viernes, 14 de mayo de 2010

ESTUDO DO EVANGELHO SEGUNDO LUCAS

ESTUDO DO EVANGELHO SEGUNDO LUCAS
 

AUTOR
Desde os primeiros cânones da Bíblia Sagrada, como o Cânon Muratório (170-180 d.C.), que é uma das listas mais antigas que se conhece do Novo Testamento, que o Terceiro Evangelho é reconhecido como de autoria de Lucas. Irineu, um dos pais da Igreja, já citava o Evangelho Segundo Lucas em seus escritos, por volta do ano 180 d.C.

Esse Evangelho forma um par com o livro de Atos dos Apóstolos, e a linguagem e a estrutura desses livros mostram que ambos foram escritos pela mesma pessoa. São endereçados ao mesmo indivíduo, Teófilo, e a segunda obra faz referência à primeira (At 1.1).

QUEM ERA LUCAS

Lucas era companheiro e grande amigo do apóstolo Paulo. Único autor gentio incluído entre os escritores do Novo Testamento. Embora não tenha sido testemunha ocular do ministério terreno de Jesus, o escritor nos informa no prefácio do livro que investigou cuidadosamente os fatos e que ouviu aqueles que foram testemunhas oculares e servos do Senhor (1.1-3).

Lucas era um médico (Cl 4.14), que se converteu ao cristianismo e se tornou colaborador permanente do apóstolo Paulo. Culto, dominava o grego clássico.

Com relação à cidade em que nasceu, existe uma polêmica. Alguns teólogos e historiadores defendem que Lucas nasceu em Antioquia da Síria e outros acham que foi em Filipos.

DATA E OCASIÃO

Lucas pode ter sido escrito por volta de 63. Alguns intérpretes argumentam a favor de uma data entre 75 e 85 d.C., afirmando que algumas passagens de Lucas pressupõem a destruição de Jerusalém, fato ocorrido em 70 d.C. (ex. 19.43; 21.20,24). Mas essas passagens falam daquilo que era costumeiro quando um exército sitiava uma cidade da época, e não se podem acrescentar novas conclusões além daquilo que foi profetizado por Jesus. Jesus profetizou que as políticas em vigência levariam à ruína da nação no devido tempo. Alguns poucos críticos argumentam a favor de uma data no século II, mas parece não haver boas razões para isso. Com as informações que dispomos a data mais razoável é no inicio dos anos 60.

DESTINATÁRIO E PRÓPOSITO

Esse Evangelho tem um destinatário específico, Teófilo (1.3). Esse nome se refere a uma pessoa e o emprego do adjetivo “excelentíssimo” junto com o nome revela que se trata de alguém de posição importante. Teófilo Era possivelmente o patrocinador de Lucas, responsável por mandar copiar e distribuir seus escritos. Dedicatórias como essa da abertura do livro de Lucas eram comuns naquela época.

Teófilo, no entanto, era mais que um patrocinador. A mensagem desse Evangelho visava à instrução não só daqueles entre os quais o livro iria circular, mas também ao próprio Teófilo (1.4). O fato desse Evangelho ter sido inicialmente dirigido a Teófilo não reduz nem limita o seu propósito. Foi escrito para fortalecer a fé de todos os crentes e para reagir aos ataques dos incrédulos contra Jesus. O Evangelho de Lucas foi apresentado para substituir relatórios desconexos e infundados a respeito de Jesus. Lucas queria demonstrar que o lugar ocupado pelo gentio convertido ao Reino de Deus baseia-se nos ensinos de Cristo. Queria recomendar a pregação do Evangelho ao mundo inteiro, não apenas aos judeus.

ESTILO LITERÁRIO

Lucas tinha notável domínio da língua grega. Seu vocabulário é amplo e rico, e seu estilo muitas vezes se aproxima do grego clássico, ao passo que em outras ocasiões é bem semítico, sendo muitas vezes semelhante à Septuaginta, tradução do Antigo Testamento em grego. Seu vocabulário parece revelar sensibilidade geográfica e cultural, por variar conforme o país ou povo a ser tratado. Quando Lucas se refere a Pedro num contexto judaico, emprega mais linguagem semítica que quando se refere a Paulo num contexto helenístico.

COMPARAÇÃO COM A GENEALOGIA DE JESUS EM MATEUS

A genealogia de Jesus em Lucas é dada em conjunto com seu batismo, e não com o seu nascimento (3.23). Há consideráveis diferenças entre a genealogia de Lucas e de Mateus.
- Em Mateus temos a genealogia real do filho de Davi, já que Mateus apresenta Jesus como Rei e da família de Davi.
- Em Lucas a genealogia de Jesus é traçada pelo lado de Maria.
- Em Mateus a genealogia é traçada desde Abraão até José.
- Em Lucas ela vai de José até Adão.
- Mateus quer mostrar a relação de Jesus com os judeus, por isso só vai até Abraão, pai da nação judaica.
- Em Lucas, Jesus aparece relacionado com a raça humana, daí sua genealogia chegar até Adão, pai da humanidade.
- Em Lucas, a linha ancestral de Jesus recua até Adão e é sem dúvida, a linha ancestral de Maria.

A grande importância nas duas genealogias é que elas afirmam que Jesus é da descendência de Davi, para se cumprir as profecias que diziam que o Messias seria filho e herdeiro de Davi (1Sm 7.12-13). Ele deveria ser literalmente descendente de carne e sangue da raiz de Davi. Daí Maria e José serem membros da casa de Davi (1.27).

CARACTERÍSITICAS E TEMAS

Diferentemente dos outros três Evangelistas Mateus, Marcos e João, Lucas é o único que inicia seu texto com um prólogo, ou seja, fornece os dados prévios que nortearam a elaboração de seu trabalho. Lucas se comporta como um historiador, incluindo fatos e acontecimentos da época para poder situar a história de Jesus em um momento que possa vir a ser comprovado (3.1-2).

Graças às pesquisas e investigações citadas por Lucas, podemos conhecer fatos importantes a respeito do nascimento de João Batista e de Jesus, bem como a única informação confiável sobre a infância de Jesus (Caps. 1 e 2). Apenas Lucas registra os cânticos de Zacarias e Maria. Apenas Lucas narra a visita dos pastores, a circuncisão e apresentação de Jesus no templo de Jerusalém.

Nesse evangelho aprendemos que, como menino Jesus se desenvolveu naturalmente (2.40-52). Como criança Jesus era sujeito a seus pais (2.51). Somente Lucas narra a visita de Jesus ao templo aos 12 anos.

Temos aqui o primeiro registro das primeiras palavras de Jesus: “E ele lhes disse: Por que é que me procuravam? Não sabem que me convém tratar dos negócios do meu Pai?(2.49). É a primeira vez que Jesus revela sua divindade. Depois desse fato seguem-se dezoito anos de silêncio sobre a vida de Jesus.

O Evangelho de Lucas apresenta as obras e os ensinos de Jesus sempre apontando para o caminho da salvação. Sua abrangência é completa, desde o nascimento de Cristo até sua ascensão. É um relato ordenado na sua disposição e tem atrativos para os judeus e gentios igualmente. A redenção se caracteriza pela excelência literária, por pormenores históricos e pelo modo caloroso e sensível de apresentar e Jesus e os que com Ele conviviam.

Lucas enfatiza a importância da oração e registra que Jesus orou antes de ocasiões cruciais de seu ministério. Nove orações de Jesus são incluídas nos Evangelhos, sete das quais são encontradas somente em Lucas. Acrescente-se ainda parábolas sobre oração que são encontradas somente em seu Evangelho.

Como os Evangelhos sinóticos relatam muitos dos mesmos episódios da vida de Jesus, seria mesmo de se esperar muita semelhança em seus relatos. As diferenças revelam a ótica característica de cada autor. Entre os temas próprios de Lucas estão:
1-    Universalidade – o reconhecimento dos judeus e gentios no plano de Deus.
2-    A importância da oração.
3-    Alegria ao anunciar o Evangelho.
4-    Preocupação especial com o papel desempenhado pelas mulheres.
5-    Interesse especial pelos pobres (alguns ricos se achavam entre os seguidores de Jesus, mas Ele parecia mais próximo dos pobres).
6-    Preocupação com os pecadores (Jesus era amigo de pessoas dominadas pelo pecado).
7-    Destaque ao circulo familiar.
8-    Uso repetido do título “Filho do Homem”
9-    Realce dispensado ao Espírito Santo.

Lucas é o evangelho dos desprezados. Ele nos conta sobre o bom samaritano (10.33-37), do publicano (18.13), do filho pródigo (15.11-32), de Zaqueu (19.2-10) e do ladrão na cruz (23.39-43). O Evangelho de Lucas dá grande destaque as mulheres, algo incomum na época. Ele nos revela que eram as mulheres que sustentavam financeiramente o ministério de Jesus (8.2,3). É o Evangelho do misericordioso Filho de Deus, que oferece Salvação a toda humanidade (19.10). Apenas neste evangelho está registrado que Jesus chorou quando contemplou a cidade de Jerusalém. Só ele menciona o Filho de Deus suando sangue no Getsêmani; sua misericórdia dirigida ao ladrão moribundo na cruz ao lado (23.39-43).

É o Evangelho mais longo e inclui grande quantidade de informações não encontradas em outros textos.

PARA QUEM FOI ESCRITO

O Evangelho de Lucas foi escrito para os gregos, por isso Jesus é apresentado como o Homem Perfeito, já que os gregos sempre buscaram a perfeição.

Os gregos inventaram a matemática, a ciência e a filosofia; foram os primeiros a escrever histórias em lugar de meros anais; especularam livremente sobre a natureza do mundo e as finalidades da vida, sem que se achassem acorrentados a qualquer ortodoxia herdada. Foi para esses intelectuais que Lucas descreveu a vida e a obra de Cristo, o Homem e o Salvador Perfeito. Lucas o descreveu como um homem cheio de simpatia para com toda a humanidade, Salvador de todos os homens, sem distinção de qualquer espécie.

Embora os Evangelhos fossem destinados em última análise à totalidade da raça humana, parece que Mateus tinha em vista os judeus, Marcos os romanos e Lucas os gregos. Lucas escreveu especialmente para o povo grego, símbolo da cultura, da filosofia, da sabedoria e da educação, a fim de apresentar a gloriosa beleza e perfeição de Jesus, o Homem Perfeito.  

VERSÍCULO CHAVE

O versículo chave de Lucas está no capítulo 19.10 “Porque o Filho do Homem veio para buscar e salvar o que se havia perdido”.

ESBOÇO DE LUCAS

I. Prólogo 1.1-4
II. A narrativa da infância 1.5-2.52
Anúncio do nascimento de João Batista 1.5-25
Anúncio do nascimento de Jesus 1.26-38
Visita das duas mães 1.39-56
O nascimento de João Batista 1.57-80
O nascimento de Jesus 2.1-40
O menino Jesus no templo 2.41-52
III. Preparação para o ministério público 3.1-4.13
O ministério de João Batista 3.1-20
O batismo de Jesus 3.21-22
A genealogia de Jesus 3.23-38
A tentação 4.1-13
IV. O ministério galileu 4.14-9.50
Em Nazaré e Cafarnaum 4.14-44
Do chamamento de Pedro ao chamamento dos doze 5.1-6.16
O Sermão da Montanha 6.17-49
Narrativa e diálogo 7.1-9.50
V. A narrativa de viagem (no caminho para Jerusalém) 9.51-19.28
VI. O ministério de Jerusalém 19.29-21.38
Acontecimentos na entrada de Jesus em Jerusalém 19.29-48
História de controvérsias 20.1-21.4
Discurso escatológico 21.5-38
VII. A paixão e glorificação de Jesus 22.1-24.53
A refeição de Páscoa 22.1-38
A paixão, morte e sepultamento de Jesus 22.39-23.56
A ressurreição e a ascensão 24.1.53.



FONTES:
História Eclesiástica – Eusébio de Cesaréia – Editora Paulos
Bíblia de Estudos NVI – Editora Vida
Bíblia de Estudos de Genebra – Editora Cultura Cristã
Novo Testamento King James – Edição de Estudos – Editora Bíblica
Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrieta Mears - Editora Vida
Módulo I de teologia da FTB
Jesus – Juanribe Pagliarin – Editora Landscape
Evangelhos – Apostila do ITQ

jueves, 13 de mayo de 2010

Lição Bíblica

Apocalipse 14.1-13
1 Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.
2 Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa.
3 Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.
4 São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro;
5 e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula.
6 Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo,
7 dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
8 Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição.
9 Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão,
10 também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro.
11 A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome.
12 Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.
13 Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham.

Depois dos parêntesis que nos apresentaram a trindade do mal, a saber, o dragão (cap. 12), a primeira e a segunda besta (cap. 13), as sete visões do capítulo 14 estão associadas com a sétima trombeta, que ainda não soou (11:15). Porém, antes de intervir para lidar com o mal, Deus reconhece e separa um novo remanescente de seu povo. São testemunhas que resistiram à corrupção geral. Ao contrário das multidões, que carregam na testa a marca da besta (13:16), estas têm o nome do Cordeiro escrito na fronte (V. 1). Estamos de alguma forma envergonhados de levar o nome do Salvador? Todos ao nosso redor podem ver a quem pertencemos?

Esses crentes são "seguidores do Cordeiro por onde quer que vá" (V. 4; compare com João 1:36,37). Tendo-o seguido no opróbrio e no sofrimento, eles também serão seus companheiros no reino. Alguns serão mortos por sua fidelidade ao Senhor (comparar com 12:11). O versículo 13 lhes traz consolo. Longe de perder sua parte no reino, são chamados "bem-aventurados". Além disso, suas obras os seguem (observem que não vão à frente, pois ninguém alcançará o céu por meio de suas obras). Queridos amigos, nossos privilégios como cristãos são muito mais elevados. Queremos ser achados menos fiéis que essas testemunhas dos últimos dias?

miércoles, 12 de mayo de 2010

Lição Bíblica

Apocalipse 13.1-18
1 Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.
2 A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade.
3 Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta;
4 e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?
5 Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses;
6 e abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu.
7 Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação;
8 e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
9 Se alguém tem ouvidos, ouça.
10 Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar à espada, necessário é que seja morto à espada. Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos.
11 Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão.
12 Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada.
13 Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens.
14 Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu;
15 e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta.
16 A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte,
17 para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome.
18 Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis.

Tendo sido lançado para a terra, o diabo aproveita seu pouco tempo. Ele se valerá de dois instrumentos, duas "bestas" (V. 1 e 11), termo que demonstra que elas não têm nenhuma relação com Deus. A primeira corresponde ao império romano reconstituído. Nele reúnem-se as características dos três impérios precedentes: a rapidez do leopardo (Grécia), a tenacidade do urso (Pérsia), a voracidade do leão (Babilônia) (veja Daniel 7:4-6) . No deserto, o Senhor Jesus recusara receber de presente os reinos do mundo. Agora Satanás os dá ao imperador romano e, em troca, assegura para si a adoração de todo o mundo (V. 4; Lucas 4:5-8).

A segunda besta é uma imitação do Cordeiro, mas sua linguagem a atraiçoa, revelando quem ela realmente é, a saber, o Anticristo. Este exercerá o poder religioso, realizará milagres e sustentará a primeira besta. A vasta multidão de homens que ele seduzirá será marcada como gado com o selo da besta romana. Esses homens são chamados "todos os que habitam sobre a terra" (V. 8,14; 3:10; 6:10; 8:13; 11:10) porque seus interesses e todas as suas aspirações estão na terra. Quão numerosa é essa classe de pessoas hoje em dia! Em contraste, o versículo 6 menciona "os que habitam no céu" (Filipenses 3:19,20). Que nós, os cristãos, demonstremos sem equívoco onde está a nossa morada (Hebreus 11:13,14).

martes, 11 de mayo de 2010

Lição Bíblica

Apocalipse 12.1-17
1 Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça,
2 que, achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz.
3 Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas.
4 A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse.
5 Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono.
6 A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias.
7 Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos;
8 todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles.
9 E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.
10 Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.
11 Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.
12 Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.
13 Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão;
14 e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente.
15 Então, a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio.
16 A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca.
17 Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar.

Esta nova seção é introduzida pelo versículo 19 do capítulo 11. A arca da aliança aparece aí como um sinal de graça que precede os juízos que cairão sobre Israel. Como essa é a nação da qual devia nascer o Messias (representada aqui simbolicamente por uma mulher grávida vestida com o sol), provoca, por isso, a furiosa oposição de Satanás, o grande dragão vermelho. Na Bíblia constatamos que essa inimizade entre a semente da mulher e "a antiga serpente" (V. 9), anunciada já na queda do homem, prosseguiu através de todos os tempos (Veja Gênesis 3:15; Êxodo 1:22; 2 Reis 11:1; Mateus 2:16ss., por exemplo.). Em vão o diabo concentrou os seus esforços para impedir o nascimento e a elevação do Senhor Jesus, e o conseqüente cumprimento dos desígnios de Deus. Cristo e seus santos celestiais - a criança arrebatada para Deus - estão agora fora de seu alcance. Ademais, Satanás logo será atirado do céu para a terra (leia Lucas 10:18; Romanos 16:20), onde vai desencadear sua impotente ira contra o remanescente de Israel. A característica deste remanescente é que "guardam os mandamentos de Deus" (V. 17b). Qual foi para Cristo, e qual é hoje para nós, o segredo do poder e da vitória sobre o Maligno? É ter a Palavra de Deus habitando em nosso coração (Salmos 17:4; Mateus 4:4; 1 João 2:14b).

lunes, 10 de mayo de 2010

ESTUDO DO EVANGELHO SEGUNDO MARCOS

ESTUDO DO EVANGELHO SEGUNDO MARCOS

Prof. Anísio Renato de Andrade


AUTORIA
João Marcos, um judeu. João é nome hebraico que significa "graça de Deus". Marcos vem do latim e significa "martelo grande".
O parecer favorável à autoria de João Marcos conta com o testemunho de Papias, bispo de Hierápolis, conforme registro de Eusébio: "Marcos era intérprete de Pedro." Escreveu de acordo com as informações e ensinos de Pedro. Irineu diz que Marcos era discípulo de Pedro e escreveu em Roma. Teríamos então nesse evangelho a mão de Marcos e a voz de Pedro. Observe o resumo do evangelho no sermão de Pedro em At.10.36-43, inclusive a ordem dos fatos.
CITAÇÕES SOBRE MARCOS
Mc. 14.51-52 – Supõe-se que o moço que foge nu seja o próprio Marcos. A omissão do nome e a exclusividade da narrativa são elementos que levam alguns comentaristas a julgarem que o autor está falando de uma experiência pessoal.
At.12.12 – A casa de Maria, mãe de Marcos, era um dos locais utilizados pelos apóstolos para suas reuniões em Jerusalém. Pedro, ao sair da prisão, foi direto para lá, sabendo que encontraria os irmãos. Tal fato demonstra a normalidade das reuniões cristãs naquela casa.
At.12.25 – Viagem de Marcos, com Paulo e Barnabé, de Jerusalém para Antioquia.
At.13.5 – Participação na primeira viagem missionária de Paulo (Selêucia, Chipre, Salamina).
At.13.13 – Enquanto Paulo vai para Perge, Marcos abandona a missão e volta para Jerusalém.
At.15.37-39 – Devido à deserção recente, Paulo não quis levar Marcos em outra viagem, motivo pelo qual houve grande contenda com Barnabé, o qual decide viajar com Marcos para Chipre.
O nome de Marcos não aparece mais em Atos dos Apóstolos. Evidentemente, isso se deve ao fato de ter abandonado a equipe missionária. Entretanto, as epístolas paulinas nos mostram que Marcos voltou a trabalhar com o apóstolo Paulo. Parece ter havido um amadurecimento do jovem Marcos e o perdão por parte de Paulo, o qual chega a fazer declarações positivas e raras a respeito do companheiro de ministério.
Col.4.10 – Marcos encontra-se em companhia de Paulo na prisão em Roma. Aquele que havia abandonado o trabalho cristão agora está em situação de risco. Não estava preso mas se submetia ao risco de prisão estando junto de Paulo. Este versículo apresenta diferença entre as versões bíblicas. Em uma encontramos a informação de que Marcos era primo de Barnabé. Outra nos informa que Marcos era sobrinho. Esta última versão tem sido mais aceita.
II Tm.4.11 – Marcos estava com Timóteo em Éfeso. Paulo pede que ambos se dirijam ao lugar onde ele se encontra, pois, de acordo com as palavras de Paulo, Marcos lhe era "muito útil para o ministério."
I Pd.5.13 – Marcos encontra-se com Pedro na Babilônia. Há quem diga que se trata de uma referência à cidade de Roma. Pedro se refere a Marcos como filho. Tal tratamento tem sido normalmente entendido como uma indicação de que Marcos era discípulo de Pedro, conforme escreveu Irineu, ou ainda, que Marcos tinha se convertido pela pregação de Pedro.
Fm. 23-24 – Novamente Marcos aparece como cooperador de Paulo.
Observamos a relação estreita que Marcos teve com os apóstolos e outros líderes da igreja primitiva. Por isso, ele teve acesso a fontes primárias de informações sobre a vida de Cristo. Seu evangelho é, portanto, um relato tomado diretamente das testemunhas oculares dos fatos narrados.
A tradição cristã nos informa que Marcos foi para Alexandria, onde fundou a igreja local, tornando-se bispo. Nessa mesma cidade seria martirizado.
DESTINATÁRIOS – Cristãos gentios, provavelmente romanos. Alguns detalhes do livro nos mostram que Marcos não estava escrevendo para judeus.
- Ao contrário de Mateus, ele não se preocupa prioritariamente em demonstrar o cumprimento do V.T. Marcos explica termos aramaicos e costumes judaicos nas seguintes passagens: 3.17; 5.41; 7.1-4,11 (corbã – Hb.); 7.34; 10.46 14.36; 15.22,34. Informa a localização do monte das Oliveiras em 13.3. Ele tem em mente destinatários que não possuíam conhecimento desses elementos. Portanto, não eram judeus.
IDIOMA – O evangelho de Marcos foi escrito em grego. Alguns teólogos argumentam a favor de um original em aramaico. Isto se deve à freqüência de termos aramaicos no livro. Contudo, tal hipótese não foi comprovada e não conseguiu grande aceitação.
DATA – Foi o primeiro evangelho a ser escrito. Data provável: ano 55. As datações dos comentaristas oscilam entre os anos 50 e 69.
FONTE – Suas informações se originaram principalmente da pessoa de Pedro. Hipótese não comprovada: existência de uma fonte complementar em aramaico.
VERSÍCULO CHAVE: 10.45 – "Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos."
LOCAL E CONTEXTO DO AUTOR – Marcos escreveu em Roma numa época de grande perseguição à igreja e conflitos violentos. Tudo isso parece interferir nas características do livro.
PALAVRA CHAVE - imediatamente (40x), ou "logo" dependendo da versão. "Em seguida" também aparece com freqüência, indicando movimento constante e urgente.
CARACTERÍSTICAS
Urgência, rapidez, texto simples, resumido, prático, vívido, dinâmico.
Conteúdo breve mas rico em detalhes. Demonstra testemunho ocular (de Pedro).
Mostra efeitos das palavras de Jesus sobre as multidões e os discípulos - 1.22-27; 2.12; 6.56 etc.
Marcos é mais narrativo. Apenas para fins de entendimento, vamos comparar o livro de Marcos ao script de uma peça teatral, enquanto que Mateus poderia ser comparado a um livro didático. Assim como o texto de uma peça, encontramos em Marcos mais detalhes dos fatos observados.
Não tem ordem cronológica rigorosa, mas é mais ordenado do que Mateus.
Apresenta Jesus como servo (Compare com Filipenses 2.5-11).
Marcos apresenta apenas 4 parábolas (Mateus tem 15, e Lucas, 23). Conta 19 milagres (Mateus e Lucas têm 20). Enfatiza as obras e não as palavras de Jesus. – 1.35-37; 3.20,21; 6.31-34.
Jesus, que foi apresentado por Mateus como rei, é apresentado por Marcos como servo. Temo então um Rei-servo. Isso parece uma contradição. Contudo, é a realidade. O rei Jesus se humilhou a ponto de servir a todo tipo de pessoas, chegando até a lavar os pés aos seus discípulos. Tal contraste pode também ser observado em nossas vidas. Somos chamados reis e sacerdotes (I Pd.2.9). Porém, não podemos deixar de ser servos (Rm.6.18). Como disse Salomão: "príncipes como servos sobre a terra" (Ec.10.5-7).
ESBOÇO
I – O Servo do Senhor prepara-se para servir – 1.1-13.
Sem genealogia – a ninguém interessa genealogia de um servo. Interessa sua capacidade para o trabalho.
Narrativas sobre João Batista, o batismo e a tentação de Cristo.
Em destaque: a necessidade de preparação para servir bem – o melhor para Deus. Até mesmo a tentação, as provações, as dificuldades fazem parte do processo de preparação do homem para o propósito divino.
II – O Servo do Senhor trabalha – (Não apenas teoria).
   1.    Na Galiléia – 1.14 a 9.50. Diante do seu trabalho surgem: oposição, rejeição, perseguições. O servo serve, nada ganha e ainda é perseguido.
  1. Na Peréia (Judéia) – 10.1-34. (Ao leste do Jordão) (Indo para Jerusalém).
  2. Em Jerusalém (Judéia) – 10.35 a 13.37 (Entrada, purificação do templo, exortações, monte das Oliveiras)
III – O Servo do Senhor obediente até a morte – 14.1 a 15.47.
A palavra "até" inclui a idéia de perseverança, persistência.
Até onde iremos com o Senhor? Seguir a Jesus é muito bom enquanto ele opera milagres, curas, multiplica pães e peixes. Porém, no meio deste caminho existe uma cruz. Vida cristã não é apenas prosperidade e êxito. É também renúncia e morte (Lc.9.23; Col.3.5). Sem morte não pode haver ressurreição e sem ressurreição não haverá glória. "Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida." Apc.2.10. "Aquele que perseverar até o fim será salvo" Mt.24.13.
IV – O Servo do Senhor ressuscitado e recebido no céu – 16
A recompensa aguarda o servo no céu. Queremos recompensa aqui? Na terra temos algum adiantamento, mas não o nosso galardão.  
POLÊMICA SOBRE O EPÍLOGO DE MARCOS
O texto de Marcos 16.9-20 é apontado por alguns críticos como adição posterior. Tal trecho é encontrado em alguns manuscritos e não em outros. Contudo, verificou-se a presença desses versículos no manuscrito mais antigo entre os que foram comparados. Sua ausência em alguns manuscritos pode ter sido causada pelo próprio desgaste daqueles escritos devido ao uso excessivo e à má conservação. Nessas condições é compreensível que se perca a última página ou um pedaço final de uma obra.
Sem o texto citado, o livro de Marcos terminaria de forma brusca em 16.8, o que não seria natural. Verifica-se em 16.20 um término mais convincente. O versículo dá idéia de conclusão em que o autor termina falando sobre a pregação do evangelho em toda parte.
COMPARAÇÃO COM ISAÍAS
Assim como Marcos apresenta Jesus com o servo, o profeta Isaías escreve sua profecia referindo-se ao Messias como "O Servo do Senhor".
Exaltação: 52.13-15
Rejeição - 53.1-2
Dores - 53.3
Expiação - 53.4-6 -Referência evidente a Jesus. Qualquer servo do Senhor poderia sofrer e morrer, mas só a morte de Cristo poderia ter valor expiatório.
Sofrimento - 53.7
Morte - 53.8-9
Triunfo - 53.10-12 - Referência evidente a Jesus. Qualquer homem poderia morrer, mas somente Jesus teria triunfo após a morte. A profecia alcança então o tema ressurreição.



BIBLIOGRAFIA
SÁNCHEZ, Tomás Parra, Os Tempos de Jesus - Ed. Paulinas.
GONZÁLEZ, Justo L., Uma História Ilustrada do Cristianismo - Volume 1 - Ed. Vida Nova.
PACKER, J.I., TENNEY, Merril C., WHITE JR., William, O Mundo do Novo Testamento - Ed. Vida.
MORACHO, Félix, Como Ler os Evangelhos - Ed. Paulus.
TURNER, Donald D., Introdução do Novo Testamento - Imprensa Batista Regular.
THOMAS, W. H. Griffith, Como Estudar os Quatro Evangelhos - Casa Editora Presbiteriana.
CULLMANN, Oscar, A Formação do Novo Testamento - Ed. Sinodal.
GIBERT, Pierre, Como a Bíblia Foi Escrita - Ed. Paulinas.
ELWELL, Walter A. , Manual Bíblico do Estudante - CPAD.
HOUSE, H. Wayne, O Novo Testamento em Quadros - Ed. Vida
JOSEFO, Flávio, A História dos Judeus - CPAD
DOUGLAS, J.D., O Novo Dicionário da Bíblia – Ed. Vida Nova
Apostila do SEBEMGE – Pastor Delmo Gonçalves
Bíblia de Referência Thompson - Tradução de João Ferreira de Almeida - Versão Contemporânea - Ed. Vida

domingo, 9 de mayo de 2010

Lição Bíblica

Apocalipse 9.1-21
1 O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo.
2 Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e, com a fumaceira saída do poço, escureceu-se o sol e o ar.
3 Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra,
4 e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão-somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte.
5 Foi-lhes também dado, não que os matassem, e sim que os atormentassem durante cinco meses. E o seu tormento era como tormento de escorpião quando fere alguém.
6 Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles.
7 O aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a peleja; na sua cabeça havia como que coroas parecendo de ouro; e o seu rosto era como rosto de homem;
8 tinham também cabelos, como cabelos de mulher; os seus dentes, como dentes de leão;
9 tinham couraças, como couraças de ferro; o barulho que as suas asas faziam era como o barulho de carros de muitos cavalos, quando correm à peleja;
10 tinham ainda cauda, como escorpiões, e ferrão; na cauda tinham poder para causar dano aos homens, por cinco meses;
11 e tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom.
12 O primeiro ai passou. Eis que, depois destas coisas, vêm ainda dois ais.
13 O sexto anjo tocou a trombeta, e ouvi uma voz procedente dos quatro ângulos do altar de ouro que se encontra na presença de Deus,
14 dizendo ao sexto anjo, o mesmo que tem a trombeta: Solta os quatro anjos que se encontram atados junto ao grande rio Eufrates.
15 Foram, então, soltos os quatro anjos que se achavam preparados para a hora, o dia, o mês e o ano, para que matassem a terça parte dos homens.
16 O número dos exércitos da cavalaria era de vinte mil vezes dez milhares; eu ouvi o seu número.
17 Assim, nesta visão, contemplei que os cavalos e os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre. A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão, e de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre.
18 Por meio destes três flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos homens;
19 pois a força dos cavalos estava na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda se parecia com serpentes, e tinha cabeça, e com ela causavam dano.
20 Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar;
21 nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.

Alguns comentaristas têm dado a estes capítulos as mais fantasiosas interpretações, esforçando-se particularmente para enquadrar as profecias aos acontecimentos contemporâneos. Convém lembrar que toda esta terceira parte da visão de João acontece no futuro. Diz respeito somente ao intervalo de alguns anos que haverá entre a vinda do Senhor para buscar a sua igreja e o início de seu reinado milenar.

A quinta trombeta, ou o primeiro "ai" (V. 12), liberta do abismo um enxame de gafanhotos medonhos, instrumentos diretos de Satanás, os quais infligem aos judeus ímpios um tormento moral pior que a morte. Ao mesmo tempo, os ferrões e as caudas semelhantes a escorpiões (V. 10) ou serpentes (V. 19) representam doutrinas enganosas e venenosas, pérfidas armas que Satanás empregará como nunca (comparar Isaías 9:15). Ao soar da sexta trombeta surgem cavalos fantásticos que cospem fogo, fumaça e enxofre, e deixam atrás de si um rastro de morte. Seus cavaleiros usam couraças (V. 9,17), ilustração da consciência cauterizada.

O emprego de uma trombeta para anunciar esses juízos indica que se trata de advertências para os homens. Contudo, o coração dos homens está tão endurecido que nem mesmo esses desastres sem precedentes os levarão ao arrependimento (V. 20,21).

sábado, 8 de mayo de 2010

ESTUDO DO EVANGELHO SEGUNDO MATEUS

ESTUDO DO EVANGELHO SEGUNDO MATEUS

AUTOR
Desde o segundo século da era cristã, a tradição da Igreja atribui ao apóstolo Mateus a autoria do Evangelho que aparece em primeiro lugar no Novo Testamento.

Eusébio de Cesaréia, em sua obra História Eclesiástica, do início do século IV, já trazia citações de Papias, bispo do século II, de Irineu, bispo de Leão e de Orígenes, grande pensador cristão do século II. Enfim, todos os pais da Igreja concordam em afirmar que este Evangelho foi escrito por Mateus. Afirmam também que este Evangelho foi escrito primeiramente em aramaico e depois traduzido para o grego. Apesar de muitas evidencias sobre a existência do original em aramaico, todas as buscas e pesquisas arqueológicas somente encontraram fragmentos e cópias em grego. Mesmo assim os principais estudiosos e teólogos do mundo não duvidam que o texto grego que dispomos hoje em dia é o mesmo que circulou entre as igrejas a partir da segunda metade do primeiro século depois de cristo.

QUEM ERA MATEUS
Mateus, que tinha por sobrenome Levi, e cujo nome significa “dádiva do Senhor” era cobrador de impostos em Cafarnaum a serviço do Império Romano, mas abandonou sua carreira profissional e uma vida de riquezas para seguir a Jesus (Mt 9.9-13). No Evangelho de Marcos e Lucas, Mateus é chamado de Levi. A única referencia que o autor faz a seu próprio respeito é chamar-se de “publicano”, termo pejorativo na época. Os outros evangelhos falam da grande festa que ele deu para Jesus e registram o fato significativo de ter deixado tudo para seguir o Mestre. E ele era sem dúvida um homem de recursos.

DATA E OCASIÃO
A natureza judaica do evangelho de Mateus pode fazer supor que tenha sido escrito na Palestina, embora muitos pensem que foi gerado em Antioquia da Síria. Alguns com base em suas características judaicas sustentam que foi escrito no período da Igreja Primitiva, possivelmente no começo da década de 50 d.C., quando a Igreja era em sua maioria composta por judeus e o evangelho era pregado quase que somente ao povo da Judéia. Os que dizem que Mateus aproveitou muitos trechos do Evangelho de Marcos atribuem-lhe data posterior. Por isso alguns acreditam que Mateus foi escrito no final da década de 50 ou no começo dos anos 60.

DESTINATÁRIOS E PROPÓSITO
Mateus pode ser considerado o Evangelho da transição, ou seja, é uma ponte que liga o Antigo ao Novo Testamento. Até por isso se entende que sua posição entre o Antigo e Novo Testamento, é estratégica.

Muitos elementos do livro de Mateus dão a entender que ele foi escrito para os judeus. Ele se preocupa muito com o cumprimento do Antigo Testamento usando a frase “para que se cumprisse”. Nesse Evangelho há mais citações e alusões ao Antigo Testamento do que qualquer outro dos escritores dos evangelhos. Ele inicia a genealogia de Jesus em Abraão, mostrando assim que Jesus era filho do pai da fé. Não perde tempo em explicações sobre costumes judaicos, ao contrário dos outros Evangelhos. Isso demonstra que ele escreveu para uma comunidade que conhecia esses costumes. Emprega a terminologia judaica “Reino dos Céus” e “Pai Celestial”, realça o papel de Jesus como filho de Davi (1.1; 9.27; 12.23; 15.22; 20.30,31; 21.9,15; 22.41-45). Mesmo assim não podemos dizer que Mateus restringiu seu evangelho aos judeus. Ele registra a visita dos magos do Oriente, para adorar o menino Jesus (2.1-12), bem como apresenta na íntegra a Grande Comissão (28.18-20). Esse texto revela que embora o Evangelho de Mateus seja judaico, sua visão é universal.

Mateus conhecia bem a história e os costumes judaicos. Nas sete parábolas do capítulo 13, ele fala sobre agricultura, pesca e hábitos caseiros do povo. Sabia que essas referências provocariam uma reação favorável dos judeus.

O propósito principal de Mateus é provar a seus leitores judeus que Jesus é o Messias por eles esperado. Seu método de narração consiste primordialmente em demonstrar que Jesus por sua vida, ministério, morte e ressurreição, cumpriu as profecias do Antigo Testamento. Mais do que qualquer dos outros evangelhos, ele cita com frequência o Antigo Testamento. Aparecem 29 citações. Em 13 delas, ele diz que o acontecimento se deu para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas.

Mateus nos liga com o Antigo Testamento. Em cada página ele procura relacionar o evangelho com os profetas e mostrar que todos os ensinos deles estão se cumprindo na pessoa de Jesus Cristo.

PROPÓSITO APARENTE
Mostrar que Jesus de Nazaré era o Rei Messias da profecia hebraica.

ESTRUTURA
Por meio de um chavão, o autor apresenta seu material numa disposição lógica e sistemática. Esses chavões são encontrados em cinco partes distintas de sua obra, a saber: 7.28; 11.1; 13.53; 19.1. 26.1: “Aconteceu que, concluindo Jesus este discurso...”. Examine minuciosamente o material que antecede estas palavras e logo verá que ele é compreendido de narrativa seguida de discurso. Portanto, essa disposição ordenada revela alguma estrutura proposital à sua obra.

Mateus deixa claro que deseja apresentar em ordem histórica os acontecimentos na vida de Jesus: nascimento, ministério, paixão e ressurreição. Para tanto ele reúne os fatos em cinco grandes discursos proferidos pelo Senhor: o chamado Sermão do Monte (5.1 a 7.27); a comissão aos apóstolos (10.5-42); as parábolas (13.1-53); o ensino sobre a humildade e o perdão (18.1-35), e a palavra profética (24.1 a 25.46). Mateus cita várias passagens e profecias extraídas do Antigo Testamento e, de fato, interpreta essas profecias como tendo absoluto e certeiro cumprimento em Jesus Cristo.

Essa divisão em cinco partes pode deixar prever, também que Mateus usou o Pentateuco como modelo da estrutura do seu livro. É ainda possível que esteja apresentando o evangelho como uma nova Tora. A comparação que ele faz entre Jesus e Moisés transparece em alguns momentos, como por exemplo, na versão de Mateus para o Sermão do Monte, o próprio Jesus apresenta seus ensinos numa série de afirmativas que ocorrem ao lado de trechos da Lei mosaica: “Ouvistes o que foi dito aos antigos...” segue-se uma citação do Pentateuco e depois: “Eu porém vos digo...” (5.21,27,31,33,38,43).

A GENEALOGIA DE JESUS
Mateus agrada seus leitores judeus ao começar seu evangelho com uma genealogia de Jesus que remonta ao Antigo Testamento, destaca Abraão, pai do povo judeu, e o rei Davi, protótipo do rei messiânico esperado pelos judeus, passa pelos descendentes régios de Davi e ressalta a identidade de Jesus como o Cristo. A comparação com o Antigo Testamento mostra que Mateus intencionalmente omite gerações de reis davídicos para obter três sequencias com catorze gerações cada uma. A ocorrência incomum de quatro mulheres na lista antes de Maria reforça as características judaicas com um elemento gentílico, pois elas eram gentias (Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba, apesar de Mateus não citar o nome dessa, preferindo citá-la como: “da que foi mulher de Urias”). Esses elementos gentílicos preconizam o discipulado de todas as nações no final de Mateus: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”. (28.18-20).

O PROBLEMA SINÓTICO
Estudiosos em geral concordam que tanto Mateus quanto Lucas se apoiaram no evangelho de Marcos para escrever seus próprios evangelhos. Entretanto Mateus e Lucas não seguem Marcos em todos os detalhes relativos à ordem dos acontecimentos da vida de Jesus, ou a ordem de seus ensinamentos. Mateus e Lucas tem algum material em comum não encontrado em Marcos, mas aí eles também diferem um do outro na colocação disso dentro do ministério de Jesus.

Para entendermos a cronologia dos evangelhos, é importante notar que o próprio relato de Marcos não é um diário completo. João registra que Jesus visitou Jerusalém várias vezes durante um período de cerca de três anos, enquanto que em Marcos os acontecimentos são apresentados de maneira tal que parecem ter ocorrido no período de um ano, culminando com uma única visita de Jesus a Jerusalém. Em outras palavras, o Espírito Santo já havia guiado Marcos na seleção e na apresentação dos acontecimentos do ministério de Jesus de uma maneira particular.

Os evangelhos não apresentam apenas um quadro das atividades de Jesus, nem tampouco são apenas biografias técnicas e modernas, que seguem métodos desconhecidos em seus dias. Os três Evangelhos Sinóticos são escritas pessoais e complementares; não são três tentativas incompletas da mesma tarefa. São livros espirituais que juntamente com o evangelho de João, oferecem a todas as gerações Jesus Cristo, o Verbo encarnado.

ESBOÇO DE MATEUS

Prólogo: Genealogia e narrativa da infância 1.1-2.23
Genealogia de Jesus 1.1-17
O nascimento 1.18-25
A adoração dos magos 2.1-12
Fuga para o Egito e matança nos inocentes, a volta para Israel 2.13-13

I. Parte um: Proclamação do Reino dos Céus 3.1-7.29
Narrativa: Início do Ministério de Jesus 3.1-7.29
Discurso: O Sermão da Montanha 5.1-7.29

II. Parte Dois: O ministério de Jesus na Galiléia 8.1-11.1
Narrativa: Histórias dos dez milagres 8.1-11.1
Discurso: Missão e martírio 9.35-11.1

III. Parte Três: Histórias e parábolas em meio a controvérsias 11.2-13.52
Narrativa: Controvérsia que se intensificam 11.2-12.50
Discurso: Parábolas do Reino 13.1-52

IV. Parte Quatro: Narrativa, controvérsia e discurso 13.53-17.27
Narrativa: Vários episódios precedentes à jornada final de Jesus em Jerusalém 13.53-17.27
Discurso: Ensino sobre a igreja 18.1-35

V. Parte Cinco: Jesus na Judéia e em Jerusalém 19.1-25.46
Narrativa: A jornada final de Jesus e a instauração do conflito 19.1-23.39
Discurso: Os ensinos escatológicos de Jesus 24.1-25.46
A narrativa da Paixão 26.1-27.66
A narrativa da ressurreição 28.1-20

FONTES:
Bíblia de Estudo de Genebra – Sociedade Bíblica do Brasil
Bíblia de Estudos NVI – Vida
Novo Testamento King James – Edição de Estudos – Sociedade Bíblica Ibero-Americana
Módulo de Teologia – FTB – Betesda
Estudo Panorâmico da Bíblia – Vida
Panorama do Novo Testamento - Vida Nova

viernes, 7 de mayo de 2010

Lição Bíblica

Apocalipse 8.1-13
1 Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora.
2 Então, vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.
3 Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono;
4 e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos.
5 E o anjo tomou o incensário, encheu -o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.
6 Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar.
7 O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde.
8 O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue,
9 e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações.
10 O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha.
11 O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em absinto, e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas.
12 O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a noite.
13 Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!

Na abertura do sétimo selo há uma breve pausa. Enquanto os anjos se preparam para executar os juízos, outro anjo (Cristo em pessoa) cumpre as funções de intercessor (V. 3). Pelo que Ele mesmo padeceu, o Senhor Jesus está em condições de identificar-se com os crentes na provação (Hebreus 2:18; 4:15). Naqueles últimos dias, Ele intervirá a favor dos fiéis da grande tribulação (mencionados no capítulo 7). Então, por sua vez, os cristãos que já estiverem reunidos na glória, tendo eles mesmos experimentado na terra fadigas e sofrimentos, terão tanto maior interesse nas circunstâncias dos crentes que terão de atravessar esse terrível período. Eles também serão sacerdotes com Cristo e apresentarão a Deus "taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos" (5:8).

Antes impedidos pela intercessão, cada um dos sete anjos se dispõe agora a tocar sua terrível trombeta. A primeira dá o sinal para um juízo repentino que afetará as poderosas nações do Ocidente (as árvores) e também a prosperidade mundial. A segunda corresponde à irrupção de uma grande onda de anarquia dentro do império. A terceira e a quarta provocam a queda e a apostasia das autoridades responsáveis, de modo que os homens serão lançados nas mais profundas trevas morais.

jueves, 6 de mayo de 2010

Lição Bíblica

Apocalipse 7.1-17
1 Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma.
2 Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar,
3 dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus.
4 Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel:
5 da tribo de Judá foram selados doze mil; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil;
6 da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil;
7 da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil;
8 da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim foram selados doze mil.
9 Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos;
10 e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.
11 Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus,
12 dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!
13 Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?
14 Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro,
15 razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo.
16 Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum,
17 pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.
Este capítulo aparece como parêntesis entre o sexto e o sétimo selos. Antes de adiantar-se mais em Seus propósitos de juízo, Deus separa e sela aqueles que Lhe pertencem. O primeiro grupo (V. 4-8) é formado de judeus de diferentes tribos. Estes constituem o remanescente fiel. Alguns salmos nos revelam profeticamente os sentimentos desse remanescente. O segundo grupo é composto por uma multidão originária das nações que terão crido no evangelho do reino (V. 9). Se Deus nos apresenta agora esse povo fiel, é como se nos dissesse: Esses castigos não são para eles, pois, sob a minha proteção, eles passarão pela prova. Da mesma forma os israelitas, na noite da Páscoa, foram identificados pelo sangue do cordeiro e postos ao abrigo dos golpes do anjo destruidor (Êxodo 12:13). É nesse sangue que os crentes que vêm "da grande tribulação" terão lavado e alvejado suas vestiduras (V. 14). A salvação deles é assegurada do mesmo modo que a nossa: pelo precioso sangue de Cristo. Então, o mesmo Cordeiro que os purificou, "os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida" (V. 17; Isaías 49:10). O próprio "Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima". Que promessa! É dada de antemão em face de uma tribulação sem precedentes, para confortá-los.

miércoles, 5 de mayo de 2010

Lição Bíblica

Apocalipse 6.1-17
1 Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz de trovão: Vem!
2 Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer.
3 Quando abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizendo: Vem!
4 E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada.
5 Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem! Então, vi, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão.
6 E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho.
7 Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizendo: Vem!
8 E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra.
9 Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.
10 Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?
11 Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.
12 Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol se tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue,
13 as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair os seus figos verdes,
14 e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então, todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar.
15 Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes
16 e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro,
17 porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?
Se às vezes nos admiramos da severidade dos juízos de Deus, é porque não sabemos como subir (pela fé) ao céu. Se ouvíssemos como a perfeita santidade de Deus é louvada (4:8) e contemplássemos no Cordeiro imolado tanto o amor divino como o desprezo desse amor por parte do homem rebelado, poderíamos compreender quão justo, merecido e necessário é o juízo. Também aprenderíamos que nada acontece por acaso. Deus está no controle de tudo que ocorre na terra. Não só os seus desígnios de juízo são descritos antecipadamente neste livro simbólico (5:1), mas também cada um surge no exato momento que ele decretou, quando o selo é aberto pelo Cordeiro. Na abertura dos quatro primeiros selos surgem quatro cavaleiros. Eles representam, respectivamente, a conquista territorial, a guerra civil, a fome e as calamidades fatais que sobrevirão à terra, uma após a outra (V. 8; Ezequiel 14:21). Na abertura do quinto selo, surge uma multidão de mártires, implorando ao Deus soberano que lhes faça justiça. O sexto selo é como uma resposta ao clamor deles. Dá a entender uma terrível revolução; todos os governos estabelecidos são derrubados.

Quão estranha soa a combinação dessas palavras: "A ira do Cordeiro" (V. 16; Salmos 2:12)!

martes, 4 de mayo de 2010

Lição Bíblica

Apocalipse 5.1-14
1 Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos.
2 Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?
3 Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele;
4 e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele.
5 Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.
6 Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.
7 Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono;
8 e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos,
9 e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação
10 e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.
11 Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares,
12 proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.
13 Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.
14 E os quatro seres viventes respondiam: Amém! Também os anciãos prostraram-se e adoraram.
Uma pergunta mantém o universo em suspense: "Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?". Noutras palavras, quem executará o juízo? Só um indivíduo pode fazer isso: Aquele que é sem pecado (veja João 8:7) e, pela Sua própria perfeição, venceu a Satanás e o mundo. Cristo é este "Leão da tribo de Judá", já mencionado em Gênesis 49:9. Mas logo em seguida Ele é visto como um Cordeiro "como tendo sido morto". Para triunfar sobre o Inimigo e encher o céu de uma multidão de criaturas felizes e agradecidas, foi necessária a cruz do Senhor Jesus. E o coração de todos os santos se recorda de maneira muito comovente do sacrifício de Cristo. No céu, onde tudo fala de poder e de majestade, a lembrança permanente da humilhação de nosso querido Salvador constituirá um comovente contraste. A humildade, a mansidão, a sujeição, a paciência, todas essas perfeições morais do Senhor Jesus manifestadas aqui na terra serão sempre visíveis no céu e nos falarão eternamente da grandeza de seu amor.

Então, em resposta ao novo cântico entoado pelos santos glorificados, todas as esferas da criação proclamarão numa só voz: "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (V. 12).

lunes, 3 de mayo de 2010

Lição Bíblica

Apocalipse 4.1-11
1 Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.
2 Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado;
3 e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda.
4 Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro.
5 Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.
6 Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás.
7 O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando.
8 E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.
9 Quando esses seres viventes derem glória, honra e ações de graças ao que se encontra sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos séculos,
10 os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando:
11 Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.
Aqui começa a terceira parte do livro, anunciada no versículo 19 do primeiro capítulo. É óbvio que todos os detalhes da visão devem ser compreendidos em sentido simbólico. Por certo não veremos literalmente nenhum trono no céu, isso é simplesmente o emblema de governo real. Contudo, a interpretação desses símbolos de maneira nenhuma é deixada à nossa imaginação, ela nos é dada pela própria Bíblia em outras passagens.

Para poder ver o que deveria "acontecer depois destas coisas" (depois de a Igreja ter sido arrebatada), o apóstolo é convidado a subir ao céu. O cristão, para ver os acontecimentos terrenos em perspectiva real, deve considerá-los do ponto de vista celestial, tendo Cristo como o centro.

De acordo com a promessa feita à igreja de Filadélfia, os redimidos do Senhor serão guardados "da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro". E assim, no momento em que essa prova está prestes a começar para o mundo (cap. 6), vemos os redimidos já reunidos na gloria. São representados pelos 24 anciãos que se prostram e depositam as suas coroas diante do trono. No capítulo 4, eles adoram o Deus Criador, mas no capítulo 5 eles também adorarão ao Deus Redentor.

sábado, 1 de mayo de 2010

Lição Bíblica

Apocalipse 3.1-13
1 Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.
2 Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.
3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda -o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti.
4 Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas.
5 O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
6 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
7 Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá:
8 Conheço as tuas obras--eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar--que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.
9 Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei.
10 Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.
11 Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.
12 Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome.
13 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Séculos se passaram. Do meio de Tiatira, Deus suscita a Reforma, um poderoso movimento impulsionado pelo Espírito Santo. Em seguida observamos uma nova decadência. A morte espiritual se apoderou da igreja em Sardes. A Igreja recebe a ordem de se lembrar e se arrepender (V. 3, compare com 2:5 e 16; 3:19). Quem é o vencedor aqui? É aquele que não contaminou as suas vestiduras. Conhecemos esse tipo de vitória, isto é, permanecemos puros? O vencedor de Sardes será "vestido de vestiduras brancas". Ao contrário da falsa pretensão da igreja de ter o "nome de que vives", seu nome nunca será apagado do livro da vida.

Filadélfia (cujo nome significa amor fraternal) é a filha do "despertamento espiritual" ocorrido no século dezenove. As características principais dessa igreja são: (1) pouca força , todavia o Senhor mantém aberta para ela a porta do evangelho; (2)fidelidade à Palavra de Deus, que manterá Sua promessa: "Venho sem demora"; (3) amor pelo Seu nome, por isso a sua porção será seu novo nome. A resposta de Cristo ao escárnio do mundo para com Sua Igreja será aprová-la publicamente: "Farei... conhecer que eu te amei".

Temos a responsabilidade de herdeiros do testemunho de Filadélfia. Que o Senhor nos ajude a manifestar as características dessa igreja e não perder nossa coroa! O Seu regozijo em dar-nos essa recompensa será maior que o do vencedor ao recebê-la.