martes, 31 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 16.9-20

9 Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios.
10 E, partindo ela, foi anunciá-lo àqueles que, tendo sido companheiros de Jesus, se achavam tristes e choravam.
11 Estes, ouvindo que ele vivia e que fora visto por ela, não acreditaram.
12 Depois disto, manifestou-se em outra forma a dois deles que estavam de caminho para o campo.
13 E, indo, eles o anunciaram aos demais, mas também a estes dois eles não deram crédito.
14 Finalmente, apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado.
15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.
16 Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.
17 Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas;
18 pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.
19 De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus.
20 E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam.
A declaração de Pedro no começo do livro de Atos é um excelente resumo do Evangelho segundo Marcos. O apóstolo recorda "todo o tempo que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós (ações características de serviço), começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas" (Atos 1:21-22). A primeira cena no Evangelho de Marcos foi quando o céu se abriu sobre o Senhor Jesus no rio Jordão e a última é quando o mesmo céu se abre para recebê-LO. Entre as duas cenas, está a Sua vida de serviço e dedicação. Aprovado por Deus em Sua vida e em Sua morte, ocupa daqui em diante à destra da Majestade nas alturas, o lugar de glória que Lhe corresponde. A Sua obra está consumada. Agora cabe aos discípulos realizar a obra deles, seguindo tanto as instruções dos versículos 15 a 18 como o grande Exemplo que tiveram diante de seus olhos. Porém, eles não são abandonados a fazê-lo por conta própria. O Senhor é visto nas alturas como Aquele que dirige a obra dos Seus. O serviço é um privilégio eterno que Ele empreende com amor. Servo para sempre (vide Êxodo 21:6; Deuteronômio 15:17 e Lucas 12:37), Ele coopera com os Seus discípulos e os acompanha com Seu poder (v. 20; Atos 14:3 e Hebreus 2:4). Nós, cristãos, somos convocados a seguir as Suas pegadas e a testemunhar desse mesmo Evangelho (v. 15); poderemos também contar com os mesmos cuidados de Seu amor se tivermos em nosso coração o desejo de servi-LO enquanto esperamos por Sua volta.

lunes, 30 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 15.42-47

42 Ao cair da tarde, por ser o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado,
43 vindo José de Arimatéia, ilustre membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, dirigiu-se resolutamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus.
44 Mas Pilatos admirou-se de que ele já tivesse morrido. E, tendo chamado o centurião, perguntou-lhe se havia muito que morrera.
45 Após certificar-se, pela informação do comandante, cedeu o corpo a José.
46 Este, baixando o corpo da cruz, envolveu -o em um lençol que comprara e o depositou em um túmulo que tinha sido aberto numa rocha; e rolou uma pedra para a entrada do túmulo.
47 Ora, Maria Madalena e Maria, mãe de José, observaram onde ele foi posto.
Marcos 16.1-8

1 Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem embalsamá-lo.
2 E, muito cedo, no primeiro dia da semana, ao despontar do sol, foram ao túmulo.
3 Diziam umas às outras: Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo?
4 E, olhando, viram que a pedra já estava removida; pois era muito grande.
5 Entrando no túmulo, viram um jovem assentado ao lado direito, vestido de branco, e ficaram surpreendidas e atemorizadas.
6 Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui; vede o lugar onde o tinham posto.
7 Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galiléia; lá o vereis, como ele vos disse.
8 E, saindo elas, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de temor e de assombro; e, de medo, nada disseram a ninguém.

Agora, passada a hora da cruz em que o Salvador ficou só, Deus se compraz em evidenciar a solicitude e a consideração de algumas pessoas devotas que honraram o Seu Filho. Em primeiro lugar é José de Arimatéia, quem pede a Pilatos o corpo do Senhor Jesus e se ocupa, reverente, do Seu sepultamento. Depois vemos três mulheres indo apressadamente ao túmulo logo ao amanhecer do dia da ressurreição. Elas eram daquelas que "o acompanhavam e serviam" antes de assistirem com grande tristeza à cena da cruz (15:40-41). Em seu desejo de realizar um último serviço Àquele que pensam ter perdido, levam aromas especiais para embalsamar o corpo dEle. Porém, elas têm de aprender que esses preparativos são desnecessários, pois um anjo lhes anuncia a gloriosa nova: "Ele ressuscitou". Contudo, havia uma outra mulher que não se encontrava no túmulo: a que no capítulo 14:3 havia ungido os pés do Senhor Jesus. Era por falta de afeição de sua parte? Não, ela havia dado prova do contrário - pois soube discernir o momento correto de derramar o seu perfume de nardo puro sobre o Senhor. Recordemos que a dedicação de nosso amor sempre é mais preciosa ao coração do Senhor quando acompanhada pelo discernimento de Sua vontade e pela obediência a Sua Palavra.

domingo, 29 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 15.22-41

22 E levaram Jesus para o Gólgota, que quer dizer Lugar da Caveira.
23 Deram-lhe a beber vinho com mirra; ele, porém, não tomou.
24 Então, o crucificaram e repartiram entre si as vestes dele, lançando-lhes sorte, para ver o que levaria cada um.
25 Era a hora terceira quando o crucificaram.
26 E, por cima, estava, em epígrafe, a sua acusação: O REI DOS JUDEUS.
27 Com ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda.
28 E cumpriu-se a Escritura que diz: Com malfeitores foi contado .
29 Os que iam passando, blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ah! Tu que destróis o santuário e, em três dias, o reedificas!
30 Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!
31 De igual modo, os principais sacerdotes com os escribas, escarnecendo, entre si diziam: Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se;
32 desça agora da cruz o Cristo, o rei de Israel, para que vejamos e creiamos. Também os que com ele foram crucificados o insultavam.
33 Chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona.
34 À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
35 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Vede, chama por Elias!
36 E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo -a na ponta de um caniço, deu-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo!
37 Mas Jesus, dando um grande brado, expirou.
38 E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo.
39 O centurião que estava em frente dele, vendo que assim expirara, disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus.
40 Estavam também ali algumas mulheres, observando de longe; entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé;
41 as quais, quando Jesus estava na Galiléia, o acompanhavam e serviam; e, além destas, muitas outras que haviam subido com ele para Jerusalém.
O homem realiza o mais infame crime de todos os tempos: Ele crucifica o Filho de Deus e não Lhe poupa nenhuma forma de sofrimento e humilhação. O Salvador está pendurado no madeiro amaldiçoado (Gálatas 3:13), e o Seu amor pelo Pai e pelos homens ali O mantém. O Senhor Jesus sendo "contado com os transgressores", como haviam profetizado as Escrituras (v. 28; Isaías 53:12), padecendo ainda todo tipo de insultos e provocações nesta cruz. O mundo O rejeita (e dessa maneira condena-se a si mesmo), mas agora também o céu se fecha para Ele, e isso fica expresso em Seu grito de indizível angústia: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (v. 34; vide Amós 8:9-10). O céu está fechado para Ele a fim de que possa ser aberto para nós. Foi para conduzir "muitos filhos à glória" que o Autor de nossa salvação foi aperfeiçoado por meio de sofrimentos (Hebreus 2:10). Essa página da sagrada Escritura, sobre a qual a nossa fé repousa com adoração, constitui o incontestável documento que nos garante acesso à glória dos céus; e, como sinal de que esse acesso nos foi possibilitado, rasga-se o véu do santuário (v. 38) - que velava o lugar da habitação de Deus. O grito em alta voz do Salvador ao morrer é prova de que Ele mesmo deixou a Sua vida, voluntariamente, em plena posse de Sua força. É o último ato de obediência dAquele que havia vindo a Terra para servir, sofrer e morrer, entregando a Sua preciosa vida em resgate por muitos (10:45).

sábado, 28 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 15.1-21

1 Logo pela manhã, entraram em conselho os principais sacerdotes com os anciãos, os escribas e todo o Sinédrio; e, amarrando a Jesus, levaram-no e o entregaram a Pilatos.
2 Pilatos o interrogou: És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Tu o dizes.
3 Então, os principais sacerdotes o acusavam de muitas coisas.
4 Tornou Pilatos a interrogá-lo: Nada respondes? Vê quantas acusações te fazem!
5 Jesus, porém, não respondeu palavra, a ponto de Pilatos muito se admirar.
6 Ora, por ocasião da festa, era costume soltar ao povo um dos presos, qualquer que eles pedissem.
7 Havia um, chamado Barrabás, preso com amotinadores, os quais em um tumulto haviam cometido homicídio.
8 Vindo a multidão, começou a pedir que lhes fizesse como de costume.
9 E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que eu vos solte o rei dos judeus?
10 Pois ele bem percebia que por inveja os principais sacerdotes lho haviam entregado.
11 Mas estes incitaram a multidão no sentido de que lhes soltasse, de preferência, Barrabás.
12 Mas Pilatos lhes perguntou: Que farei, então, deste a quem chamais o rei dos judeus?
13 Eles, porém, clamavam: Crucifica -o!
14 Mas Pilatos lhes disse: Que mal fez ele? E eles gritavam cada vez mais: Crucifica -o!
15 Então, Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás; e, após mandar açoitar a Jesus, entregou -o para ser crucificado.
16 Então, os soldados o levaram para dentro do palácio, que é o pretório, e reuniram todo o destacamento.
17 Vestiram-no de púrpura e, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça.
18 E o saudavam, dizendo: Salve, rei dos judeus!
19 Davam-lhe na cabeça com um caniço, cuspiam nele e, pondo-se de joelhos, o adoravam.
20 Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe a púrpura e o vestiram com as suas próprias vestes. Então, conduziram Jesus para fora, com o fim de o crucificarem.
21 E obrigaram a Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz.
Como é característico da narrativa deste evangelho, até mesmo a obra de morte deve ser realizada "logo" (v. 1). Agitados pela aproximação da Páscoa e em sua pressa por acabar com este prisioneiro que lhes enche de temor, as autoridades do povo não perdem tempo. Conduzem o Senhor Jesus perante Pilatos, não sem antes amarrar aquelas mãos que haviam curado tantas enfermidades e nunca haviam feito senão o bem. Diante do governador romano, o Salvador novamente guardou silêncio, do qual os Salmos 38:1-15; 39:9 e Lamentações 3:28 revelam os maravilhosos motivos. A Sua oração neste momento é: "Pois em ti, Senhor, espero; tu me atenderás, Senhor Deus meu"; "porque tu fizeste isto".

Pressionado pelos principais sacerdotes, todo o povo, em sua louca cegueira, reclama em coro a liberdade do assassino Barrabás e a crucificação de seu Rei. Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, liberta o criminoso e condena o Homem que sabe ser inocente. Veja até onde pode chegar o desejo de agradar aos homens! (João 19:12).

Os cruéis soldados zombam dEle fingindo submeter-se Àquele que está em seu poder (porém Ele Se entregou voluntariamente). E o homem coroa o seu Criador com espinhos que a terra passou a produzir em conseqüência do pecado do homem (Gênesis 3:18).

viernes, 27 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 14.55-72

55 E os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho contra Jesus para o condenar à morte e não achavam.
56 Pois muitos testemunhavam falsamente contra Jesus, mas os depoimentos não eram coerentes.
57 E, levantando-se alguns, testificavam falsamente, dizendo:
58 Nós o ouvimos declarar: Eu destruirei este santuário edificado por mãos humanas e, em três dias, construirei outro, não por mãos humanas.
59 Nem assim o testemunho deles era coerente.
60 Levantando-se o sumo sacerdote, no meio, perguntou a Jesus: Nada respondes ao que estes depõem contra ti?
61 Ele, porém, guardou silêncio e nada respondeu. Tornou a interrogá-lo o sumo sacerdote e lhe disse: És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito?
62 Jesus respondeu: Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu.
63 Então, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes e disse: Que mais necessidade temos de testemunhas?
64 Ouvistes a blasfêmia; que vos parece? E todos o julgaram réu de morte.
65 Puseram-se alguns a cuspir nele, a cobrir-lhe o rosto, a dar-lhe murros e a dizer-lhe: Profetiza! E os guardas o tomaram a bofetadas.
66 Estando Pedro embaixo no pátio, veio uma das criadas do sumo sacerdote
67 e, vendo a Pedro, que se aquentava, fixou -o e disse: Tu também estavas com Jesus, o Nazareno.
68 Mas ele o negou, dizendo: Não o conheço, nem compreendo o que dizes. E saiu para o alpendre. E o galo cantou.
69 E a criada, vendo -o, tornou a dizer aos circunstantes: Este é um deles.
70 Mas ele outra vez o negou. E, pouco depois, os que ali estavam disseram a Pedro: Verdadeiramente, és um deles, porque também tu és galileu.
71 Ele, porém, começou a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais!
72 E logo cantou o galo pela segunda vez. Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes. E, caindo em si, desatou a chorar.
No meio da noite, o palácio do sumo sacerdote está em grande agitação. O Senhor Jesus está perante Seus acusadores. Falsas testemunhas fazem declarações, mas estas são conflitantes. Contudo o Senhor não tira partido disto para Se defender. É condenado; golpeiam e esmurram-NO; alguém cospe-Lhe na face. O Salvador suporta todos esses ultrajes, os quais já tinham sido preditos pelo profeta Isaías (50:6).

Outra cena triste está ocorrendo no pátio do palácio. Pedro não crera no que lhe havia dito seu Mestre, e até Lhe assegurou: "De nenhum modo te negarei" (v. 31). Depois no Getsêmani, ele não deu ouvidos quando o Senhor lhe disse para vigiar e orar. Eis a razão de sua derrota. De mais a mais, o Salvador havia advertido os discípulos de que "a carne é fraca" (v. 38). Porém, esta era uma verdade que Pedro não estava disposto a aceitar, e por isso ele havia de passar por esta amarga experiência. O que nós não queremos aprender com o Senhor, acatando humildemente a Sua Palavra, teremos de aprender por meios muitas vezes dolorosos, enfrentando o Inimigo de nossas almas.

Para convencer com mais veemência de que ele não conhecia "este homem", Pedro passa a praguejar e a jurar. Não o julguemos; antes pensemos nas muitas maneiras pelas quais podemos negar o Senhor se não vigiarmos: com os nossos atos, com as nossas palavras ou... com o nosso silêncio (vide 1 Coríntios 10:12).

jueves, 26 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 14.32-54

32 Então, foram a um lugar chamado Getsêmani; ali chegados, disse Jesus a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou orar.
33 E, levando consigo a Pedro, Tiago e João, começou a sentir-se tomado de pavor e de angústia.
34 E lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai.
35 E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela hora.
36 E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres.
37 Voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, tu dormes? Não pudeste vigiar nem uma hora?
38 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
39 Retirando-se de novo, orou repetindo as mesmas palavras.
40 Voltando, achou-os outra vez dormindo, porque os seus olhos estavam pesados; e não sabiam o que lhe responder.
41 E veio pela terceira vez e disse-lhes: Ainda dormis e repousais! Basta! Chegou a hora; o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores.
42 Levantai-vos, vamos! Eis que o traidor se aproxima.
43 E logo, falava ele ainda, quando chegou Judas, um dos doze, e com ele, vinda da parte dos principais sacerdotes, escribas e anciãos, uma turba com espadas e porretes.
44 Ora, o traidor tinha-lhes dado esta senha: Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei -o e levai -o com segurança.
45 E, logo que chegou, aproximando-se, disse-lhe: Mestre! E o beijou.
46 Então, lhe deitaram as mãos e o prenderam.
47 Nisto, um dos circunstantes, sacando da espada, feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe a orelha.
48 Disse-lhes Jesus: Saístes com espadas e porretes para prender-me, como a um salteador?
49 Todos os dias eu estava convosco no templo, ensinando, e não me prendestes; contudo, é para que se cumpram as Escrituras.
50 Então, deixando -o, todos fugiram.
51 Seguia -o um jovem, coberto unicamente com um lençol, e lançaram-lhe a mão.
52 Mas ele, largando o lençol, fugiu desnudo.
53 E levaram Jesus ao sumo sacerdote, e reuniram-se todos os principais sacerdotes, os anciãos e os escribas.
54 Pedro seguira -o de longe até ao interior do pátio do sumo sacerdote e estava assentado entre os serventuários, aquentando-se ao fogo.

Aquele que assumiu a forma de servo vai agora mostrar até onde irá a Sua obediência. E esta será até à morte... e morte de cruz! Satanás tenta tudo para fazer com que o Senhor Jesus se desvie do caminho de Sua perfeição. Nesta luta decisiva, a arma de Satanás é oprimir o coração do Senhor, que está ciente da dimensão do horror do cálice da ira de Deus contra o pecado. A arma do Senhor Jesus é a Sua dependência. Um termo que é usado uma única vez pelo Senhor e que se encontra aqui em Marcos expressa a mais profunda intimidade de um momento como esse: "Aba, Pai", disse Ele, na consciência de que esta perfeita comunhão com Deus terá de ser interrompida no momento em que estiver levando o pecado sobre Si, isto é, quando beber o cálice da ira de Deus. Mas é precisamente esse Seu amor sem reservas pelo Pai que O motiva a uma obediência sem reservas: "Não seja o que eu quero, e, sim, o que tu queres" (v. 36).
Ante tal conflito, quão imperdoável é o sono dos discípulos! Pouco tempo antes seu Mestre lhes havia exortado a vigiar e a orar (13:33). Ele lhes pede encarecidamente por três vezes... porém em vão! Mas Ele está preparado. O traidor está chegando acompanhado daqueles que vinham prendê-LO. Pois bem, agora todos O abandonam e fogem (v. 50), inclusive, finalmente, esse jovem coberto com um lençol, o qual representa a profissão cristã que não resiste à prova.

miércoles, 25 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 14.17-31

17 Ao cair da tarde, foi com os doze.
18 Quando estavam à mesa e comiam, disse Jesus: Em verdade vos digo que um dentre vós, o que come comigo, me trairá.
19 E eles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe, um após outro: Porventura, sou eu?
20 Respondeu-lhes: É um dos doze, o que mete comigo a mão no prato.
21 Pois o Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito; mas ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver nascido!
22 E, enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando -o, o partiu e lhes deu, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo.
23 A seguir, tomou Jesus um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos; e todos beberam dele.
24 Então, lhes disse: Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos.
25 Em verdade vos digo que jamais beberei do fruto da videira, até àquele dia em que o hei de beber, novo, no reino de Deus.
26 Tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.
27 Então, lhes disse Jesus: Todos vós vos escandalizareis, porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas.
28 Mas, depois da minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galiléia.
29 Disse-lhe Pedro: Ainda que todos se escandalizem, eu, jamais!
30 Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes.
31 Mas ele insistia com mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. Assim disseram todos.

É chegado o momento da última ceia. Nessa íntima ocasião de despedida, na qual o Senhor Jesus estava desejoso de falar francamente a Seus discípulos, algo angustiava Seu espírito (João 13:21). Não era a cruz que se aproximava, mas a indizível tristeza de saber que ali, entre os doze, havia um homem que decidira sua própria ruína. "Um dentre vós... me trairá." Por sua vez, os discípulos se entristecem e interrogam uns aos outros. Eles não têm aqui a mesma confiança em si mesmos que aparece nos versículos 29 e 31, quando de suas solenes afirmações de devoção, particularmente por parte de Pedro.
Após a saída do traidor (João 13:30), o Senhor institui a santa ceia como memorial. Ele abençoa, parte e distribui o pão aos Seus; a seguir, toma o cálice e, tendo dado graças, dá-lhes também a beber dele. Então lhes explica o significado desses símbolos que são simples e mesmo assim solenes, representando os grandes feitos dos quais trariam contínua recordação: Seu corpo entregue e Seu sangue derramado, os sólidos fundamentos de nossa fé. Leitor amigo, você não teria gostado de estar no cenáculo em volta do seu Salvador? Então, por que não se unir àqueles que, a cada primeiro dia da semana, fazem a vontade do Senhor celebrando a Sua ceia, enquanto esperam a Sua volta?
Após a ceia, o Senhor vai com os Seus onze discípulos para o Monte das Oliveiras.

martes, 24 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 14.1-16

1 Dali a dois dias, era a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos; e os principais sacerdotes e os escribas procuravam como o prenderiam, à traição, e o matariam.
2 Pois diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo.
3 Estando ele em Betânia, reclinado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher trazendo um vaso de alabastro com preciosíssimo perfume de nardo puro; e, quebrando o alabastro, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus.
4 Indignaram-se alguns entre si e diziam: Para que este desperdício de bálsamo?
5 Porque este perfume poderia ser vendido por mais de trezentos denários e dar-se aos pobres. E murmuravam contra ela.
6 Mas Jesus disse: Deixai -a; por que a molestais? Ela praticou boa ação para comigo.
7 Porque os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes.
8 Ela fez o que pôde: antecipou-se a ungir-me para a sepultura.
9 Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua.
10 E Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais sacerdotes, para lhes entregar Jesus.
11 Eles, ouvindo -o, alegraram-se e lhe prometeram dinheiro; nesse meio tempo, buscava ele uma boa ocasião para o entregar.
12 E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando se fazia o sacrifício do cordeiro pascal, disseram-lhe seus discípulos: Onde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a Páscoa?
13 Então, enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: Ide à cidade, e vos sairá ao encontro um homem trazendo um cântaro de água;
14 segui -o e dizei ao dono da casa onde ele entrar que o Mestre pergunta: Onde é o meu aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos?
15 E ele vos mostrará um espaçoso cenáculo mobilado e pronto; ali fazei os preparativos.
16 Saíram, pois, os discípulos, foram à cidade e, achando tudo como Jesus lhes tinha dito, prepararam a Páscoa.
À medida que a morte do Senhor vem se aproximando, tornam-se cada vez mais manifestos os sentimentos que há em cada coração. Há Ódio por parte das autoridades do povo que conspiram em Jerusalém. Há afeto na casa de Simão, o leproso, em Betânia, onde uma mulher, cujo nome não é revelado aqui, pratica uma "boa ação" para com Ele, o fruto de um amor concebido pela compreensão do que fazia. Esta é uma maravilhosa ilustração da adoração prestada pelos filhos de Deus! Eles reconhecem no Salvador desprezado pelo mundo Aquele que é digno de toda homenagem; expressam-Lhe pelo Espírito Santo e num sentimento de sua própria indignidade, esta adoração que é um perfume de inestimável valor para o Seu coração. Mas tais adoradores certamente estão expostos a críticas, até mesmo por parte de certos crentes que colocam as boas ações ou o serviço a favor das almas à frente de qualquer outra atividade cristã. Sem negligenciar essas coisas, não esqueçamos que o louvor é a mais importante das nossas obrigações para com o Senhor. Demo-nos por satisfeitos com a Sua aprovação ao exercermos com um espírito quebrantado (do qual o alabastro é um símbolo) o cumprimento desse santo serviço de adoração, o único que é exclusivo para Ele e para toda eternidade.

Os versículos 10 a 16 nos mostram as providências que os discípulos tomam para preparar a páscoa... e as de Judas para trair o seu Mestre.

lunes, 23 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 13.14-37

14 Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes;
15 quem estiver em cima, no eirado, não desça nem entre para tirar da sua casa alguma coisa;
16 e o que estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa.
17 Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
18 Orai para que isso não suceda no inverno.
19 Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá.
20 Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias.
21 Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis;
22 pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos.
23 Estai vós de sobreaviso; tudo vos tenho predito.
24 Mas, naqueles dias, após a referida tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade,
25 as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados.
26 Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória.
27 E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu.
28 Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.
29 Assim, também vós: quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo, às portas.
30 Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.
31 Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.
32 Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai.
33 Estai de sobreaviso, vigiai e orai; porque não sabeis quando será o tempo.
34 É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie.
35 Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã;
36 para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo.
37 O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!
A Igreja não terá de passar pelas terríveis tribulações que o remanescente judeu irá experimentar (Apocalipse 3:10). Ao repousar sobre esta certeza, devemos, todavia, temer cair no sono espiritual, o qual é, realmente, um perigo enquanto vivemos na longa noite moral e de provas deste mundo. Pensemos no iminente retorno do Senhor e apropriemo-nos das sérias exortações deste capítulo. Uma curta parábola apresenta-nos o Senhor como o dono de uma casa que se ausentou do país depois de ter deixado os seus bens sob a responsabilidade de seus servos. Cada um recebe "a sua obrigação"... precisa e particular. E o Dono não faz qualquer restrição, nem mesmo quanto à diversidade das tarefas a serem feitas. Em algumas traduções desta passagem lemos "a cada um a sua obra"... sugerindo assim um número ilimitado de diferentes tarefas que o Senhor tem preparado para os Seus (conforme Romanos 12:6-8).

A breve instrução recebida pelo porteiro, ao qual foi ordenado vigiar (v. 34), é igualmente dirigida "a todos"... a saber, a você e a mim (v. 37). E (observem este detalhe) é com esta palavra "vigiai" que terminam os ensinamentos do Senhor Jesus no Evangelho de Marcos. Guardemos então esta palavra em nossos corações, como se conserva cuidadosamente a última recomendação de um ser amado que nos deixou, mas que voltará de novo.

domingo, 22 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 13.1-13

1 Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um de seus discípulos: Mestre! Que pedras, que construções!
2 Mas Jesus lhe disse: Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada.
3 No monte das Oliveiras, defronte do templo, achava-se Jesus assentado, quando Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular:
4 Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se.
5 Então, Jesus passou a dizer-lhes: Vede que ninguém vos engane.
6 Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e enganarão a muitos.
7 Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim.
8 Porque se levantará nação contra nação, e reino, contra reino. Haverá terremotos em vários lugares e também fomes. Estas coisas são o princípio das dores.
9 Estai vós de sobreaviso, porque vos entregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis açoitados, e vos farão comparecer à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho.
10 Mas é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações.
11 Quando, pois, vos levarem e vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.
12 Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão.
13 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.

Os discípulos estão impressionados pela grandeza e pela beleza exterior das construções do templo. Mas "o Senhor não vê como vê o homem" (1 Samuel 16:7; Isaías 11:3). Ele já tinha entrado neste templo e constatado a iniqüidade que tomava conta dele (11:11). Agora também olhava para adiante, para os acontecimentos que poucos anos depois de Sua rejeição trariam a ruína sobre a cidade culpada. A história nos ensina que, em 70 A.D., Jerusalém foi objeto de um terrível cerco e depois foi quase totalmente destruída pelo exército de Tito. Esse terrível castigo provou grandemente a fé dos crentes que eram tão apegados à cidade santa. Mas o Senhor Jesus os havia encorajado de antemão com as palavras que temos aqui (vv. 2,11,13). Quantos filhos de Deus, ao passar por perseguições, tiveram, por meio delas experiências maravilhosas! No momento de testemunhar, o Espírito Santo lhes dava o que eles tinham a dizer. Foi o que aconteceu com Pedro ao ser intimado a depor diante das autoridades, dos anciãos e dos escribas em Atos 4:8 e com Estêvão em Atos 7:55. Nós também podemos, de acordo com a nossa medida e segundo as nossas necessidades, experimentar esse poder do Espírito Santo quando O deixamos operar em nós.

sábado, 21 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 12.35-44

35 Jesus, ensinando no templo, perguntou: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?
36 O próprio Davi falou, pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.
37 O mesmo Davi chama-lhe Senhor; como, pois, é ele seu filho? E a grande multidão o ouvia com prazer.
38 E, ao ensinar, dizia ele: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes talares e das saudações nas praças;
39 e das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos primeiros lugares nos banquetes;
40 os quais devoram as casas das viúvas e, para o justificar, fazem longas orações; estes sofrerão juízo muito mais severo.
41 Assentado diante do gazofilácio, observava Jesus como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias.
42 Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante.
43 E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes.
44 Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento.
Agora é a vez do Senhor Jesus deixar os seus críticos embaraçados com uma pergunta bastante delicada: como pode o Cristo ser ao mesmo tempo o Filho e o Senhor de Davi? (vide Salmo 89:3-4, 23 e 36). Eles não sabem como explicar isto e o orgulho deles impede-lhes de pedir a resposta... do próprio Cristo. É justamente por causa de Sua rejeição que o Filho de Davi ocuparia a posição celestial que Lhe é atribuída no Salmo 110.

A fim de colocar o povo em guarda contra esses líderes indignos, o Senhor então faz um triste retrato dos escribas vaidosos, avarentos e hipócritas. Infelizmente, esses traços têm, às vezes, caracterizado também outros "líderes espirituais" afora os de Israel! (vide 1 Timóteo 6:5).

No versículo 41, vemos o Senhor Jesus assentado em frente ao gazofilácio do templo. Com o Seu olhar penetrante, o qual já tínhamos visto contemplando a todos e a todas as coisas, Ele observa, não o quanto se dá (a única coisa que interessa aos homens), mas como cada um dá à causa de Deus. E eis aí essa pobre viúva com a sua tocante oferta: as duas pequenas moedas que lhe restavam para viver. Emocionado, o Senhor chama os Seus discípulos e comenta o que acaba de ver. Ah! essa oferta extraordinária - "tudo quanto possuía" - provou não somente a afeição desta mulher pelo Senhor e por Sua casa, mas também a total confiança que tinha em Deus para atender a suas necessidades (conforme 1 Reis 17:12-13).

viernes, 20 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 12.18-34

18 Então, os saduceus, que dizem não haver ressurreição, aproximaram-se dele e lhe perguntaram, dizendo:
19 Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se morrer o irmão de alguém e deixar mulher sem filhos, seu irmão a tome como esposa e suscite descendência a seu irmão.
20 Ora, havia sete irmãos; o primeiro casou e morreu sem deixar descendência;
21 o segundo desposou a viúva e morreu, também sem deixar descendência; e o terceiro, da mesma forma.
22 E, assim, os sete não deixaram descendência. Por fim, depois de todos, morreu também a mulher.
23 Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de qual deles será ela a esposa? Porque os sete a desposaram.
24 Respondeu-lhes Jesus: Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?
25 Pois, quando ressuscitarem de entre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento; porém, são como os anjos nos céus.
26 Quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido no Livro de Moisés, no trecho referente à sarça, como Deus lhe falou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó?
27 Ora, ele não é Deus de mortos, e sim de vivos. Laborais em grande erro.
28 Chegando um dos escribas, tendo ouvido a discussão entre eles, vendo como Jesus lhes houvera respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o principal de todos os mandamentos?
29 Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!
30 Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.
31 O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.
32 Disse-lhe o escriba: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que ele é o único, e não há outro senão ele,
33 e que amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios.
34 Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém mais ousava interrogá-lo.
Agora chegam os saduceus para medir a sabedoria do Senhor Jesus. Na realidade, eles não acreditavam na ressurreição (vide Atos 23:8); mas é justamente acerca desse assunto que o Senhor os confronta e os faz silenciar (v. 26). A ressurreição é duplamente confirmada: pelas Escrituras e pelo poder de Deus que ressuscitou a Cristo dos mortos (v. 24). E, ainda assim, é provável que não haja nenhuma outra verdade mais combatida pela incredulidade dos homens (vide Atos 17:32 e 26:8). Paulo demonstra em 1 Coríntios 15 que a ressurreição é um dos fundamentos essenciais do Cristianismo, o qual não pode ser tocado sem com isso arruinar completamente a nossa fé.

Em contraste aos debatedores precedentes, o escriba mostra-se honesto e inteligente quando interroga o Senhor sobre o principal de todos os mandamentos. O amor, responde o Senhor Jesus, é o principal mandamento; amor a Deus e ao próximo, nisso se resume o cumprimento da lei (Romanos 13:10; Gálatas 5:14). Queridos amigos, não deveríamos nós amar mais do que os filhos de Israel, nós, que fomos procurados e que estávamos mais distanciados de Deus do que eles (nós, que procedemos das nações estranhas às alianças da promessa) e que pelo sangue de Cristo fomos aproximados a uma relação de filhos do Deus de amor? (Efésios 2:12-13).

jueves, 19 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 12.1-17

1 Depois, entrou Jesus a falar-lhes por parábola: Um homem plantou uma vinha,
cercou -a de uma sebe, construiu um lagar, edificou uma torre, arrendou -a a uns
lavradores e ausentou-se do país.
2 No tempo da colheita, enviou um servo aos lavradores para que recebesse deles
dos frutos da vinha;
3 eles, porém, o agarraram, espancaram e o despacharam vazio.
4 De novo, lhes enviou outro servo, e eles o esbordoaram na cabeça e o
insultaram.
5 Ainda outro lhes mandou, e a este mataram. Muitos outros lhes enviou, dos
quais espancaram uns e mataram outros.
6 Restava-lhe ainda um, seu filho amado; a este lhes enviou, por fim, dizendo:
Respeitarão a meu filho.
7 Mas os tais lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; ora, vamos,
matemo-lo, e a herança será nossa.
8 E, agarrando -o, mataram-no e o atiraram para fora da vinha.
9 Que fará, pois, o dono da vinha? Virá, exterminará aqueles lavradores e
passará a vinha a outros.
10 Ainda não lestes esta Escritura: A pedra que os construtores rejeitaram, essa
veio a ser a principal pedra, angular;
11 isto procede do Senhor, e é maravilhoso aos nossos olhos?
12 E procuravam prendê-lo, mas temiam o povo; porque compreenderam que contra
eles proferira esta parábola. Então, desistindo, retiraram-se.
13 E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em
alguma palavra.
14 Chegando, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te importas
com quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens; antes, segundo
a verdade, ensinas o caminho de Deus; é lícito pagar tributo a César ou não?
Devemos ou não devemos pagar?
15 Mas Jesus, percebendo-lhes a hipocrisia, respondeu: Por que me experimentais?
Trazei-me um denário para que eu o veja.
16 E eles lho trouxeram. Perguntou-lhes: De quem é esta efígie e inscrição?
Responderam: De César.
17 Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de
Deus. E muito se admiraram dele.
As autoridades do povo são forçadas a reconhecer-se na aterradora parábola dos
lavradores maus.

Observemos como é descrito (somente aqui em Marcos) o último enviado do Dono da
vinha: "Restava-lhe ainda um, seu filho amado" (v. 6). Esta frase nos recorda as
palavras que Deus disse a Abraão: "Toma teu filho, teu único filho... a quem
amas" (Gênesis 22:2). Temos aí uma comovente indicação das afeições do Pai pelo
Seu Filho amado, Que Ele sacrificou por nós!

Assim desmascarados, os fariseus e os herodianos buscam replicar. Com elogios de
hipocrisia, que, apesar disso, testemunhavam do Senhor Jesus ("Sabemos que és
verdadeiro e... segundo a verdade ensinas o caminho de Deus" - v. 14), eles
tentam surpreendê-LO com uma das mais sutis perguntas. Se a Sua resposta fosse
"sim", isso O teria desqualificado como Messias; se fosse "não", eles O
acusariam aos romanos. Ele lhes responde da única maneira que não esperavam:
dirigindo-Se à consciência deles. Que divina e admirável sabedoria! Ainda assim,
quanto não teve de sofrer o Salvador, em Quem tudo era verdade e amor, por essa
má fé, essa maldade, sim, por essa constante "oposição dos pecadores contra si
mesmo" (vide Ezequiel 13:22).

miércoles, 18 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 11.15-33

15 E foram para Jerusalém. Entrando ele no templo, passou a expulsar os que ali vendiam e compravam; derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
16 Não permitia que alguém conduzisse qualquer utensílio pelo templo;
17 também os ensinava e dizia: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes transformado em covil de salteadores.
18 E os principais sacerdotes e escribas ouviam estas coisas e procuravam um modo de lhe tirar a vida; pois o temiam, porque toda a multidão se maravilhava de sua doutrina.
19 Em vindo a tarde, saíram da cidade.
20 E, passando eles pela manhã, viram que a figueira secara desde a raiz.
21 Então, Pedro, lembrando-se, falou: Mestre, eis que a figueira que amaldiçoaste secou.
22 Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus;
23 porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele.
24 Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco.
25 E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas.
26 Mas, se não perdoardes, também vosso Pai celestial não vos perdoará as vossas ofensas.
27 Então, regressaram para Jerusalém. E, andando ele pelo templo, vieram ao seu encontro os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos
28 e lhe perguntaram: Com que autoridade fazes estas coisas? Ou quem te deu tal autoridade para as fazeres?
29 Jesus lhes respondeu: Eu vos farei uma pergunta; respondei-me, e eu vos direi com que autoridade faço estas coisas.
30 O batismo de João era do céu ou dos homens? Respondei!
31 E eles discorriam entre si: Se dissermos: Do céu, dirá: Então, por que não acreditastes nele?
32 Se, porém, dissermos: dos homens, é de temer o povo. Porque todos consideravam a João como profeta.
33 Então, responderam a Jesus: Não sabemos. E Jesus, por sua vez, lhes disse: Nem eu tampouco vos digo com que autoridade faço estas coisas.

O Senhor purifica o templo que Ele havia inspecionado no dia anterior. O zelo pela casa de Seu Deus consome o perfeito Servo (João 2:17).

"Em vindo a tarde", Ele deixa a cidade corrompida, porém retorna no dia seguinte, passando em frente da figueira ressecada. Ao responder à observação de Pedro, o Senhor Jesus não dá ênfase ao Seu próprio poder, antes dirige os pensamentos dos discípulos a Deus. É como se Ele lhes dissesse: "Aquele (Deus) que me respondeu está também disposto a atender às vossas orações e a remover todo obstáculo de vosso caminho, mesmo que este seja tão alto como uma montanha". Ter fé em Deus não significa esforçar-nos para crer na realização de nossos desejos; mas é simplesmente contar com Deus, com Aquele que conhecemos, que é fiel e que nos ama. Mas há uma situação na qual Deus certamente não poderá nos responder: É quando temos "alguma cousa contra alguém". Isto é uma intransponível montanha no caminho de nossas relações com Ele. É um empecilho que deve ser removido imediatamente, a fim de que a nossa relação com Deus e com nossos irmãos possa ser restabelecida, e para que os "caminhos" do coração voltem a ser "aplanados", como diz o Salmo 84:5.

Com o versículo 27, começam os últimos discursos do Senhor, no curso das quais Ele envergonha, um após o outro, a todos os Seus adversários.

martes, 17 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 11.1-14

1 Quando se aproximavam de Jerusalém, de Betfagé e Betânia, junto ao monte das Oliveiras, enviou Jesus dois dos seus discípulos
2 e disse-lhes: Ide à aldeia que aí está diante de vós e, logo ao entrar, achareis preso um jumentinho, o qual ainda ninguém montou; desprendei -o e trazei -o.
3 Se alguém vos perguntar: Por que fazeis isso? Respondei: O Senhor precisa dele e logo o mandará de volta para aqui.
4 Então, foram e acharam o jumentinho preso, junto ao portão, do lado de fora, na rua, e o desprenderam.
5 Alguns dos que ali estavam reclamaram: Que fazeis, soltando o jumentinho?
6 Eles, porém, responderam conforme as instruções de Jesus; então, os deixaram ir.
7 Levaram o jumentinho, sobre o qual puseram as suas vestes, e Jesus o montou.
8 E muitos estendiam as suas vestes no caminho, e outros, ramos que haviam cortado dos campos.
9 Tanto os que iam adiante dele como os que vinham depois clamavam: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!
10 Bendito o reino que vem, o reino de Davi, nosso pai! Hosana, nas maiores alturas!
11 E, quando entrou em Jerusalém, no templo, tendo observado tudo, como fosse já tarde, saiu para Betânia com os doze.
12 No dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome.
13 E, vendo de longe uma figueira com folhas, foi ver se nela, porventura, acharia alguma coisa. Aproximando-se dela, nada achou, senão folhas; porque não era tempo de figos.
14 Então, lhe disse Jesus: Nunca jamais coma alguém fruto de ti! E seus discípulos ouviram isto.
O caminho do Senhor está chegando a seu fim. Ele faz a Sua entrada triunfal em Jerusalém e vai ao templo, onde começa por observar em Sua volta todas as coisas (v. 11), como se perguntasse: "Estou em casa aqui?" Esse detalhe, próprio do Evangelho de Marcos, mostra-nos que Deus nunca julga e condena precipitadamente um estado de coisas (compare Gênesis 18:21). Mas quais devem ter sido os sentimentos do Senhor ao ver que esta casa de oração estava tão profanada?

Ele deixa este lugar manchado e retira-Se a Betânia para passar a noite com o pequeno número dos que O reconhecem e O amam. Betânia significa tanto "casa do necessitado" como também "casa de figos" . É como se Ele, o pobre (Salmo 40:17), só em Betânia tivesse achado algum fruto para Deus ("figos muito bons", conforme Jeremias 24:2). Isso foi um consolo ao Seu coração, e até mesmo uma amostra prévia do fruto decorrente do "penoso trabalho de sua alma" na cruz.

"No dia seguinte, quando saíram de Betânia" (v. 12), o Senhor Jesus amaldiçoa a figueira estéril, a qual representa Israel na condição como o Senhor a encontrou e, de maneira geral, o homem natural, do qual Deus não pôde tirar nenhum fruto para Si, apesar de suas aparências religiosas (as folhas), as quais Ele definitivamente condenou: "Eu os consumirei de todo, diz o Senhor; não haverá uvas na vide, nem figos na figueira, e a folha já está murcha; e já lhes designei os que passarão sobre eles" (Jeremias 8:13).

lunes, 16 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 10.35-52

35 Então, se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir.
36 E ele lhes perguntou: Que quereis que vos faça?
37 Responderam-lhe: Permite-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda.
38 Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado?
39 Disseram-lhe: Podemos. Tornou-lhes Jesus: Bebereis o cálice que eu bebo e recebereis o batismo com que eu sou batizado;
40 quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda, não me compete concedê-lo; porque é para aqueles a quem está preparado.
41 Ouvindo isto, indignaram-se os dez contra Tiago e João.
42 Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade.
43 Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva;
44 e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos.
45 Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
46 E foram para Jericó. Quando ele saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho
47 e, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!
48 E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele cada vez gritava mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim!
49 Parou Jesus e disse: Chamai -o. Chamaram, então, o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama.
50 Lançando de si a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus.
51 Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver.
52 Então, Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente tornou a ver e seguia a Jesus estrada fora.

Observemos a fé de Tiago e João. Eles sabiam que o seu Mestre era o Messias, o Herdeiro do reino e que eles teriam parte com Ele ali. Porém o pedido que eles fazem ao Senhor denuncia a ignorância e a vaidade de seus corações naturais. Cheio de graça, o Senhor reúne os Seus discípulos ao Seu redor e faz uso desta infeliz atitude dos dois irmãos para instruí-los (e isto serve também para nós). Não compreendiam que tinham diante de si o maior Exemplo de humildade? Aquele que tinha todos os direitos de ser servido quis voluntariamente fazer-Se servo para libertar a Sua criatura e pagar com a própria vida o resgate exigido pelo soberano Juiz. O maravilhoso versículo 45 poderia ser chamado de o versículo-chave do Evangelho, pois o resume muito bem.

O Espírito Santo nos mostra nesse capítulo três atitudes completamente distintas: o jovem rico que o Senhor convida a segui-LO, o qual Lhe dá as costas (vv. 21, 22); os discípulos, que também foram chamados, e que O seguem tomados de apreensões (v. 32) embora se vangloriando de sua renúncia (v. 28); e finalmente, este pobre cego, a quem o Senhor Jesus nada pede após curá-lo, mas que, sem dizer uma palavra e lançando de si a capa que podia detê-lo em sua marcha, segue-O "estrada fora" V. 52).

domingo, 15 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 10.23-34

23 Então, Jesus, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!
24 Os discípulos estranharam estas palavras; mas Jesus insistiu em dizer-lhes: Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus!
25 É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
26 Eles ficaram sobremodo maravilhados, dizendo entre si: Então, quem pode ser salvo?
27 Jesus, porém, fitando neles o olhar, disse: Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível.
28 Então, Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos.
29 Tornou Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho,
30 que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna.
31 Porém muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros.
32 Estavam de caminho, subindo para Jerusalém, e Jesus ia adiante dos seus discípulos. Estes se admiravam e o seguiam tomados de apreensões. E Jesus, tornando a levar à parte os doze, passou a revelar-lhes as coisas que lhe deviam sobrevir, dizendo:
33 Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e o entregarão aos gentios;
34 hão de escarnecê-lo, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo; mas, depois de três dias, ressuscitará.
No Antigo Testamento as bênçãos eram terrenas e as riquezas eram consideradas como uma prova do favor de Deus (vide Deuteronômio 8:18). Eis aqui o motivo do assombro dos discípulos. Eles acabavam de ver um homem próspero, aparentemente abençoado por Deus, amável, de conduta irrepreensível, disposto a fazer muitas coisas boas. E o Senhor o deixou partir. Que coisa! Se tais vantagens não davam acesso ao reino de Deis, quem então podia ser salvo? O Senhor Jesus lhes responde que a salvação realmente é algo impossível para o homem realizar. Só Deus pode salvar.

Note que o Senhor não condena aqui os ricos, mas "os que confiam nas riquezas". Ademais, seguir a Jesus implica inevitavelmente na renúncia de algumas coisas, o que para certas pessoas pode ser algo muito doloroso (v. 29). Mas se elas renunciam por amor ao Senhor e ao Evangelho, isto ao mesmo tempo será para elas uma fonte de incomparáveis alegrias, sendo que a primeira delas será a consciência da aprovação do Senhor. Sim, o penetrante olhar do Senhor (v. 21,23,27) lê os nossos corações para ver se a motivação pela qual agimos é boa - se há uma verdadeira resposta ao amor d'Aquele que tudo deixou por nós (vide Zacarias 7:5).

Neste capítulo encontramos várias características da carne: é atrativa (vv. 17-22); é presunçosa (v. 28); é temerosa (v. 32); e, finalmente, é egoísta (vv. 35-40).

sábado, 14 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 10.1-22

1 Levantando-se Jesus, foi dali para o território da Judéia, além do Jordão. E outra vez as multidões se reuniram junto a ele, e, de novo, ele as ensinava, segundo o seu costume.
2 E, aproximando-se alguns fariseus, o experimentaram, perguntando-lhe: É lícito ao marido repudiar sua mulher?
3 Ele lhes respondeu: Que vos ordenou Moisés?
4 Tornaram eles: Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e repudiar.
5 Mas Jesus lhes disse: Por causa da dureza do vosso coração, ele vos deixou escrito esse mandamento;
6 porém, desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher.
7 Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe e unir-se -á a sua mulher,
8 e, com sua mulher, serão os dois uma só carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne.
9 Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.
10 Em casa, voltaram os discípulos a interrogá-lo sobre este assunto.
11 E ele lhes disse: Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela.
12 E, se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério.
13 Então, lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam.
14 Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus.
15 Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele.
16 Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava.
17 E, pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
18 Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus.
19 Sabes os mandamentos: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua mãe.
20 Então, ele respondeu: Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude.
21 E Jesus, fitando -o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá -o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me.
22 Ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era dono de muitas propriedades.
Os fariseus procuram fazer com que o Senhor Jesus contradiga a Moisés na questão do divórcio. Mas Ele os silencia ao recordar-lhes a ordem das coisas tal como Deus havia criado no princípio (ocasião, portanto, anterior à lei dada por Moisés). O mundo tem corrompido e estragado tudo o que Deus havia estabelecido em Sua bela criação e em particular a instituição do matrimônio.

A dureza de coração e o egoísmo têm conduzido os homens a menosprezar e a perverter tudo que diz respeito ao matrimônio; essa condição também se manifesta na falta de consideração pelas criancinhas. Até mesmo os discípulos deixam-se contagiar por este espírito. Os versículos 13 a 16 nos dão, em relação ao relato de Mateus, alguns detalhes suplementares que são comovedores: o Senhor começa por indignar-Se com a atitude dos discípulos. Daí toma carinhosamente essas crianças nos Seus braços, onde se acham em perfeita segurança. Por fim, é dito expressamente que Ele as abençoa (conforme Mateus 19:13-14).

No incidente que se segue, Marcos é novamente o único a mencionar um ponto de muita importância: o amor do Senhor por um jovem que veio ao Seu encontro. Mas este jovem permanece insensível e se vai, talvez para sempre, preferindo as suas vãs riquezas à companhia presente e eterna d'Aquele que o havia amado.

viernes, 13 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 9.33-50

33 Tendo eles partido para Cafarnaum, estando ele em casa, interrogou os discípulos: De que é que discorríeis pelo caminho?
34 Mas eles guardaram silêncio; porque, pelo caminho, haviam discutido entre si sobre quem era o maior.
35 E ele, assentando-se, chamou os doze e lhes disse: Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos.
36 Trazendo uma criança, colocou -a no meio deles e, tomando -a nos braços, disse-lhes:
37 Qualquer que receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim me receber, não recebe a mim, mas ao que me enviou.
38 Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que, em teu nome, expelia demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não seguia conosco.
39 Mas Jesus respondeu: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e, logo a seguir, possa falar mal de mim.
40 Pois quem não é contra nós é por nós.
41 Porquanto, aquele que vos der de beber um copo de água, em meu nome, porque sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.
42 E quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar.
43 E, se tua mão te faz tropeçar, corta -a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível
44 onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga.
45 E, se teu pé te faz tropeçar, corta -o; é melhor entrares na vida aleijado do que, tendo os dois pés, seres lançado no inferno
46 onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga.
47 E, se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca -o; é melhor entrares no reino de Deus com um só dos teus olhos do que, tendo os dois seres lançado no inferno,
48 onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga.
49 Porque cada um será salgado com fogo.
50 Bom é o sal; mas, se o sal vier a tornar-se insípido, como lhe restaurar o sabor? Tende sal em vós mesmos e paz uns com os outros.
Pobres discípulos! Enquanto o Mestre lhes fala de Seus sofrimentos e de Sua morte, a única coisa que lhes interessa, a ponto de provocar uma disputa entre eles, é a de saber qual entre eles era o maior. Por meio de Sua pergunta o Senhor os sonda (v. 33), para então, com graça e paciência, lhes ensinar o que é humildade.

Esta lição é seguida por outra. Os discípulos tinham pensado que deviam impedir alguém de realizar milagres no nome do Senhor Jesus. Ele "não nos segue", é o pretexto que João apresenta. Mas o Senhor lhes mostra que também nessa questão eles estavam mesmo ocupados consigo mesmo e não com Ele. Vigiemos para não termos um espírito sectário! Muitos cristãos, embora não andem conosco, seguem fielmente e bem de perto ao Senhor no caminho da abnegação e da cruz (capítulo 8:34).

Encontramos em Mateus 5:29 e 18:8 o que corresponde aqui aos versículos 42 a 48. Mas, de uma maneira geral, notamos que no Evangelho de Marcos os ensinamentos do Senhor ocupam menos espaço em comparação com as Suas atividades. Por exemplo, não temos aqui o Sermão do Monte. Poucas palavras, mas muita devoção e abnegação, tal é o caráter do Servo fiel.

jueves, 12 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 9.14-32

14 Quando eles se aproximaram dos discípulos, viram numerosa multidão ao redor e que os escribas discutiam com eles.
15 E logo toda a multidão, ao ver Jesus, tomada de surpresa, correu para ele e o saudava.
16 Então, ele interpelou os escribas: Que é que discutíeis com eles?
17 E um, dentre a multidão, respondeu: Mestre, trouxe-te o meu filho, possesso de um espírito mudo;
18 e este, onde quer que o apanha, lança -o por terra, e ele espuma, rilha os dentes e vai definhando. Roguei a teus discípulos que o expelissem, e eles não puderam.
19 Então, Jesus lhes disse: Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-mo.
20 E trouxeram-lho; quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o agitou com violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se espumando.
21 Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infância, respondeu;
22 e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar; mas, se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.
23 Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê.
24 E imediatamente o pai do menino exclamou com lágrimas: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!
25 Vendo Jesus que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai deste jovem e nunca mais tornes a ele.
26 E ele, clamando e agitando -o muito, saiu, deixando -o como se estivesse morto, a ponto de muitos dizerem: Morreu.
27 Mas Jesus, tomando -o pela mão, o ergueu, e ele se levantou.
28 Quando entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram em particular: Por que não pudemos nós expulsá-lo?
29 Respondeu-lhes: Esta casta não pode sair senão por meio de oração e jejum.
30 E, tendo partido dali, passavam pela Galiléia, e não queria que ninguém o soubesse;
31 porque ensinava os seus discípulos e lhes dizia: O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e o matarão; mas, três dias depois da sua morte, ressuscitará.
32 Eles, contudo, não compreendiam isto e temiam interrogá-lo.
Tendo descido do monte, o Senhor retoma o Seu serviço de amor, do qual o apóstolo Pedro, testemunha de todas essas coisas, faria mais tarde um excelente resumo em Atos 10. "Jesus de Nazaré", diz ele, "andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele" (Atos 10:38). O Senhor encontra uma numerosa multidão falando e discutindo entre eles mesmos. O objeto de toda essa agitação é um pobre menino que, apesar de sua tenra idade, sofria de terríveis crises nervosas provocadas por um demônio. Em vão o pobre pai havia apresentado o caso de seu único filho aos discípulos, pois eles não puderam expulsar esse espírito imundo. Antes de o Senhor Jesus operar a libertação do garoto, Ele apresenta a razão do fracasso deles: incredulidade; porque "tudo é possível ao que crê". Então, com lágrimas, esse homem se entrega ao Senhor. Compreende que não se alcança a fé apenas com um esforço de vontade, e se reconhece incapaz. Precisamos da ajuda divina não somente para a libertação propriamente dita, mas até mesmo para pedir por ela.

No versículo 26, o poder demoníaco manifesta-se ainda uma vez, mas é apenas para que a vitória do Senhor seja evidente. "Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou" (v. 27).

miércoles, 11 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 9.1-13

1 Dizia-lhes ainda: Em verdade vos afirmo que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o reino de Deus.
2 Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte. Foi transfigurado diante deles;
3 as suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar.
4 Apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus.
5 Então, Pedro, tomando a palavra, disse: Mestre, bom é estarmos aqui e que façamos três tendas: uma será tua, outra, para Moisés, e outra, para Elias.
6 Pois não sabia o que dizer, por estarem eles aterrados.
7 A seguir, veio uma nuvem que os envolveu; e dela uma voz dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi.
8 E, de relance, olhando ao redor, a ninguém mais viram com eles, senão Jesus.
9 Ao descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos.
10 Eles guardaram a recomendação, perguntando uns aos outros que seria o ressuscitar dentre os mortos.
11 E interrogaram-no, dizendo: Por que dizem os escribas ser necessário que Elias venha primeiro?
12 Então, ele lhes disse: Elias, vindo primeiro, restaurará todas as coisas; como, pois, está escrito sobre o Filho do Homem que sofrerá muito e será aviltado?
13 Eu, porém, vos digo que Elias já veio, e fizeram com ele tudo o que quiseram, como a seu respeito está escrito.
Segundo a promessa do versículo 1, três discípulos agora têm a oportunidade de contemplar por antecipação a chegada do "reino de Deus com poder". Este reino lhes é apresentado na pessoa do próprio Rei, o qual eles reconhecem como o Senhor Jesus, seu Mestre, revestido de majestade real e de resplandecente glória. Ele, que habitualmente ocultou a Sua glória encobrindo-a sob a humilde "forma de servo" (Filipenses 2:6-7), desvenda-a por um momento à vista dos Seus discípulos, que fica assombrados e maravilhados (Salmo 104:1). A seguir uma voz vem da nuvem, cujo apelo também se dirige a nós: "Este é o meu Filho amado: a ele ouvi". Quanto mais grandeza e dignidade tem uma pessoa, tanto mais importância têm as suas palavras. A pessoa que somos convidados a escutar não é outra senão o Filho amado de Deus. Prestemos, pois, às Suas palavras e ensinamentos, uma atenção tanto maior! (Hebreus 12:25).

Por mais que fosse bom estar no alto monte (v. 5), eles tinham que descer outra vez, e o Senhor faz os três discípulos compreender que o que eles viram somente se cumprirá mais tarde. Visto que nem João Batista (representado por Elias, v. 13) foi aceito como seu precursor nem Ele mesmo como Messias, faz-se necessário agora que Ele passe pela cruz e sofra muito antes de entrar em Sua glória (vv. 12-13).

martes, 10 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 8.22-38

22 Então, chegaram a Betsaida; e lhe trouxeram um cego, rogando-lhe que o tocasse.
23 Jesus, tomando o cego pela mão, levou -o para fora da aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa?
24 Este, recobrando a vista, respondeu: Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando.
25 Então, novamente lhe pôs as mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia de modo perfeito.
26 E mandou -o Jesus embora para casa, recomendando-lhe: Não entres na aldeia.
27 Então, Jesus e os seus discípulos partiram para as aldeias de Cesaréia de Filipe; e, no caminho, perguntou-lhes: Quem dizem os homens que sou eu?
28 E responderam: João Batista; outros: Elias; mas outros: Algum dos profetas.
29 Então, lhes perguntou: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu és o Cristo.
30 Advertiu-os Jesus de que a ninguém dissessem tal coisa a seu respeito.
31 Então, começou ele a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem sofresse muitas coisas, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas, fosse morto e que, depois de três dias, ressuscitasse.
32 E isto ele expunha claramente. Mas Pedro, chamando -o à parte, começou a reprová-lo.
33 Jesus, porém, voltou-se e, fitando os seus discípulos, repreendeu a Pedro e disse: Arreda, Satanás! Porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.
34 Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
35 Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la -á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la -á.
36 Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
37 Que daria um homem em troca de sua alma?
38 Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.
Em Betsaida - essa cidade cuja incredulidade o Senhor condena (Mateus 11:21) -, Ele opera ainda um outro milagre em favor de um pobre cego. Foram necessárias duas intervenções do Senhor para curá-lo. Assim também ocorre que, às vezes, são necessários alguns passos até que cheguemos à luz de Deus (Filipenses 1:6).

Depois disso, o Senhor Jesus pergunta a Seus discípulos qual é a opinião das pessoas acerca dEle. A seguir dirige-lhes pessoalmente a questão fundamental: "Mas vós, quem dizeis que eu sou?" Sim, sejam quais forem as opiniões que os demais possam ter acerca do Senhor Jesus, eu devo conhecê-LO pessoalmente. Porém, a estima de Sua pessoa é somente o ponto de partida no caminho em que Ele me convida a segui-LO: o caminho é de abnegação e da cruz onde eu morri juntamente com Ele. Algumas pessoas, quando provadas, falam com resignação da cruz que têm de carregar, ou do "Calvário" que devem aceitar. Mas isto não é o que o Senhor quer dizer aqui. Ele pede a cada crente que tome voluntariamente o fardo do desprezo e do sofrimento que o mundo sempre imporá ao crente que for fiel (Gálatas 6:14). "Por causa de mim", sublinha o Senhor, pois este é o grande segredo que permite ao cristão reconhecer-se como morto para o mundo e para os seus próprios interesses (v. 35; Romanos 8:36).

lunes, 9 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 8.1-21

1 Naqueles dias, quando outra vez se reuniu grande multidão, e não tendo eles o que comer, chamou Jesus os discípulos e lhes disse:
2 Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanecem comigo e não têm o que comer.
3 Se eu os despedir para suas casas, em jejum, desfalecerão pelo caminho; e alguns deles vieram de longe.
4 Mas os seus discípulos lhe responderam: Donde poderá alguém fartá-los de pão neste deserto?
5 E Jesus lhes perguntou: Quantos pães tendes? Responderam eles: Sete.
6 Ordenou ao povo que se assentasse no chão. E, tomando os sete pães, partiu-os, após ter dado graças, e os deu a seus discípulos, para que estes os distribuíssem, repartindo entre o povo.
7 Tinham também alguns peixinhos; e, abençoando-os, mandou que estes igualmente fossem distribuídos.
8 Comeram e se fartaram; e dos pedaços restantes recolheram sete cestos.
9 Eram cerca de quatro mil homens. Então, Jesus os despediu.
10 Logo a seguir, tendo embarcado juntamente com seus discípulos, partiu para as regiões de Dalmanuta.
11 E, saindo os fariseus, puseram-se a discutir com ele; e, tentando -o, pediram-lhe um sinal do céu.
12 Jesus, porém, arrancou do íntimo do seu espírito um gemido e disse: Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se lhe dará sinal algum.
13 E, deixando-os, tornou a embarcar e foi para o outro lado.
14 Ora, aconteceu que eles se esqueceram de levar pães e, no barco, não tinham consigo senão um só.
15 Preveniu-os Jesus, dizendo: Vede, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes.
16 E eles discorriam entre si: É que não temos pão.
17 Jesus, percebendo -o, lhes perguntou: Por que discorreis sobre o não terdes pão? Ainda não considerastes, nem compreendestes? Tendes o coração endurecido?
18 Tendo olhos, não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais
19 de quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? Responderam eles: Doze!
20 E de quando parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? Responderam: Sete!
21 Ao que lhes disse Jesus: Não compreendeis ainda?
Podemos ter diferentes motivos - mais ou menos louváveis - para fazer o bem. Podemos buscar a consideração dos demais como os fariseus, ou talvez pretendamos aquietar a nossa consciência cumprindo com o nosso dever social. E quantas obras, na cristandade, não têm senão estas motivações! Mas o que constantemente movia o Senhor Jesus era a Sua compaixão por essas multidões, as quais alimenta aqui uma segunda vez num ato de poder (v. 2; 6:34). O nosso contato diário com o mundo - com a sua cobiça e sujidade - pode endurecer-nos. Quando estamos habituados a ver à nossa volta a miséria material, moral e sobretudo espiritual, então nós já não mais sofremos muito com isso. Mas o coração do Senhor Jesus permanecia divinamente sensível. O estado do surdo e gago no capítulo 7:34 O fez suspirar, erguendo os olhos ao céu. Aqui, no versículo 12, é a incredulidade dos fariseus que O faz suspirar profundamente. E, finalmente, a dureza do coração de Seus discípulos também O aflige (vide 6:52; 7:18). Os dois milagres dos quais eles haviam participado não tinham sido suficientes para lhes dar confiança em seu Mestre! (João 14:8-9). Quanto o Senhor sofreu durante a Sua vida aqui na Terra por compaixão, mas também por causa da incredulidade e da ingratidão dos homens... e, às vezes, até daqueles que eram Seus!

domingo, 8 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 7.17-37

17 Quando entrou em casa, deixando a multidão, os seus discípulos o interrogaram acerca da parábola.
18 Então, lhes disse: Assim vós também não entendeis? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar,
19 porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e sai para lugar escuso? E, assim, considerou ele puros todos os alimentos.
20 E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina.
21 Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios,
22 a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.
23 Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.
24 Levantando-se, partiu dali para as terras de Tiro e Sidom. Tendo entrado numa casa, queria que ninguém o soubesse; no entanto, não pôde ocultar-se,
25 porque uma mulher, cuja filhinha estava possessa de espírito imundo, tendo ouvido a respeito dele, veio e prostrou-se-lhe aos pés.
26 Esta mulher era grega, de origem siro-fenícia, e rogava-lhe que expelisse de sua filha o demônio.
27 Mas Jesus lhe disse: Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.
28 Ela, porém, lhe respondeu: Sim, Senhor; mas os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem das migalhas das crianças.
29 Então, lhe disse: Por causa desta palavra, podes ir; o demônio já saiu de tua filha.
30 Voltando ela para casa, achou a menina sobre a cama, pois o demônio a deixara.
31 De novo, se retirou das terras de Tiro e foi por Sidom até ao mar da Galiléia, através do território de Decápolis.
32 Então, lhe trouxeram um surdo e gago e lhe suplicaram que impusesse as mãos sobre ele.
33 Jesus, tirando -o da multidão, à parte, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva;
34 depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá!, que quer dizer: Abre-te!
35 Abriram-se-lhe os ouvidos, e logo se lhe soltou o empecilho da língua, e falava desembaraçadamente.
36 Mas lhes ordenou que a ninguém o dissessem; contudo, quanto mais recomendava, tanto mais eles o divulgavam.
37 Maravilhavam-se sobremaneira, dizendo: Tudo ele tem feito esplendidamente bem; não somente faz ouvir os surdos, como falar os mudos.

O Senhor, que conhece bem o coração do homem e não Se deixa enganar pelas aparências, exorta os discípulos a se manter vigilantes contra tudo o que pode vir dele. Esse coração, amado leitor, também nós o possuímos; mas, glória a Deus, há um remédio para esta condição (Salmo 51:10).
Depois de tão triste constatação, podemos imaginar o gozo que o Senhor Jesus teve ao encontrar esta mulher siro-fenícia. A severidade com que parece tratá-la, à primeira vista, põe em evidência não somente uma grande fé, a qual nada pode desanimar, mas também uma verdadeira humildade, pois, em contraste com os fariseus orgulhosos, esta mulher não faz valer nenhum título nem mérito. Ela reconhece o seu verdadeiro lugar diante de Deus e aceita o juízo apropriado à sua condição (Isaías 57:15).
Logo em seguida, depois de afastar um surdo e gago do meio da multidão, tomando-o à parte, o Senhor Jesus lhe restaura o uso dos sentidos. Quem teria algum direito de intrometer-se neste encontro do Salvador com este homem pobre e aflito? A conversão de um pecador exige um contato direto, pessoal e íntimo com o Senhor (vide 8:23).
A nossa leitura termina com o testemunho a respeito do Senhor Jesus por parte da multidão: "Tudo ele tem feito esplendidamente bem" (v. 37). Que cada um de nós, pensando em todo o seu passado, possa confirmar por sua própria experiência: "Sim, Senhor, tudo tu fizeste esplendidamente bem!".

sábado, 7 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 7.1-16

1 Ora, reuniram-se a Jesus os fariseus e alguns escribas, vindos de Jerusalém.
2 E, vendo que alguns dos discípulos dele comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar
3 (pois os fariseus e todos os judeus, observando a tradição dos anciãos, não comem sem lavar cuidadosamente as mãos;
4 quando voltam da praça, não comem sem se aspergirem; e há muitas outras coisas que receberam para observar, como a lavagem de copos, jarros e vasos de metal e camas),
5 interpelaram-no os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos de conformidade com a tradição dos anciãos, mas comem com as mãos por lavar?
6 Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
7 E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.
8 Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens.
9 E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição.
10 Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte.
11 Vós, porém, dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta para o Senhor,
12 então, o dispensais de fazer qualquer coisa em favor de seu pai ou de sua mãe,
13 invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes.
14 Convocando ele, de novo, a multidão, disse-lhes: Ouvi-me, todos, e entendei.
15 Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina.
16 Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.
Os fariseus estão com ciúmes do êxito do Senhor com as multidões, mas, temendo-as, não ousam afrontá-LO abertamente. Então buscam acusar os Seus discípulos, como já o fizeram no capítulo 2:24. Para esses hipócritas, a pureza exterior era muito mais importante do que a de sua consciência, que lhes preocupava menos. Uma religião sem santidade realmente condiz muito mais com o coração natural. Os fariseus só estavam preocupados em obter a aprovação dos homens, e não a de Deus.

Em contraste, o objetivo do crente é, acima de tudo, o de agradar ao Senhor (Gálatas 1:10). E visto que Ele vê o coração, isso nos moverá a realizar uma cuidadosa "limpeza" interior; em outras palavras, a julgar atentamente os nossos pensamentos, motivos e intenções à luz da Palavra, a qual põe em evidência até mesmo a menor das manchas. O Senhor Jesus mostra a esses fariseus que as suas tradições chegam até a contradizer os mandamentos divinos e lhes mostra um caso muito evidente: o do respeito e dos favores que se deve aos pais. Quanto a este assunto, queremos lembrar que não só constava na lei (Êxodo 20:12), mas que é também sublinhado e repetido no Novo Testamento (Efésios 6:1-3; Colossenses 3:20). Mas guardemo-nos das meras tradições! Fazer as coisas só porque "sempre se fez assim" exclui qualquer ponderação e pode conduzir a sérios enganos. Deveríamos sempre examinar o que a Escritura diz.

viernes, 6 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 6.45-56

45 Logo a seguir, compeliu Jesus os seus discípulos a embarcar e passar adiante para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão.
46 E, tendo-os despedido, subiu ao monte para orar.
47 Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar, e ele, sozinho em terra.
48 E, vendo-os em dificuldade a remar, porque o vento lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite, veio ter com eles, andando por sobre o mar; e queria tomar-lhes a dianteira.
49 Eles, porém, vendo -o andar sobre o mar, pensaram tratar-se de um fantasma e gritaram.
50 Pois todos ficaram aterrados à vista dele. Mas logo lhes falou e disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!
51 E subiu para o barco para estar com eles, e o vento cessou. Ficaram entre si atônitos,
52 porque não haviam compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido.
53 Estando já no outro lado, chegaram a terra, em Genesaré, onde aportaram.
54 Saindo eles do barco, logo o povo reconheceu Jesus;
55 e, percorrendo toda aquela região, traziam em leitos os enfermos, para onde ouviam que ele estava.
56 Onde quer que ele entrasse nas aldeias, cidades ou campos, punham os enfermos nas praças, rogando-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste; e quantos a tocavam saíam curados.
Na ocasião da primeira travessia do lago (4:35-41), o Senhor Jesus estava com seus discípulos, ainda que dormindo no barco. Aqui a fé dos doze é ainda mais profundamente provada, pois desta vez o seu Mestre não está com eles. Ele subiu ao monte para orar, enquanto eles, a sós na noite, lutam contra o vento e as ondas. Perderam de vista o Senhor Jesus, mas Ele (observe este fato) os vê sobre o mar agitado (v. 48). Próximo do fim da noite, Ele vem até eles (vide Jó 9:8). Quão despreparados estão para O encontrar! Então, com uma palavra, Ele Se dá a conhecer e os tranqüiliza: "Tende bom ânimo! sou eu. Não temais!" (v. 50). Quantos crentes, passando por provas, já no limite das forças e tendo perdido o ânimo, puderam também ouvir a conhecida voz do Senhor recordando-lhes Sua presença e Seu amor!

Ao desembarcar pela segunda vez na terra de Genesaré, o Senhor Jesus é recebido de maneira totalmente diferente de Sua primeira visita. Embora desta vez não se faça menção do homem chamado "Legião", a impressionante acolhida que Lhe foi reservada não podia ser senão o resultado do fiel testemunho daquele homem (vide cap. 5:20). Que o Senhor assim abençoe o nosso testemunho, enquanto esperamos o Seu retorno!

jueves, 5 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 6.30-44

30 Voltaram os apóstolos à presença de Jesus e lhe relataram tudo quanto haviam feito e ensinado.
31 E ele lhes disse: Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto; porque eles não tinham tempo nem para comer, visto serem numerosos os que iam e vinham.
32 Então, foram sós no barco para um lugar solitário.
33 Muitos, porém, os viram partir e, reconhecendo-os, correram para lá, a pé, de todas as cidades, e chegaram antes deles.
34 Ao desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E passou a ensinar-lhes muitas coisas.
35 Em declinando a tarde, vieram os discípulos a Jesus e lhe disseram: É deserto este lugar, e já avançada a hora;
36 despede-os para que, passando pelos campos ao redor e pelas aldeias, comprem para si o que comer.
37 Porém ele lhes respondeu: Dai-lhes vós mesmos de comer. Disseram-lhe: Iremos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?
38 E ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide ver! E, sabendo -o eles, responderam: Cinco pães e dois peixes.
39 Então, Jesus lhes ordenou que todos se assentassem, em grupos, sobre a relva verde.
40 E o fizeram, repartindo-se em grupos de cem em cem e de cinqüenta em cinqüenta.
41 Tomando ele os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e, partindo os pães, deu-os aos discípulos para que os distribuíssem; e por todos repartiu também os dois peixes.
42 Todos comeram e se fartaram;
43 e ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe.
44 Os que comeram dos pães eram cinco mil homens.
Os apóstolos que agora retornam ao Senhor parecem muito ocupados com o que haviam feito e ansiosos para Lhe relatar tudo. O Mestre sabe que eles necessitam agora de um pouco de repouso e preparou-o para eles "à parte, num lugar deserto", junto com Ele. Nós, que mui facilmente fazemos valer a nossa necessidade de descansar, consideremos algumas das condições para que os discípulos desfrutem este repouso:

(1) ele vem depois da atividade na obra do Senhor;

(2)estamos apenas falando de um pouco de repouso, pois o mundo não pode oferecer um repouso duradouro (vide Miquéias 2:10);

(3) é tomado à parte do mundo e não em meio às distrações que ele pode oferecer;

(4)é desfrutado com o Senhor.

Na verdade, é um descanso de curta duração! Já se reúnem as multidões. O Senhor Jesus alimentará as suas almas, mas depois também os seus corpos (Mateus 4:4); porém, antes os discípulos são postos à prova. Eles tinham acabado de Lhe contar tudo o que fizeram e agora, então, era o momento de provar a sua capacidade em vez de despedir a multidão. "Dai-lhes vós mesmos de comer", disse-lhes o Senhor, para fazê-los compreender que todo poder vem d'Ele. Ao mesmo tempo, em Sua graça, Ele concede que eles sejam co-participantes de Seu gesto de bondade. Uma vez mais vemos nEle sabedoria, poder e amor, características do perfeito Servo.

miércoles, 4 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 6.14-29

14 Chegou isto aos ouvidos do rei Herodes, porque o nome de Jesus já se tornara notório; e alguns diziam: João Batista ressuscitou dentre os mortos, e, por isso, nele operam forças miraculosas.
15 Outros diziam: É Elias; ainda outros: É profeta como um dos profetas.
16 Herodes, porém, ouvindo isto, disse: É João, a quem eu mandei decapitar, que ressurgiu.
17 Porque o mesmo Herodes, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe (porquanto Herodes se casara com ela), mandara prender a João e atá-lo no cárcere.
18 Pois João lhe dizia: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão.
19 E Herodias o odiava, querendo matá-lo, e não podia.
20 Porque Herodes temia a João, sabendo que era homem justo e santo, e o tinha em segurança. E, quando o ouvia, ficava perplexo, escutando -o de boa mente.
21 E, chegando um dia favorável, em que Herodes no seu aniversário natalício dera um banquete aos seus dignitários, aos oficiais militares e aos principais da Galiléia,
22 entrou a filha de Herodias e, dançando, agradou a Herodes e aos seus convivas. Então, disse o rei à jovem: Pede-me o que quiseres, e eu to darei.
23 E jurou-lhe: Se pedires mesmo que seja a metade do meu reino, eu ta darei.
24 Saindo ela, perguntou a sua mãe: Que pedirei? Esta respondeu: A cabeça de João Batista.
25 No mesmo instante, voltando apressadamente para junto do rei, disse: Quero que, sem demora, me dês num prato a cabeça de João Batista.
26 Entristeceu-se profundamente o rei; mas, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, não lha quis negar.
27 E, enviando logo o executor, mandou que lhe trouxessem a cabeça de João. Ele foi, e o decapitou no cárcere,
28 e, trazendo a cabeça num prato, a entregou à jovem, e esta, por sua vez, a sua mãe.
29 Os discípulos de João, logo que souberam disto, vieram, levaram-lhe o corpo e o depositaram no túmulo.
O homem com a consciência pesada vive num estado de temor (vide Provérbios 28:1). Quando Herodes, que havia mandado decapitar João Batista, ouve o povo falar de Jesus, aterroriza-se ao pensar que o profeta poderia ter ressuscitado, pois isto significaria que o próprio Deus havia tomado a defesa de sua vítima. Dada essa mesma razão, os homens se espantarão quando Jesus, o crucificado, aparecer nas nuvens (Apocalipse 6:2, 15-17; 11:10-11).

Quão bendita é a parte de João, o maior dos profetas, em contraste com o destino desse miserável assassino! Este Herodes é mais covarde que cruel, como foi seu pai, Herodes, o Grande. Débil de caráter, dominado por suas paixões, fazia muitas coisas quando escutava a João, exceto acertar a sua vida segundo a vontade de Deus. Fazer muitas coisas, mesmo as boas, não é suficiente para agradar a Deus. Mas eis aqui que chega "um dia favorável"; sim, favorável para Satanás e para as duas mulheres que ele vai usar. Um banquete, a sedução de uma dança, uma promessa irrefletida, cumprida por causa do orgulho... não é preciso mais que isso para se consumar um crime abominável, pago com os mais horrendos tormentos para a consciência.

martes, 3 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 5.21-43

21 Tendo Jesus voltado no barco, para o outro lado, afluiu para ele grande multidão; e ele estava junto do mar.
22 Eis que se chegou a ele um dos principais da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo -o, prostrou-se a seus pés
23 e insistentemente lhe suplicou: Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá.
24 Jesus foi com ele. Grande multidão o seguia, comprimindo -o.
25 Aconteceu que certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia
26 e muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior,
27 tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste.
28 Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada.
29 E logo se lhe estancou a hemorragia, e sentiu no corpo estar curada do seu flagelo.
30 Jesus, reconhecendo imediatamente que dele saíra poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: Quem me tocou nas vestes?
31 Responderam-lhe seus discípulos: Vês que a multidão te aperta e dizes: Quem me tocou?
32 Ele, porém, olhava ao redor para ver quem fizera isto.
33 Então, a mulher, atemorizada e tremendo, cônscia do que nela se operara, veio, prostrou-se diante dele e declarou-lhe toda a verdade.
34 E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal.
35 Falava ele ainda, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre?
36 Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente.
37 Contudo, não permitiu que alguém o acompanhasse, senão Pedro e os irmãos Tiago e João.
38 Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito.
39 Ao entrar, lhes disse: Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não está morta, mas dorme.
40 E riam-se dele. Tendo ele, porém, mandado sair a todos, tomou o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava.
41 Tomando -a pela mão, disse: Talitá cumi!, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te!
42 Imediatamente, a menina se levantou e pôs-se a andar; pois tinha doze anos. Então, ficaram todos sobremaneira admirados.
43 Mas Jesus ordenou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e mandou que dessem de comer à menina.
Um dos principais da sinagoga, chamado Jairo, apela ao Senhor Jesus para curar a sua filha. Mas, estando o Mestre a caminho de sua casa, uma mulher, a qual médico nenhum conseguira curar, busca secretamente valer-se de Seu poder. Querido amigo, talvez você já tenha buscado em vários lugares o remédio para purificar o seu estado de miséria moral; o Senhor Jesus hoje ainda está passando perto de você, talvez pela última vez. Faça o mesmo que essa pobre mulher fez: toque na orla de Suas vestes (conforme 6:56)!

A mulher sabe que foi curada e o Senhor sabe também. Mas é necessário que todos ouçam a respeito disso; eis por que o Senhor Jesus quer que ela vença a sua timidez e proclame publicamente "toda a verdade". Desse modo, em resposta a sua fé, ela ainda obtém uma palavra de graça infinitamente mais maravilhosa do que simplesmente a cura física: "Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz" (v. 34).

Nesse meio tempo, a casa de Jairo estava cheia de alvoroço e choradeira (embora esta não fosse muito sincera - vide v. 40). Mas o Senhor Jesus conforta a esse pobre pai com uma palavra que faz dirigir os pensamentos deste homem (e os nossos também) a Deus: "Não temas, crê somente"! (v. 36). Então, mediante outra palavra, "Talita cumi" - expressão tão comovedora que o Espírito até no-la reservou no mesmo idioma falado pelo Senhor - Ele dá a vida de volta à menina, ressuscitando-a!

lunes, 2 de enero de 2012

Lição Bíblica

Marcos 5.1-20

1 Entrementes, chegaram à outra margem do mar, à terra dos gerasenos.
2 Ao desembarcar, logo veio dos sepulcros, ao seu encontro, um homem possesso de espírito imundo,
3 o qual vivia nos sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo;
4 porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram quebradas por ele, e os grilhões, despedaçados. E ninguém podia subjugá-lo.
5 Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras.
6 Quando, de longe, viu Jesus, correu e o adorou,
7 exclamando com alta voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes!
8 Porque Jesus lhe dissera: Espírito imundo, sai desse homem!
9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
10 E rogou-lhe encarecidamente que os não mandasse para fora do país.
11 Ora, pastava ali pelo monte uma grande manada de porcos.
12 E os espíritos imundos rogaram a Jesus, dizendo: Manda-nos para os porcos, para que entremos neles.
13 Jesus o permitiu. Então, saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram.
14 Os porqueiros fugiram e o anunciaram na cidade e pelos campos. Então, saiu o povo para ver o que sucedera.
15 Indo ter com Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo; e temeram.
16 Os que haviam presenciado os fatos contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado e acerca dos porcos.
17 E entraram a rogar-lhe que se retirasse da terra deles.
18 Ao entrar Jesus no barco, suplicava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele.
19 Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti.
20 Então, ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam.
O Senhor e Seus discípulos desembarcaram na terra dos gerasenos. A primeira pessoa que encontram é um homem completamente possesso de demônios, que faziam dele um ser selvagem e indomável. Que cena terrível; temos neste homem furioso e louco a figura moral do homem pecador, feito em joguete do diabo, levado e atormentado por suas paixões brutais, habitando no domínio da morte espiritual (os sepulcros). Ele era perigoso aos seus semelhantes e só fazia prejudicar-se a si mesmo. Que horrível estar num estado semelhante - e este é o nosso estado por natureza!

Nós, provavelmente nos teríamos afastado de tal criatura com temor e horror. Mas o Senhor Jesus não Se afasta dele, pelo contrário, vai Se ocupar com este miserável, não para atá-lo com correntes como em vão já tinham tentado os habitantes da cidade, mas para libertá-lo de sua miséria e escravidão.

Porém, desse milagre, essa gente somente viu a perda de seus porcos! Mediante a insistência desse povo de que Se retirasse dali, o Senhor Jesus vai embora, deixa para traz uma testemunha - e quem é ela? "o que fora endemoninhado"! (v. 18). Não é esta a imagem do tempo atual? Rejeitado pelo mundo, Cristo mantém no mundo aqueles que tem salvado e lhes dá a missão de anunciar tudo o que o Senhor fez. Como cumprimos esta missão? (Salmo 66:16).