sábado, 28 de junio de 2003

A DOUTRINA DA NATUREZA DO HOMEM

A DOUTRINA DA NATUREZA DO HOMEM
"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e a alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Ts 5.23).
Corpo, alma e espírito; morte e inferno, eis um problema que as seitas não sabem como resolver.
Para leitura:
Lucas 16.19-31
19 - Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.
20 - Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele.
21 - E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.
22 - E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado.
23 - E no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio.
24 - E, clamando, disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
25 - Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é consolado, e tu, atormentado.
26 - E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui pra vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá.
27 - E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que mandes à casa de meu pai,
28 - pois tenho cinco irmãos, para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.
29 - Disse-lhe Abraão: Eles tem Moisés e os profetas; ouçam-nos.
30 - E disse ele: Não, Abraão, meu pai; mas, se algum dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam.
31 - Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.
O rico e Lázaro: um problema para as seitas
A passagem do rico e Lázaro é um fato real, conforme o comprova um exame do original grego. Os títulos dados às passagens bíblicas não vêm dos escritores sagrados, exceto os que aparecem em negrito nos Salmos. São colocados pelas editoras que publicam Bíblias: sociedades ou imprensas bíblicas, para facilitar o estudo das Sagradas Escrituras. Parábola é uma ilustração da qual se extraem lições e verdades espirituais. É uma maneira figurada de se ensinar uma verdade. O caso em apreço não tem por início: "O reino dos céus é semelhante" e nem "assemelhá-lo-ei..." ou algo assim, mas "Havia um homem..." (v. 16) - um modo típico de se introduzir uma narrativa do Antigo Testamento (1 Sm 1.1; Jó 1.1). As seitas falsas sustentam que Lucas 16.19-31 é uma parábola e, dessa maneira, procuram, nos fatos do referido texto, as suas aberrações doutrinárias.
Testemunhas de Jeová. Ensinam que o rico representa a classe dos religiosos: os fariseus, os saduceus e o clero da "cristandade", pois se acham separados de Deus, e mortos quanto ao seu favor. Lázaro representa o povo comum que recebe a Cristo, e expõe a sua mensagem perante a classe representada pelo rico. O sofrimento representa as verdades que os seguidores de Cristo pregam. Se as Testemunhas de Jeová ensinam que com a morte tudo se acaba, que o Hades é a sepultura, e que os mortos estão inconscientes, como pode o Hades ilustrar tal sofrimento? Como pode o estado de inconsciência ilustrar esse sofrimento? Onde está escrito que o rico representa a classe dos fariseus, dos saduceus e do clero da cristandade? Desde quando a riqueza, na Bíblia, representa a falsa religião? É só o pobre que segue a Cristo? Claro que não!
Adventistas do Sétimo Dia. Dizem que Jesus se prevaleceu de idéias errôneas para ilustrar uma verdade, e que doutrinas não podem ser baseadas em parábolas. Antes de mais nada, convém salientar que a nossa doutrina está baseada em toda a Bíblia, e não meramente em uma "parábola". Em segundo lugar, Jesus jamais deixaria firmar-se em doutrinas errôneas. E, em terceiro lugar, não se trata de uma parábola, mas de um fato real.
O homem
Dicotomia. Há teólogos que admitem que o homem é constituído apenas de corpo e alma-espírito. Devemos, porém, saber a diferença entre o que a Bíblia diz, e o que os teólogos dizem da Bíblia. Os teólogos não são absolutos; a Bíblia é que o é; a infalível palavra de Deus.
Tricotomia. A Bíblia é clara em textos como 1 Ts 5.23 e Hb 4.12, onde o homem é identificado como que constituído de corpo, alma e espírito. O corpo é o invólucro da substância imaterial; a alma, a sede dos apetites e das emoções; e o espírito, a sede da adoração a Deus. A isso chamamos tricotomia.
Alma. Os Adventistas do Sétimo Dia e as Testemunhas de Jeová, porém, usam errada e impropriamente 1 Timóteo 6.16, que diz: "Aquele que tem, ele só, a imortalidade", para contestar a doutrina de que a alma sobrevive à morte do corpo. Mas esse argumento é desmantelado quando alguém lhes pergunta se os anjos são imortais. O apóstolo, por conseguinte, está dizendo que Deus é a origem da imortalidade; em momento algum prega a doutrina dos saduceus.
a) Diferença entre o homem e o animal. A alma dos animais (Gn 1.20, 24, 30) nada tem a ver com a alma dos homens, pois estes receberam o "espírito" de vida (Gn 2.7) que os distingue daqueles (Jó 32.8; Pv 20.27). O apóstolo Paulo afirma que nem "toda a carne é uma mesma carne", assim também "nem toda a alma é a mesma alma". A alma do animal perece na sua morte, mas a do homem não (2 Co 5.1; Ap 6.9).
b) No contexto bíblico. Às vezes o vocábulo alma é empregado é empregado na Bíblia para representar o homem na totalidade do seu ser. Quem não atenta para isso, confunde-se. Ver Êx 1.5; Ez 18.4; At 7.14). O termo alma referindo-se ao sangue: Gn 9.4; Lv 17.10-14; Dt 12.23; referindo-se à vida: Jó 12.10, e finalmente o termo alma referindo-se a alma propriamente dita: Mt 10.28; Ap 6.9. A alma é a sede do apetite físico (Nm 21.5; Dt 12.20; Ec 2.24; Jó 33.20; Sl 107.18; Mq 7.1). O desejo do homem é manifesto ao mundo exterior pelo corpo. A alma é também a sede das emoções (Jó 30.25; Sl 86.4; Ct 1.7; Is 1.14).
Espírito. O espírito veio de Deus (Gn 2.7; Zc 12.1) e tem fome e sede de Deus. Há quem diga que o espírito de todos os homens, independentemente de seu relacionamento com Deus, volta para o céu, com base em Ec 12.7: "E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu", mas os tais esquecem (1) do contexto do capítulo 12 de Eclesiastes, principalmente o v. 1; (2) do contexto do capítulo 2 de Gênesis, inclusive o v. 1; e (3) de que o espírito humano também peca (2 Co 7.1; Pv 16.18).
A morte
A morte no contexto bíblico (v. 22). Só escapam da morte física os salvos que estiverem vivos quando do arrebatamento da Igreja (Hb 9.27). O sono da morte, de que fala a Bíblia, diz respeito ao corpo inerte e não ao homem interior.
Morte é separação. Quando da ocorrência da morte, o espírito e a alma se separam do corpo. Essa separação também se aplica à esfera espiritual. A morte, tanto física como espiritual, é consequência do pecado (Gn 2.17; Rm 5.12; 15, 17, 18). Jesus disse que quem nEle crer passa da morte para a vida (Jo 5.24); isso porque, o homem está separado do seu Criador e, portanto, morto.
Os destinos do rico e Lázaro (v. 23). Ninguém é salvo por ser pobre e nem condenado por ser rico. Jesus não deu detalhes sobre esses dois homens. Mas, pelo destino deles, entenda-se que o rico foi condenado porque era incrédulo, e Lázaro foi salvo por ser crente.
Radiografia do além. A narrativa do Rico e Lázaro traz-nos uma visão panorâmica da doutrina bíblica da imortalidade da alma e do destino do homem após a morte. Neste relato, concluímos: Quando morre um servo de Deus, os anjos o levam ao paraíso (v. 22). Nisso, se cumpre o está escrito em Filipenses 1.23. Os mortos conservam o sentido da vista (v. 23). Eles tem sensibilidade à dor (v. 23), lembram-se das coisas terrenas (v. 28), reconhecem os mortos com os quais, em vida, conviviam (v. 23). As solicitações dos incrédulos, após a morte, não são atendidas, nem existe comunicação dos mortos com os vivos (vs. 27-31). A necromancia, portanto, é uma farsa diabólica (Dt 18.11; Is 8.19, 20).
O inferno
Hades (v. 23). É o equivalente do hebraico sheol. É o estágio intermediário dos mortos. Ali, estes aguardam o dia do juízo, quando todos os mortos do Hades, juntamente com o próprio Hades, serão lançados no lago de fogo (Ap 20.13-14). O Hades não é o inferno propriamente dito. É uma prisão temporária, cuja função terminará no Dia do Juízo. Aí, estão os ímpios que já morreram; eles estão conscientes e em tormentos, aguardando o juízo final (Ap 20.14). Ainda não é o lago de fogo e enxofre. O Hades, por conseguinte, não é a sepultura. Quando morre um justo, o homem interior deste (a alma e o espírito) vai para a presença de Deus, enquanto o corpo é sepultado (Ec 12.7; Ap 6.9).
Um testemunho para reflexão. "Eu também gostaria de poder crer que não houvesse um lugar de maldição eterna, mas se eu cresse nisso, teria de jogar fora minha Bíblia, teria de fazer de Jesus um enganador, poderia violar qualquer lei, qualquer mandamento moral, teria de abandonar minha fé em um Deus santo e justo. Se não existe um julgamento eterno do qual preciso ser salvo, então também foi desnecessária a vinda do Salvador. Sua morte teria sido um julgamento errado da parte de Deus, e a Bíblia se tornaria um livro de lendas obscuras e apavorantes, cheia de pessimismo. Perseverai e guardai os mandamentos do Senhor, meus queridos, que a verdade lhes aparecerá, e eu, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, te ajudarei a sair da incredulidade e da heresia".

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