discípulos.
Em Icônio, a Palavra produz o mesmo efeito visto anteriormente: fé em grande número de pessoas e oposição em outras. Os apóstolos falam ousadamente. E qual o segredo da coragem deles? É a sua dependência do Senhor que, por sua vez, cooperava com eles, confirmando a Palavra com sinais e prodígios (v. 3; Marcos 16:20). A cura de um homem coxo realizada em Listra - depois que os apóstolos foram expulsos de Icônio - impressiona profundamente aqueles pobres pagãos. Eles se dispõem a adorar como deuses aqueles homens que em outro lugar quase foram apedrejados. Para os apóstolos, a nova situação é pior que a de antes. Horrorizados, eles exortam esses idólatras para que se convertam ao Deus vivo (12:22-23). Porém os sentimentos da multidão são facilmente demovidos! Basta que cheguem os judeus de Icônio, contando mentiras e instigando a multidão, para que as opiniões mudem e, com o consentimento de todos, Paulo seja apedrejado. Mas o Senhor guarda o servo fiel, que não se amedronta nem se desencoraja. Prossegue tranqüilamente seu ministério, passando novamente pelas cidades onde o evangelho já tinha sido pregado. Assim termina a primeira viagem missionária. Os apóstolos relatam à Igreja todas as coisas gloriosas que o Senhor realizara com eles.

jueves, 10 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 13.32-52
32 Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais,
33 como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.
34 E, que Deus o ressuscitou dentre os mortos para que jamais voltasse à corrupção, desta maneira o disse: E cumprirei a vosso favor as santas e fiéis promessas feitas a Davi.
35 Por isso, também diz em outro Salmo: Não permitirás que o teu Santo veja corrupção.
36 Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção.
37 Porém aquele a quem Deus ressuscitou não viu corrupção.
38 Tomai, pois, irmãos, conhecimento de que se vos anuncia remissão de pecados por intermédio deste;
39 e, por meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés.
40 Notai, pois, que não vos sobrevenha o que está dito nos profetas:
41 Vede, ó desprezadores, maravilhai-vos e desvanecei, porque eu realizo, em vossos dias, obra tal que não crereis se alguém vo-la contar.
42 Ao saírem eles, rogaram-lhes que, no sábado seguinte, lhes falassem estas mesmas palavras.
43 Despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, e estes, falando-lhes, os persuadiam a perseverar na graça de Deus.
44 No sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus.
45 Mas os judeus, vendo as multidões, tomaram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava.
46 Então, Paulo e Barnabé, falando ousadamente, disseram: Cumpria que a vós outros, em primeiro lugar, fosse pregada a palavra de Deus; mas, posto que a rejeitais e a vós mesmos vos julgais indignos da vida eterna, eis aí que nos volvemos para os gentios.
47 Porque o Senhor assim no-lo determinou: Eu te constituí para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até aos confins da terra.
48 Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna.
49 E divulgava-se a palavra do Senhor por toda aquela região.
50 Mas os judeus instigaram as mulheres piedosas de alta posição e os principais da cidade e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, expulsando-os do seu território.
51 E estes, sacudindo contra aqueles o pó dos pés, partiram para Icônio.
52 Os discípulos, porém, transbordavam de alegria e do Espírito Santo.
"E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação", escreve o apóstolo aos coríntios (1 Coríntios 15:14). Surpreende-nos, então, notar que ele tanto enfatiza a ressurreição do Senhor Jesus? Aos judeus a ressurreição demonstrava que Ele de fato era o Messias prometido, do qual falavam o Salmo 16 e outras escrituras (vv. 34-35). Aos pagãos, era a demonstração do poder de Deus e a prova do juízo que está determinado (17:31). Para nós, os crentes, a presença na glória de nosso Redentor vivo é a garantia de que Deus reconheceu a obra que fez em prol de nossa justificação (Romanos 4:25), de que nossa porção é celestial (Colossenses 3:1-2) e de que nossa esperança está "segura e firme" (Hebreus 6:18-20).

As "boas novas da promessa" (v. 32) encontram somente blasfêmia e contradição por parte dos miseráveis judeus (v. 45). Então os apóstolos, por ordem do Senhor, solenemente voltam-se para os gentios (v. 46) ao confirmar que a remissão dos pecados é concedida a todo aquele que crê (vv. 38-39).

Aqueles judeus não se julgavam dignos da vida eterna (v. 46). Isto é incredulidade, e de maneira nenhuma humildade! Na parábola do filho pródigo, o Senhor faz referência a esse tipo de gente na pessoa do filho mais velho (Lucas 15:25-30). Por seu egoísmo e sua própria justiça, ele se privou voluntariamente da alegria da casa paterna.

miércoles, 9 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 13.13-31
13 E, navegando de Pafos, Paulo e seus companheiros dirigiram-se a Perge da Panfília. João, porém, apartando-se deles, voltou para Jerusalém.
14 Mas eles, atravessando de Perge para a Antioquia da Pisídia, indo num sábado à sinagoga, assentaram-se.
15 Depois da leitura da lei e dos profetas, os chefes da sinagoga mandaram dizer-lhes: Irmãos, se tendes alguma palavra de exortação para o povo, dizei -a.
16 Paulo, levantando-se e fazendo com a mão sinal de silêncio, disse: Varões israelitas e vós outros que também temeis a Deus, ouvi.
17 O Deus deste povo de Israel escolheu nossos pais e exaltou o povo durante sua peregrinação na terra do Egito, donde os tirou com braço poderoso;
18 e suportou-lhes os maus costumes por cerca de quarenta anos no deserto;
19 e, havendo destruído sete nações na terra de Canaã, deu-lhes essa terra por herança,
20 vencidos cerca de quatrocentos e cinqüenta anos. Depois disto, lhes deu juízes, até o profeta Samuel.
21 Então, eles pediram um rei, e Deus lhes deparou Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim, e isto pelo espaço de quarenta anos.
22 E, tendo tirado a este, levantou-lhes o rei Davi, do qual também, dando testemunho, disse: Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade.
23 Da descendência deste, conforme a promessa, trouxe Deus a Israel o Salvador, que é Jesus,
24 havendo João, primeiro, pregado a todo o povo de Israel, antes da manifestação dele, batismo de arrependimento.
25 Mas, ao completar João a sua carreira, dizia: Não sou quem supondes; mas após mim vem aquele de cujos pés não sou digno de desatar as sandálias.
26 Irmãos, descendência de Abraão e vós outros os que temeis a Deus, a nós nos foi enviada a palavra desta salvação.
27 Pois os que habitavam em Jerusalém e as suas autoridades, não conhecendo Jesus nem os ensinos dos profetas que se lêem todos os sábados, quando o condenaram, cumpriram as profecias;
28 e, embora não achassem nenhuma causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto.
29 Depois de cumprirem tudo o que a respeito dele estava escrito, tirando -o do madeiro, puseram-no em um túmulo.
30 Mas Deus o ressuscitou dentre os mortos;
31 e foi visto muitos dias pelos que, com ele, subiram da Galiléia para Jerusalém, os quais são agora as suas testemunhas perante o povo.
Os apóstolos prosseguem viagem e chegam à Panfília. Ali, porém, João - também chamado Marcos (12:12) - abandona-os e volta a Jerusalém. Sua fé não estava à altura do serviço para o qual se havia comprometido, nem das dificuldades que notou que enfrentaria. Não basta apenas acompanhar um servo de Deus ou imitá-lo. Até mesmo num trabalho em cooperação, cada um é responsável por si perante o Senhor e tem de ser impulsionado por sua própria fé pessoal.

Na sinagoga de Antioquia da Pisídia, Paulo dirige-se aos judeus fazendo-os recordar, como o fez Estêvão, da história de Israel. Mostra-lhes como Deus havia cumprido em Jesus as promessas feitas a Davi (Salmo 132:11). Não era o próprio Davi uma figura do Salvador que surgiria de sua descendência? (v. 23). Pois, em contraste com Saul, rei segundo a carne, o próprio Deus havia escolhido em Davi um homem segundo o Seu coração, que faria toda a Sua vontade (v. 22).

Tudo se conjugava perfeitamente comprovando que Jesus era o Messias: o testemunho de João após o de todos os profetas; o cumprimento das Escrituras na morte de Jesus, até mesmo pelo fato de não terem podido acusá-LO de crime algum (v. 28; Isaías 53:9), e, sobretudo, a Sua ressurreição (v. 30).

martes, 8 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 13.1-12
1 Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo.
2 E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.
3 Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.
4 Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.
5 Chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas judaicas; tinham também João como auxiliar.
6 Havendo atravessado toda a ilha até Pafos, encontraram certo judeu, mágico, falso profeta, de nome Barjesus,
7 o qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, que era homem inteligente. Este, tendo chamado Barnabé e Saulo, diligenciava para ouvir a palavra de Deus.
8 Mas opunha-se-lhes Elimas, o mágico (porque assim se interpreta o seu nome), procurando afastar da fé o procônsul.
9 Todavia, Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos, disse:
10 Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor?
11 Pois, agora, eis aí está sobre ti a mão do Senhor, e ficarás cego, não vendo o sol por algum tempo. No mesmo instante, caiu sobre ele névoa e escuridade, e, andando à roda, procurava quem o guiasse pela mão.
12 Então, o procônsul, vendo o que sucedera, creu, maravilhado com a doutrina do Senhor.
Aqui começa uma nova divisão do livro de Atos. A igreja de Antioquia é o ponto de partida para a obra que está para ser feita entre as nações . Barnabé e Saulo recebem o chamado, são separados pelo Espírito Santo e partem para a viagem apoiados pelas orações da igreja. Sua primeira etapa é a ilha de Chipre, terra natal de Barnabé (4:36). Ao chegar a Pafos, os apóstolos são convocados pelo procônsul Sérgio Paulo, o mais alto funcionário romano da ilha. Este "homem inteligente" conhecia o Deus dos judeus e desejava ouvir Sua Palavra. Porém, tinha um preocupante personagem por conselheiro: Elimas, um mágico judeu (atividade que era abominável aos olhos de Deus - vide Deuteronômio 18:9-10), que se aproveita da necessidade espiritual de Sérgio Paulo para exercer sobre ele uma influência maligna. Mas a oposição deste homem produziu exatamente o que ele mais quis evitar; permite a Paulo - chamado assim pela primeira vez - dar ao procônsul uma prova do poder do Senhor ao castigar o falso profeta.

Elimas é a figura do povo judeu que, por causa de sua resistência ao Espírito de Deus, está agora cegado "por algum tempo", o que, no entanto, reverteu-se em benefício das nações (também chamadas de gentios).

domingo, 6 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 11.19-30
19 Então, os que foram dispersos por causa da tribulação que sobreveio a Estêvão se espalharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus.
20 Alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus.
21 A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se converteram ao Senhor.
22 A notícia a respeito deles chegou aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia.
23 Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor.
24 Porque era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor.
25 E partiu Barnabé para Tarso à procura de Saulo;
26 tendo -o encontrado, levou -o para Antioquia. E, por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.
27 Naqueles dias, desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia,
28 e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio.
29 Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia;
30 o que eles, com efeito, fizeram, enviando -o aos presbíteros por intermédio de Barnabé e de Saulo.

Atos 12.1-6
1 Por aquele tempo, mandou o rei Herodes prender alguns da igreja para os maltratar,
2 fazendo passar a fio de espada a Tiago, irmão de João.
3 Vendo ser isto agradável aos judeus, prosseguiu, prendendo também a Pedro. E eram os dias dos pães asmos.
4 Tendo -o feito prender, lançou -o no cárcere, entregando -o a quatro escoltas de quatro soldados cada uma, para o guardarem, tencionando apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
5 Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele.
6 Quando Herodes estava para apresentá-lo, naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, acorrentado com duas cadeias, e sentinelas à porta guardavam o cárcere.
Pela morte de Estêvão ratificou-se a rejeição dos judeus como povo de Deus. Para eles fecha-se a porta da graça, a qual é aberta agora para as nações. Grande número de gregos converte-se ao Senhor (vv. 20-21). O Senhor Jesus já havia, de antemão, contemplado este fruto da Sua obra numa quando alguns gregos tinham desejado vê-LO (João 12:20-26).

Em Antioquia forma-se agora um próspera congregação na qual, durante um ano, Paulo e Barnabé exercem seu ministério. O povo da cidade observa a vida desses crentes e atribui-lhes o nome de seu Senhor: eles são, pela primeira vez, chamados de cristãos . É uma honra - mas também uma responsabilidade - levar o próprio nome de Cristo. Quantos - ou seria "quão poucos?" - dentre a multidão dos que foram batizados e carregam o belo título são verdadeiramente cristãos?

O amor fraternal dos crentes de Antioquia é expresso nas doações aos "irmãos que moravam na Judéia" que estavam por padecer fome (vv. 27-30) e perseguição (12:1-4). Pois Herodes Agripa (12:1) está demonstrando ser um sucessor a altura de seu tio Herodes Antipas (Lucas 13:31-32; 23:11), e de seu avô Herodes, o grande (Mateus 2). Sua crueldade e o desejo de agradar aos judeus (v. 3; Marcos 6:26) o levara a matar Tiago, o irmão de João, e a jogar Pedro no cárcere.

sábado, 5 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 11.1-18
1 Chegou ao conhecimento dos apóstolos e dos irmãos que estavam na Judéia que também os gentios haviam recebido a palavra de Deus.
2 Quando Pedro subiu a Jerusalém, os que eram da circuncisão o argüiram, dizendo:
3 Entraste em casa de homens incircuncisos e comeste com eles.
4 Então, Pedro passou a fazer-lhes uma exposição por ordem, dizendo:
5 Eu estava na cidade de Jope orando e, num êxtase, tive uma visão em que observei descer um objeto como se fosse um grande lençol baixado do céu pelas quatro pontas e vindo até perto de mim.
6 E, fitando para dentro dele os olhos, vi quadrúpedes da terra, feras, répteis e aves do céu.
7 Ouvi também uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro! Mata e come.
8 Ao que eu respondi: de modo nenhum, Senhor; porque jamais entrou em minha boca qualquer coisa comum ou imunda.
9 Segunda vez, falou a voz do céu: Ao que Deus purificou não consideres comum.
10 Isto sucedeu por três vezes, e, de novo, tudo se recolheu para o céu.
11 E eis que, na mesma hora, pararam junto da casa em que estávamos três homens enviados de Cesaréia para se encontrarem comigo.
12 Então, o Espírito me disse que eu fosse com eles, sem hesitar. Foram comigo também estes seis irmãos; e entramos na casa daquele homem.
13 E ele nos contou como vira o anjo em pé em sua casa e que lhe dissera: Envia a Jope e manda chamar Simão, por sobrenome Pedro,
14 o qual te dirá palavras mediante as quais serás salvo, tu e toda a tua casa.
15 Quando, porém, comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio.
16 Então, me lembrei da palavra do Senhor, quando disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo.
17 Pois, se Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós nos outorgou quando cremos no Senhor Jesus, quem era eu para que pudesse resistir a Deus?
18 E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida.
Nunca julguemos pelas aparências ou por circunstâncias das quais não temos pleno conhecimento. É bem possível que um cristão cujo comportamento estranhamos esteja agindo em obediência ao Senhor. Foi o caso de Pedro quando entrou na casa de Cornélio e comeu com ele. "Os que eram da circuncisão" quiseram ater-se apenas a esses detalhes (v. 2), ao passo que naquela casa haviam sucedido coisas maravilhosas.

A salvação dos gentios estava anunciada no Antigo Testamento (Isaías 49:6 e 65:1). O próprio Pedro havia feito alusão a isso em seu primeiro discurso (Cap. 2:21, 39). Eram necessárias, porém, evidências mais concretas para dissipar o preconceito dos irmãos em Jerusalém. O relato de Pedro lhes dava estes elementos, atestados também pelas seis testemunhas que o tinham acompanhado. Ao ouvir como o apóstolo fora inspirado e conduzido à casa de Cornélio e, acima de tudo, como o Espírito Santo descera sobre os gentios, todos reconheceram a vontade de Deus e deram-Lhe glória. Alegremo-nos por essa tão grande bênção que se estendeu até nós, e - se ainda não o fizemos - apressemo-nos em recebermos também o "arrependimento para a vida" (v. 18).

viernes, 4 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 10.25-48
25 Aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu Cornélio ao encontro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou.
26 Mas Pedro o levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem.
27 Falando com ele, entrou, encontrando muitos reunidos ali,
28 a quem se dirigiu, dizendo: Vós bem sabeis que é proibido a um judeu ajuntar-se ou mesmo aproximar-se a alguém de outra raça; mas Deus me demonstrou que a nenhum homem considerasse comum ou imundo;
29 por isso, uma vez chamado, vim sem vacilar. Pergunto, pois: por que razão me mandastes chamar?
30 Respondeu-lhe Cornélio: Faz, hoje, quatro dias que, por volta desta hora, estava eu observando em minha casa a hora nona de oração, e eis que se apresentou diante de mim um varão de vestes resplandecentes
31 e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas, lembradas na presença de Deus.
32 Manda, pois, alguém a Jope a chamar Simão, por sobrenome Pedro; acha-se este hospedado em casa de Simão, curtidor, à beira-mar.
33 Portanto, sem demora, mandei chamar-te, e fizeste bem em vir. Agora, pois, estamos todos aqui, na presença de Deus, prontos para ouvir tudo o que te foi ordenado da parte do Senhor.
34 Então, falou Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas;
35 pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável.
36 Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos.
37 Vós conheceis a palavra que se divulgou por toda a Judéia, tendo começado desde a Galiléia, depois do batismo que João pregou,
38 como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele;
39 e nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém; ao qual também tiraram a vida, pendurando -o no madeiro.
40 A este ressuscitou Deus no terceiro dia e concedeu que fosse manifesto,
41 não a todo o povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto é, a nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressurgiu dentre os mortos;
42 e nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos.
43 Dele todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo aquele que nele crê recebe remissão de pecados.
44 Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.
45 E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo;
46 pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus. Então, perguntou Pedro:
47 Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?
48 E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então, lhe pediram que permanecesse com eles por alguns dias.
Deus recorre a diferentes meios para fazer as pessoas conhecê-LO. A conversão do etíope (cap. 8), a de Saulo (cap. 9) e a de Cornélio (cap. 10) foram bem distintas. Aliás, reconhecemos nesses três homens as três linhagens descendentes de Noé - toda a humanidade (Gênesis 10): Cam (as raças africanas e asiáticas); Sem (Israel e certos povos orientais); e Jafé (as nações do Norte e do Ocidente). "Por meio de Seu nome, todo o que nele crê recebe remissão de pecados": tal é doravante a mensagem universal dirigida a "toda tribo, língua, povo e nação" (v. 43; Apocalipse 5:9). Na pessoa de Cornélio, os que "estavam longe" agora ouvem o "evangelho da paz por meio de Jesus Cristo" (v. 36; cap. 2:39; Efésios 2:17).

Que visitas realmente gloriosas para esta casa outrora pagã: primeiro, um anjo (v. 3); depois, Pedro e os irmãos, que o acompanham trazendo a mensagem do evangelho; e, finalmente e sobretudo, o Espírito Santo, que veio para selar esses novos convertidos, dando testemunho de sua fé e de sua qualidade de filhos de Deus. Seria possível não reconhecer neste sinal tão claro - nesta manifestação pública - a vontade da graça de Deus? À vista dessas coisas, não resta a Pedro senão confirmá-la com o batismo cristão (v. 48).

jueves, 3 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 10.1-24
1 Morava em Cesaréia um homem de nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana,
2 piedoso e temente a Deus com toda a sua casa e que fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus.
3 Esse homem observou claramente durante uma visão, cerca da hora nona do dia, um anjo de Deus que se aproximou dele e lhe disse:
4 Cornélio! Este, fixando nele os olhos e possuído de temor, perguntou: Que é, Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas subiram para memória diante de Deus.
5 Agora, envia mensageiros a Jope e manda chamar Simão, que tem por sobrenome Pedro.
6 Ele está hospedado com Simão, curtidor, cuja residência está situada à beira-mar.
7 Logo que se retirou o anjo que lhe falava, chamou dois dos seus domésticos e um soldado piedoso dos que estavam a seu serviço
8 e, havendo-lhes contado tudo, enviou-os a Jope.
9 No dia seguinte, indo eles de caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta, a fim de orar.
10 Estando com fome, quis comer; mas, enquanto lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase;
11 então, viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas,
12 contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu.
13 E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro! Mata e come.
14 Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda.
15 Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum.
16 Sucedeu isto por três vezes, e, logo, aquele objeto foi recolhido ao céu.
17 Enquanto Pedro estava perplexo sobre qual seria o significado da visão, eis que os homens enviados da parte de Cornélio, tendo perguntado pela casa de Simão, pararam junto à porta;
18 e, chamando, indagavam se estava ali hospedado Simão, por sobrenome Pedro.
19 Enquanto meditava Pedro acerca da visão, disse-lhe o Espírito: Estão aí dois homens que te procuram;
20 levanta-te, pois, desce e vai com eles, nada duvidando; porque eu os enviei.
21 E, descendo Pedro para junto dos homens, disse: Aqui me tendes; sou eu a quem buscais? A que viestes?
22 Então, disseram: O centurião Cornélio, homem reto e temente a Deus e tendo bom testemunho de toda a nação judaica, foi instruído por um santo anjo para chamar-te a sua casa e ouvir as tuas palavras.
23 Pedro, pois, convidando-os a entrar, hospedou-os. No dia seguinte, levantou-se e partiu com eles; também alguns irmãos dos que habitavam em Jope foram em sua companhia.
24 No dia imediato, entrou em Cesaréia. Cornélio estava esperando por eles, tendo reunido seus parentes e amigos íntimos.
Este capítulo é de grande importância para nós que somos das nações gentias , ou seja, não-judeus. Efetivamente, vemos Pedro abrindo-lhes as portas do reino dos céus (Mateus 16:19). Ele é instrumento no avanço do evangelho, que agora alcança os gentios - sendo Cornélio o primeiro deles. Notemos com que cuidado e com que graça Deus preparou Seu servo por um lado, e Cornélio por outro, para o encontro que havia de trazer resultados tão maravilhosos tanto para Cornélio como para nós. A revelação de Deus manifesta-se a um e ao outro por ocasião da mesma ocupação preciosa: a oração! Mas a relutância de Pedro em comer o conteúdo do grande lençol que baixava do céu mostra o quanto os judeus, e mesmo os discípulos, estavam profundamente arraigados na tradição, e que espírito de superioridade tinham frente aos pagãos. Por intermédio dessa visão, Deus queria ensinar Pedro que não fizesse mais diferença entre um povo "puro" e as nações "impuras". Todos os povos, judeus e gentios, são pecadores impuros, "encerrados na desobediência", e são objetos da mesma misericórdia (Romanos 10:12; 11:30-32). Que Deus nos guarde, portanto, de fazer "acepção de pessoas" (v. 34) ao considerar alguns menos dignos do que outros de receber o evangelho! Nós não devemos escolher, mas, sim, obedecer.

miércoles, 2 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 9.20-43
20 E logo pregava, nas sinagogas, a Jesus, afirmando que este é o Filho de Deus.
21 Ora, todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que exterminava em Jerusalém os que invocavam o nome de Jesus e para aqui veio precisamente com o fim de os levar amarrados aos principais sacerdotes?
22 Saulo, porém, mais e mais se fortalecia e confundia os judeus que moravam em Damasco, demonstrando que Jesus é o Cristo.
23 Decorridos muitos dias, os judeus deliberaram entre si tirar-lhe a vida;
24 porém o plano deles chegou ao conhecimento de Saulo. Dia e noite guardavam também as portas, para o matarem.
25 Mas os seus discípulos tomaram-no de noite e, colocando -o num cesto, desceram-no pela muralha.
26 Tendo chegado a Jerusalém, procurou juntar-se com os discípulos; todos, porém, o temiam, não acreditando que ele fosse discípulo.
27 Mas Barnabé, tomando -o consigo, levou -o aos apóstolos; e contou-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e que este lhe falara, e como em Damasco pregara ousadamente em nome de Jesus.
28 Estava com eles em Jerusalém, entrando e saindo, pregando ousadamente em nome do Senhor.
29 Falava e discutia com os helenistas; mas eles procuravam tirar-lhe a vida.
30 Tendo, porém, isto chegado ao conhecimento dos irmãos, levaram-no até Cesaréia e dali o enviaram para Tarso.
31 A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número.
32 Passando Pedro por toda parte, desceu também aos santos que habitavam em Lida.
33 Encontrou ali certo homem, chamado Enéias, que havia oito anos jazia de cama, pois era paralítico.
34 Disse-lhe Pedro: Enéias, Jesus Cristo te cura! Levanta-te e arruma o teu leito. Ele, imediatamente, se levantou.
35 Viram-no todos os habitantes de Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor.
36 Havia em Jope uma discípula por nome Tabita, nome este que, traduzido, quer dizer Dorcas; era ela notável pelas boas obras e esmolas que fazia.
37 Ora, aconteceu, naqueles dias, que ela adoeceu e veio a morrer; e, depois de a lavarem, puseram-na no cenáculo.
38 Como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, enviaram-lhe dois homens que lhe pedissem: Não demores em vir ter conosco.
39 Pedro atendeu e foi com eles. Tendo chegado, conduziram-no para o cenáculo; e todas as viúvas o cercaram, chorando e mostrando-lhe túnicas e vestidos que Dorcas fizera enquanto estava com elas.
40 Mas Pedro, tendo feito sair a todos, pondo-se de joelhos, orou; e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te! Ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, sentou-se.
41 Ele, dando-lhe a mão, levantou -a; e, chamando os santos, especialmente as viúvas, apresentou -a viva.
42 Isto se tornou conhecido por toda Jope, e muitos creram no Senhor.
43 Pedro ficou em Jope muitos dias, em casa de um curtidor chamado Simão.
Tão logo se converteu, Saulo começou a pregar o nome dAquele que tanto havia combatido (v. 20). No entanto, muitos anos ainda seriam necessários para prepará-lo para o ministério ao qual tinha sido chamado (v. 15). Jovens amigos crentes: não esperem até terem um grande conhecimento para anunciar o Senhor aos outros. Mas também não pensem que, uma vez salvos, vocês já estão habilitados para todo tipo de ministério. Paulo precisou primeiro de um período reservado na Arábia (Gálatas 1:17) e depois outro retiro em Tarso (Atos 9:30 e 11:25) antes que fosse enviado, junto com Barnabé, a anunciar o evangelho às nações. Somente catorze anos após sua conversão os outros apóstolos lhe estenderam "a destra de comunhão" (Gálatas 2:9) para a obra entre os gentios.

As igrejas daquele período inicial tinham quatro belas marcas características: a paz, a edificação, um santo temor e o crescimento operado pelo Espírito Santo (v. 31). O Espírito Santo está conosco ainda hoje para que possamos experimentar e mostrar essas quatro características.

O capítulo termina com a cura de Enéias e a ressurreição de Dorcas: dois milagres operados por Pedro, que vêm a ser o canal para levar muitas almas ao Senhor Jesus e fazer os discípulos gozar o conforto do Espírito Santo.

martes, 1 de setiembre de 2009

Lição Bíblica

Atos 9.1-19
1 Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote
2 e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém.
3 Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor,
4 e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
5 Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues;
6 mas levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer.
7 Os seus companheiros de viagem pararam emudecidos, ouvindo a voz, não vendo, contudo, ninguém.
8 Então, se levantou Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando -o pela mão, levaram-no para Damasco.
9 Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu.
10 Ora, havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. Disse-lhe o Senhor numa visão: Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui, Senhor!
11 Então, o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita, e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está orando
12 e viu entrar um homem, chamado Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista.
13 Ananias, porém, respondeu: Senhor, de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém;
14 e para aqui trouxe autorização dos principais sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome.
15 Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel;
16 pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome.
17 Então, Ananias foi e, entrando na casa, impôs sobre ele as mãos, dizendo: Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo.
18 Imediatamente, lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e tornou a ver. A seguir, levantou-se e foi batizado.
19 E, depois de ter-se alimentado, sentiu-se fortalecido. Então, permaneceu em Damasco alguns dias com os discípulos.
Atos 8:3 mencionava um jovem, Saulo, como sendo um grande adversário dos cristãos. De acordo com suas próprias palavras, era "blasfemo, e perseguidor, e opressor", em resumo, o principal dos pecadores (1 Timóteo 1:13-15). Já não lhe bastava torturar os cristãos de Jerusalém: em seu furor e fanatismo iria persegui-los até mesmo nas cidades estrangeiras onde o evangelho estava chegando (26:11). Porém, o poder de Deus arrancaria de Satanás um de seus melhores instrumentos para colocá-lo a Seu serviço. Aqui está ele, dirigindo-se para Damasco, com uma procuração do sumo sacerdote em mãos, e um implacável ódio no coração contra os seguidores do Senhor. Mas no caminho, por volta do meio-dia, ele repentinamente é cegado por uma luz resplandecente e cai em terra. Imaginemos o choque de Saulo ao perceber que do alto de Sua glória lhe falava agora Jesus, a quem ele perseguia na pessoa dos discípulos. Sim, pois o Senhor Se identifica com Seus amados redimidos; eles são parte dEle mesmo.

Saulo é conduzido a Damasco, em meio a uma profunda obra que estava sendo operada em sua alma. O Senhor encarrega Ananias de visitar o novo convertido para abrir-lhe os olhos e batizá-lo.