lunes, 26 de abril de 2004

Maçonaria é Religião?

Embora diversos maçons afirmem que a Maçonaria não é uma religião, a
maioria das autoridades maçônicas do mundo se referem a ela como
tal. O próprio Dicionário de Maçonaria afirma:
"É um sistema sacramental que, como todo sacramento, tem um aspecto
externo e visível, consistente de seu cerimonial, doutrinas e
símbolos e outro aspecto interno, mental e espiritual, oculto sob as
cerimônias, doutrinas e símbolos, e acessível só ao maçom que haja
aprendido a usar a imaginação espiritual e seja capaz de apreciar a
realidade velada pelo símbolo externo". (Wilmshurst, The Meaning of
Masonry)
Para se evitar a polêmica de que a Maçonaria é ou não uma religião,
os Teólogos John Ankeberg e John Weldon escreveram para 50 Grandes
Lojas dos Estados Unidos (os locais de reuniões não são chamados de
igrejas, e sim "lojas") fazendo a seguinte pergunta: Como um líder
maçônico oficial, que livros e autores V. Sª recomenda como tendo
autoridade com relação ao tema maçonaria?
Das 50 Lojas, 25 responderam à pergunta e o livro mais indicado foi
Coil's Masonic Encyclopedia, de Henry Wilson Coil, sugerido em 44%
das respostas, e em terceiro lugar, com 32%, a obra Mackey's Revised
Encyclopedia of Freemasonry, de Albert G. Mackey, que declara:
"A Maçonaria pode ser corretamente chamada de instituição
religiosa... A tendência de toda verdadeira Maçonaria é com a
religião... Veja os antigos Landmarks (doutrinas), suas sublimes
cerimônias, seus profundos símbolos e alegorias, tudo focalizando
verdadeiros ensinos religiosos e quem pode negar que a Maçonaria é
uma instituição eminentemente religiosa?"
Ainda como evidência de que a Maçonaria é uma religião, podemos
citar:
• Orações na abertura e encerramento de todas as cerimônias;
• A existência de Templos e Lojas, cuja consagração é um ato
essencialmente místico, esotérico, pois quem dá vida a uma Loja é o
Grande Arquiteto do Universo;
• O tratamento entre os adeptos é o de "irmão" (segundo o
dicionário Mackey's Revised Encyclopedia of Freemasonry);
• Presença de rituais de funerais (Exéquias) e batismo de
crianças;
• Juramentos;
• Código de Moral (Landmarks);
• Acreditam que a salvação se dá através das boas obras.
O fato de muitos maçons afirmarem que maçonaria não é religião se
torna irrelevante diante das evidências contrárias. Também os
kardecistas, rosa-cruzes e a seita Seicho-No-Iê negam ser uma
religião, afirmam ser uma ciência ou filosofia, isto se dá,
provavelmente, pelo fato do termo "religioso" muitas vezes ser
apresentado de forma pejorativa, como sinônimo de irracionalidade e
fanatismo, atributos que ninguém quer para si, além de que se dizer
amparado pela ciência dá uma conotação "científica" para o que se
crê. No caso da Maçonaria, afirmar que não se trata de religião
ainda apresenta vantagem na aquisição de novos adeptos. Afirma que
não interfere na religião de ninguém e que um de seus objetivos é
ajudar diversas igrejas. Com esta aparente neutralidade, a Maçonaria
consegue a adesão de membros de diversos segmentos religiosos.
Crenças Maçônicas
A maçonaria compreende diversas crenças de diversos povos, por isto
aceitam diversos nomes para Deus, embora prefiram chamá-lo
de "Grande Arquiteto do Universo" (G.A.D.U. - forma única para
denominar o deus de cada religião, adotada pelos três primeiros
graus do Rito de York), nome pelo qual se designa, na Maçonaria,
Allah, Logos, Osíris, Brahma etc, partindo do pressuposto de que se
trata do mesmo deus com o nome variando conforme o povo (islâmicos,
hindus, egípcios, budistas, judeus, cristãos etc). A Maçonaria
reconhece que há diferenças na descrição do deus de cada religião,
por isto há grande confusão de conceitos para se definir quem é o
deus da Maçonaria, alegando que o problema está mais na falta de
espiritualidade do homem que no nome de Deus em si. No grau do Real
Arco do Rito de York, o maçom passa a afirmar que o verdadeiro nome
de Deus é Jahbulon. Cada sílaba da palavra Jabulon representa um
deus, segundo Henry Wilson Coil (Coil's Masonic Encyclopedia, pág
516), é uma associação de Javeh, Baal ou Bel e Om (Osíris, o deus-
sol do Egito). Ja, representa Javé; Bul ou Baal representa o antigo
deus cananita, deus nacional dos fenícios, terra de Hirão, rei de
Tiro (conf. II Rs 1:2-4); On representa Osíris, o misterioso deus
egípcio. Nesse mesmo grau a Maçonaria une-se Yahweh, nome que consta
na Bíblia, com divindades pagãs como Baal, On e Osíris, que, segundo
a própria Bíblia, tratam-se de abominações pagãs repudiadas
totalmente por Deus.
Para justificar o hibridismo entre o Deus dos judeus e cristãos com
os deuses de outros povos, a maçonaria recorre ao exemplo de
Salomão:
"O rei Salomão se caracterizou por certo espírito eclético. Conforme
várias passagens bíblicas, os hebreus também tributavam honras
semelhantes a outros deuses, aponto de os profetas os censurarem (Ez
8:14), e o próprio rei Salomão não era monoteísta ortodoxo. (I Rs
11:5, 7), talvez em respeito aos países vizinhos, muitos deles, seus
aliados, bem como várias tribos que estavam a seu governo".
( A Maçonaria, O livro Sagrado)
Fica claro que a Maçonaria é henoteísta (crença em que o adorador
adora a um só deus, mas admite a existência de outros) e ela
despreza e exclui mais detalhes a respeito da postura de Salomão,
que é condenável aos olhos de Deus segundo a Bíblia:
"Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do Senhor, como Davi
seu pai"
(1 Rs 11:6)
Ao dar continuidade à leitura bíblica da história relacionada a
Salomão, vemos que a conduta "eclética" desse rei gerou
conseqüências negativas no reinado de seu filho Roboão.
Segundo o Dicionário da Maçonaria, já citado, na página 365, artigo
8º, é obrigatoriedade, de seus seguidores, crer num ser supremo,
logo, um ateu não pode ser maçom, sendo-lhe negada a filiação.
Apesar da declaração de que a Maçonaria não interfere nos princípios
religiosos de cada seguidor, este se vê obrigado a crer em um ser
superior e praticar diversos atos litúrgicos que exigem atos
sucessivos de determinado tipo de fé, que contraria princípios de
diversas crenças (inclusive cristãs), além do posicionamento
filosófico dos ateus.
A Maçonaria pratica o ocultismo, a revista Ano Zero, nº 18, de
outubro de 1992, pág. 42, declara: "O esoterismo na Maçonaria é dos
elementos que mais fascinam os iniciados e também pessoas que não
fazem parta da ordem".
Suas práticas esotéricas e a Confissão de Primeiro Grau (citada
anteriormente, onde o prosélito se confessa profano) fazem com que
exista uma impossibilidade lógica de um cristão praticante ser
também maçom, só o descaso ou ignorância dos autênticos preceitos
cristãos permitem que alguém se diga maçom e cristão ao mesmo tempo,
pois, como pode alguém que aceitou a Jesus Cristo como senhor e
salvador (característica obrigatória para se denominar cristão à luz
da Bíblia), se declarar profano pelo fato de ainda não ser maçom?
Além de que as práticas ocultistas são condenadas em diversas
passagens bíblicas, tendo especial destaque Deuteronômio 18:10-12:
Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho
ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro,
nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito
adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo
aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa
destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de
ti.
A Maçonaria Simbólica afirma que Jesus Cristo, do período dos 12 aos
30 anos de idade, segundo seus arquivos conservados religiosamente
pelos monges tibetanos no Himalaia, esteve aprendendo conceitos da
maçonaria egípcia junto aos monges do Tibete, sendo ali conhecido
com o nome de Profeta Issa. Após este período, Jesus passou a pregar
tudo aquilo que aprendeu com os monges, portanto, os ensinamentos de
Jesus, são fragmentos da doutrina maçônica.
Tal afirmação não tem qualquer amparo histórico, não há evidências
da existência de qualquer registros histórico que indique onde Jesus
esteve entre os 12 e 30 anos, sendo bem mais provável a hipótese de
que ele se manteve em Israel (se os maçons têm algum documento que
prove o contrário, deveriam o expor ao mundo para testes de
veracidade). Portanto, fica evidente que insinuar que Jesus foi
maçom visa legitimar e prestigiar a Maçonaria com tão significante
personagem da História da Humanidade, de forma semelhante a muitas
outras religiões (ex: o espiritismo afirma que Jesus foi um grande
médium; o catolicismo diz que Jesus determinou pessoalmente que
Pedro se tornasse o primeiro papa).
Ainda convém observar que apesar da maçonaria praticamente afirmar
que Jesus foi um maçom, o posicionamento de Jesus na Maçonaria é de
apenas mais um personagem na história das religiões. No
verbete "Religião" do Dicionário da Maçonaria se afirma:
"Todos eles foram unânimes em proclamar a paternidade de Deus e a
fraternidade dos homens. Tal foi a mensagem de Vyasa, Hermes
Trimegistro, Zarathustra, Orfeu, Krisna, Moisés, Pitágoras, Cristo,
Maomet e outros".
Devido a proposta maçônica de aceitar todas as religiões, surge a
necessidade de se criar orações "universais", onde se procura não
escandalizar os não cristãos. Desta forma, proíbe-se o uso do nome
de Jesus das orações, chegando até mesmo ao ponto de se adulterar
trechos bíblicos que são mencionados na liturgia, como por exemplo:
O ritual maçônico ao citar I Pd 2:5 diz: "...para oferecer
sacrifícios espirituais agradáveis a Deus...", enquanto que na
Bíblia está escrito "...para oferecer sacrifícios espirituais
agradáveis a Deus por Jesus Cristo" (grifo nosso).
Parece justo que se há tanta consideração em não se escandalizar os
não cristãos, também se deveria excluir as práticas ocultistas para
não se escandalizar os cristãos.
Para mostrar seu aspecto religioso, a Maçonaria abre a Bíblia, em
mesa especial, antes de serem iniciadas suas sessões e a fecha
apenas ao final dessas seções, como demonstração de que a sessão se
realiza sob os auspícios do Livro Sagrado. No entanto, tal prática
trata-se apenas de um ritual, não indicando que a Bíblia é a regra
de fé da Maçonaria. Apesar da Maçonaria se referir à Bíblia como
sendo a "grande luz da Maçonaria" e recomendar sua leitura regular
aos maçons, ela é tratada apenas como um símbolo, algo que não dita
normas ou gera reformas nas tradições e práticas maçônicas. Isto
fica evidenciado pelo fato de que em outros países se adotar outros
livros considerados sagrados, mesmo os que se opõem ao cristianismo,
o livro adotado pode ser o Alcorão, a Tripitaka, os Vedas, O Livro
de Mórmon etc.

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