viernes, 3 de abril de 2009

Alguém que eu não esqueço




Amigo. Esposa. Namorada. Pai. Mãe. Um chefe. Quando a gente não esquece é porque aquela presença valeu a pena, marcou, imprimiu conceito, cheiro, mensagem ou sentimento em nossa memória.
Alguém se torna inesquecível quando abraça nossa alma, quando envolve nossos sentidos, quando chega, senta, toma conta de nós. Quando nos mostra caminhos, aumenta o foco de nossa visão. Alguém que se torna inesquecível quando acrescenta, soma, dá. Isso pode acontecer numa história de amor, amizade, de trabalho.
Um amigo que se tornou fiel, torcedor, parceiro. Um amor que soube dividir ideal, projetos, sem anulação de nossa personalidade, fim de alguns sonhos. Um chefe ou um líder que soube passar conhecimento, despertar nossa vocação e comprometimento.
Tornar-se inesquecível é fazer parte da vida de outro, é ser muito mais do que importante. É construir um capítulo de vida. Relembrar a pessoa inesquecível faz com que viajemos no tempo, nos transportemos para um verdadeiro filme arquivado em nossa memória e, ainda, faz com que nossa sensibilidade experimente sentir novamente tudo o que sentimos à época lembrada. Relembrar a pessoa inesquecível nos traz aos sentidos o cheiro de um perfume, a imagem de um momento, a frase ouvida há tempos, a força recebida, o toque de mão, a sensação do desafio superado.
Alguém negativamente inesquecível passa a ser um fantasma, uma imagem que nos persegue, aprisiona e impede a liberdade. E é saudável, positivo, quando se posiciona como uma figura calma, segura, definida. Alguém que veio, ocupou o espaço importante e necessário e só nos impulsiona, alegra, cativa.
Tomara que você passe a ser inesquecível na vida de alguém. Marcando posição, dividindo sua energia, distribuindo amor, tocando o coração. Porque tornar-se inesquecível é deixar aparecer esse seu lado único e especial. É saber doar-se.
Pena que algumas pessoas não consigam se tornar especial na vida de alguém. Essas pessoas não são importantes nem para elas próprias. Não são fiéis, companheiras, atenciosas. Sugam o que você tem a dar-lhes, e depois, quando vê que não existe mais nada, afastam-se. Esse tipo de pessoa se torna inesquecível negativamente, pois, como os mais antigos dizem, as coisas boas não são lembradas, e sim as tristezas, as decepções, as sacanagens. Mas essa é a vida que nos foi dada. Nos resta deixar levar e aprender com as coisas boas e ruins que nos aconteceram.

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