viernes, 14 de abril de 2006

Peixe, Sexta-Feira e O Festival da Primavera

Temos visto pelas escrituras certas razões para questionar a Sexta-feira como o dia no qual Cristo foi crucificado. Ainda assim, cada Sexta-feira muitos católicos se abstêm de carne; substituindo-a por peixe; supostamente relembrando a crucificação da Sexta-feira. Os católicos romanos nos Estados Unidos não são mais exigidos por sua
instituição de abster-se de carne às Sextas-feiras (como antigamente); exceto durante a Páscoa; não obstante muitos ainda seguem o costume de peixe na Sexta-feira.
Certamente as escrituras jamais associam peixe com Sexta-feira. Por outro lado, a palavra "Sexta-feira" vem do nome de "Freya", que era vista como a deusa da paz, da alegria, e da Fertilidade, o símbolo de sua fertilidade sendo o Peixe. Desde tempos imemoriais o peixe foi um símbolo de fertilidade entre os chineses, os assírios, os
fenícios, os babilônios, e outros. A palavra "peixe" vem de dag que implica aumento ou fertilidade, e com boa razão. Um simples bacalhau anualmente põe acima de 9.000.000 (nove milhões) de ovos; um linguado, 1.000.000; o esturjão 700.000; a perca 400.000; a cavala, 500.000; o arenque, 10.000, etc.
De onde, então, veio a observância da Páscoa? Os cristãos primitivos pintavam ovos de Páscoa? Pedro ou Paulo por acaso dirigiram algum culto da alvorada da Páscoa? As respostas são, é claro, óbvias.
A palavra "Easter" (em inglês) aparece somente na Bíblia King James: "querendo apresentá-lo ao povo depois da páscoa" (Atos 12:4). A palavra traduzida "Páscoa" aqui é pascha que é - como todos os eruditos o sabem - a palavra grega para páscoa
(Passover em inglês), e não tem qualquer conexão com a palavra inglesa "Easter".
É bem conhecido que "Easter" não é uma expressão cristã, não em seu significado original.
A palavra vem do nome de uma deusa pagã; a deusa da luz do dia e Primavera. "Easter" não é senão uma forma mais moderna de Eostre, Ostera, Astarte, ou Ishtar, a última, de acordo com Alexander Hislop ("As duas Babilônias"), sendo pronunciada como pronunciamos "Easter" hoje.
Como a palavra "Easter", muitos de nossos costumes nessa estação tem seu princípios entre religiões não cristãs. Ovos de páscoa, por exemplo, são coloridos, escondidos, caçados e comidos; um costume feito inocentemente hoje, e sempre ligado com um tempo de graça e alegria para crianças. Mas, este costume não se originou no cristianismo. O ovo era, contudo, um símbolo sagrado entre os babilônios que acreditavam em uma antiga fábula a respeito de um ovo de tamanho enorme que caiu do céu no rio Eufrates. Deste ovo maravilhoso, de acordo com o mito antigo, a deusa Astarte (Easter) foi chocada. O ovo veio a simbolizar a deusa Easter. Os antigos druídas levavam um ovo como o emblema sagrado de sua ordem idólatra. A procissão de Ceres em Roma era precedida por um ovo. Nos mistérios de Baco foi consagrado um ovo. A China usava ovos tintos ou coloridos nos festivais sagrados. No Japão, um antigo costume era fazer o ovo sagrado em uma cor flamejante. Na Europa do Norte, nos tempos pagãos, os ovos eram coloridos e usados como símbolos da deusa da Primavera. Entre os egípcios, o ovo estava associado com o sol; o ovo dourado. Seus ovos tingidos eram usados como ofertas sagradas na estação da Páscoa (Easter).
Diz a Enciclopédia Britânica, "o ovo como um símbolo da fertilidade e da vida renovada vai até o antigo Egito e os Persas, que tinham o costume também de colorir e comer ovos durante seu festival da Primavera".
Como, então, este costume veio a ser associado com o cristianismo? Aparentemente alguém procurou cristianizar o ovo, sugerindo que como o pinto sai do ovo, assim também Cristo saiu do túmulo. O papa Paulo V (1605-1621) até mesmo indicou uma reza nesta conexão: "Abençoa, Ó Senhor, nós te imploramos, esta tua criatura de ovos, para que se torne um sustento completo para teus servos, comendo-os em rememoração de nosso Senhor Jesus Cristo" (Enciclopédia Católica Vol.5p.227,art."Easter").
As seguintes citações da Enciclopédia Católica são significativas: "Desde que o uso de ovos foi proibido durante a Páscoa, eles foram trazidos para a mesa do Dia da Páscoa, colorido em vermelho para simbolizar a alegria da Páscoa... O costume pode Ter sua origem no paganismo, pois muitos costumes pagãos celebrando o retorno da
Primavera, gravitavam na Páscoa". Tal foi o caso com um costume muito popular na Europa, "O Fogo da Páscoa é aceso no topo de montanhas de fogo novo, aceso na madeira
através de fricção; este é um costume de origem pagã em voga em toda Europa, significando a vitória da Primavera sobre o Inverno. Os bispos emitiram severos editos contra os sacrílegos fogos da Páscoa, mas não tiveram sucesso em abolí-los em toda parte ".
Assim, o que aconteceu? Observe isto cuidadosamente! "A igreja adotou a observância nas cerimônias de Páscoa, referindo-se à coluna de fogo no deserto e à ressurreição de Cristo". Os costumes pagãos eram misturados com a igreja romanista, recebendo a aparência de cristianismo? Não é necessário tomar minha palavra para isto. Em inúmeros lugares a Enciclopédia Católica fala diretamente sobre isto.
Finalmente, uma citação a mais refere-se ao Coelho de Páscoa: "O coelho é um símbolo pagão e tem sempre sido um símbolo de fertilidade".
"Como o ovo de Páscoa, o coelho de Páscoa", dia a Enciclopédia Britânica, "veio para o cristianismo desde a antigüidade. O coelho é associado com a lua nas lendas do antigo Egito e outros povos...
Através do fato que a palavra egípcia para coelho, um significa "aberto" e "período", o coelho veio a ser associado a idéia de periodicidade, tanto lunar como humana, e com o princípio de nova vida tanto no jovem como na jovem, e assim sendo, é um símbolo de fertilidade e de renovação da vida. Como tal o coelho ficou ligado aos ovos de Páscoa".
Assim, tanto o coelho da Páscoa como os ovos de Páscoa eram símbolos de significado sexual, símbolos de fertilidade.
Na estação da Páscoa não é incomum para os cristãos irem a cultos ao nascer do sol. Acreditam que isso honra a Cristo, porque Ele (teria) ressuscitado dos mortos no domingo de páscoa pela manhã, bem na hora que o sol estava surgindo. Mas a ressurreição não ocorreu verdadeiramente ao nascer do sol, pois ainda era ESCURO quando Maria Madalena veio ao sepulcro e ele já estava vazio (Jo 20.1; Mt 28.1; Mc
16.1; Lc 24.1). Vê-se hoje certa mistura, proveniente de ações não-escriturísticas praticadas em cultos de Páscoa ao nascer do sol, genuflexão perante o ostensório com a imagem do sol, com sua hóstia redonda em forma do sol.
No tempo de Ezequiel, os israelitas caíram na adoração do sol e fizeram dela uma parte de seu culto. "E levou-me para o átrio interior da casa do Senhor, e eis que estavam à entrada do templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do Senhor, e com os rostos para o ORIENTE; e
eles adoravam o sol voltados para o ORIENTE" (Ez 8.16). O fato de adorarem o sol voltados para o oriente mostra que era um culto de nascer do sol. Era também na direção do oriente que os profetas de Baal olhavam nos dias de Elias. Baal era o deus-sol, e assim deus do fogo. Quando Elias desafiou os profetas de baal com as palavras, "O Deus que responder com FOGO, este é Deus", estava indo indo ao encontro do culto de Baal em seu próprio terreno. Que hora do dia foi quando esses falsos profetas começaram a chamar por ele? Foi quando o sol fez seu primeiro aparecimento sobre o horizonte no oriente. Foi "de manhã" (I Reis 18.26).
De acordo com as lendas, após Tamuz ser morto, desceu para o mundo inferior. Mas pelo choro de sua "mãe" Ishtar (Easter), ele foi revivido misticamente na Primavera. Essa "ressurreição" era representada anualmente e lamentada com Ishtar afim de assegurar o sucesso da colheita e fertilidade do povo. Quando a nova vegetação
começava a sair, aqueles povos antigos acreditavam que seu "salvador" tinha vindo do mundo inferior, tinha terminado o Inverno, e tinha feito a Primavera começar. Até mesmo os israelitas adotaram as doutrinas e rituais do festival pagão da Primavera, pois Ezequiel fala de "mulheres chorando por Tamuz" (Ez 8.14).
Como cristãos, acreditamos que Jesus Cristo ressurgiu dos mortos em realidade; não meramente na natureza ou na nova vegetação da Primavera. Porque sua ressurreição foi na Primavera do ano, não foi muito difícil para a igreja do quarto século (tendo já se desviado da fé original de muitas maneiras) fundir o festival pagão da Primavera com o cristianismo. Falando dessa fusão, a Enciclopédia Britânica diz, "O cristianismo... incorporou em sua celebração do grande dia de festa cristão muitos dos rituais pagãos e costumes do festival da Primavera".
A lenda diz que Tamuz foi morto por um urso bravo quando tinha 40 anos, e Hislop aponta que 40 dias eram os dias separados para chorar pelo filho de Ninrod. Em tempos antigos eram observados com lamentação, jejum e autoflagelação, para ganhar novamente seu favor e fizesse a Primavera começar. Observância não somente praticada em Babilônia, como também entre os fenícios, egípcios, mexicanos e,
durante algum tempo, entre os israelitas. A Enciclopédia Católica muito honestamente indica que "escritores no quarto século tiveram a tendência de descrever muitas práticas (ou seja, o jejum da Quaresma de quarenta dias) como da instituição
Apostólica que certamente não tinha qualquer razão de ser vista assim" (Vol. 3 p.484 art. "Celibacy").
Não foi até o sexto século que o papa oficialmente ordenou a observância da Quaresma, chamando-a de "sagrado jejum" durante a qual as pessoas tinham que abster-se de carne e de algumas outra comidas.
Eruditos católicos sabem e reconhecem que existem costumes dentro da instituição que foram tomados emprestados do paganismo. Todavia, eles racionalizam, dizendo que muitas coisas, embora originalmente pagãs, podem ser cristianizadas. Se alguma tribo pagã observava quarenta dias em honra a um deus pagão, por que não deveríamos fazer o mesmo em honra a Cristo? Embora os pagãos adorassem o sol voltados para o Oriente, não podemos fazer cultos ao nascer do sol para honrar a ressurreição de Cristo, muito embora esta não fosse a hora do dia em que Ele ressuscitou? Muito embora o ovo fosse usado pelos pagãos, não podemos continuar seu uso e fingir que ele simboliza a grande pedra que estava diante do sepulcro? Em outras palavras, por que não adotar
todos os tipos de costumes populares, somente em lugar de usá-los para honrar deuses pagãos, como os pagãos faziam, usá-los para honrar a Cristo?
Tudo isto soa muito lógico, embora uma linha-mestra seja encontrada na própria Bíblia: Dt 12:29-32. Quando o SENHOR, teu Deus, eliminar de diante de ti as nações, para as quais vais para possuí-las, e as desapossares e habitares na sua terra, guarda-te, não te enlaces com imitá-las, após terem sido destruídas diante de ti; e que não indagues acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviram estas nações aos seus deuses, do mesmo modo também farei eu. Não farás assim ao SENHOR, teu
Deus, porque tudo o que é abominável ao SENHOR e que ele odeia fizeram eles a seus deuses, pois até seus filhos e suas filhas queimaram aos seus deuses. Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás.

A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos.

Referências Bibliográficas:
Hislop, Alexander. THE TWO BABYLONS
ENCYCLOPEDIA BRITANNICA
THE CATHOLIC ENCYCLOPEDIA
BÍBLIA DE REFERÊNCIA THOMPSON
NOVO TESTAMENTO TRILÍNGUE
TORAH – A LEI DE MOISÉS

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