martes, 22 de agosto de 2006

A Posição do Cristianismo Nominal em Relação a Israel

A Posição do Cristianismo Nominal em Relação a Israel
"E lhe disseram: Não! Iremos contigo ao teu povo. Porém Noemi disse: Voltai, minhas filhas! Por que iríeis comigo? Tenho eu ainda no ventre filhos, para que vos sejam por maridos? Tornai, filhas minhas! Ide-vos embora, porque sou velha demais para ter marido. Ainda quando eu dissesse: tenho esperança ou ainda que esta noite tivesse marido e houvesse filhos, esperá-los-íeis até que viessem a ser grandes? Abster-vos-íeis de tomardes maridos? Não, filhas minhas! Porque, por vossa causa, a mim me amarga o ter o Senhor descarregado contra mim a sua mão. Então, de novo choraram em voz alta; Orfa, com um beijo, se despediu de sua sogra, porém Rute se apegou a ela. Disse Noemi: Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses; também tu, volta após a tua cunhada. Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti. Vendo, pois, Noemi que de todo estava resolvida a acompanhá-la, deixou de insistir com ela" (Rt 1.10-18).
As motivações se revelam
Na vida dessas duas moabitas, Orfa e Rute, o Senhor nos dá simbolicamente uma visão profunda do Plano de Salvação, desde o passado até os dias de hoje. Rute e Orfa são, segundo meu entendimento, representações do cristianismo verdadeiro e do falso cristianismo. No versículo 10, ambas ainda afirmaram: "...iremos contigo ao teu povo." Mas, depois que Noemi lhes respondeu, lemos: "Então, de novo, choraram em voz alta; Orfa, com um beijo, se despediu de sua sogra, porém Rute se apegou a ela. Disse Noemi: Eis que tua cunhada voltou ao seu povo" (vv.14-15). Pois Orfa significa "a teimosa" ou "a que mostra a nuca". A nuca, a cerviz, é uma ilustração de dureza, de teimosia, de não querer obedecer. Não pretendemos julgar esse cristianismo obstinado, mas é evidente que se trata apenas de piedade nominal, uma vez que tais pessoas não conhecem outra coisa e nem compreendem o desígnio de Deus para suas vidas e para Seu povo. Também não pretendemos julgar Orfa, pois ela não teve entendimento mais profundo. Simplesmente, sem refletir e sem se preocupar, ela voltou ao seu povo e aos seus deuses. Essa foi uma atitude muito trágica! Ela seguiu o seu caminho sem Noemi. Esse é o motivo porque creio que Orfa seja uma figura do cristianismo apóstata dos tempos finais, uma ilustração muito apropriada da cristandade que se afasta continuamente da Bíblia e de tudo que é precioso aos olhos de Deus. Na verdade, Orfa acompanhou Noemi por um trecho do caminho, mas assustou-se quando começou a perceber a realidade: ela "mostrou a nuca", endureceu seu coração e perdeu a gloriosa herança que lhe estava destinada. Orfa representa os muitos cristãos que só chegam até a fronteira e, no momento do desafio decisivo, desviam-se e mostram a dureza do seu coração, voltando atrás e abandonando aquilo que seguiram por certo tempo.
Chama a atenção nessa história que a fidelidade ou a infidelidade das noras só tornou-se manifesta quando Noemi, a judia, partiu para Israel. Antes disso, a postura interior de ambas não podia ser percebida. Não era possível ver o que cada uma delas tinha em seu coração. Mas então, na hora da decisão, a motivação de seus corações foi revelada.
Fidelidade ao povo de Deus
Já dissemos que Noemi é uma figura profética do remanescente de Israel, que desde 1948 volta da Dispersão (Diáspora) para a Terra Prometida. Com esse retorno começou o tempo que a Bíblia chama de tempo do fim. Quando Noemi retornou para sua terra, era o tempo da colheita, o tempo apropriado para Rute encontrar Boaz. Desde 1948 vivemos no tempo do fim, a época em que Deus reconduz Seu povo Israel de volta para sua terra – para que o Senhor Jesus possa voltar e tornar-se o pão da vida para ele. Justamente nessa época será manifesta a fidelidade ou a infidelidade de muitos cristãos: "Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé..." (1 Tm 4.1). A infidelidade a Deus também torna-se evidente na infidelidade para com Israel. Deus identificou-se de tal maneira com Israel, que é impossível separá-lO do Seu povo. Rute, o "deleite", o "refrigério", não se separou de Israel e do Deus de Israel, mas testemunhou claramente: "...o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus" (Rt 1.16).
A fase final do tempo do fim começou com o retorno de Israel à sua terra. Por isso, vivemos hoje numa época em que se revela mais e mais o que realmente há no coração das pessoas, em que há separação por causa de Israel, do mesmo modo como Rute e Orfa se separaram diante de Noemi. No último momento, Orfa não quis se agregar ao povo e ao Deus de Noemi. Através desse exemplo, reconhecemos que não pode haver atitude neutra em relação ao povo de Israel e ao Deus vivo. Ou se é a favor, ou se é contra o Senhor. Ele diz com grande seriedade: "Quem não é por mim é contra mim" (Mt 12.30). É absolutamente impossível permanecer neutro em relação ao Senhor, e quem não toma uma atitude positiva diante de Israel também não terá posicionamento correto em relação a Deus. Rute decidiu-se conscientemente pelo povo e pelo Deus de Noemi. Também para nós é muito importante estar ao lado de Israel, pois, em última análise, assim torna-se visível nossa atitude para com Deus. Orfa voltou para o seu povo e para seus deuses. O deus dos moabitas era Quemos (ou Camos), e ele é chamado de "abominação" em 1 Reis 11.7. Desse modo, Orfa é o símbolo de muitas pessoas, infelizmente também de muitos cristãos nominais, que chegam apenas até a divisa, que param no meio do caminho por não terem a coragem de seguir até o fim. Orfa beijou sua sogra e retornou. Como é terrível quando filhos de Deus retornam para o mundo! Mas Rute apegou-se a Noemi. São poucos os cristãos que têm a coragem de atravessar a fronteira – espiritualmente – e de seguir adiante, orando como Jabez: "...e me alargues as fronteiras" (veja 1 Cr 4.10).
Rejeitando a Israel
Procuremos nos colocar no lugar de Orfa, para entender o que aconteceu em seu íntimo quando ela decidiu não ir com Noemi em direção a Israel. Quanto mais perto elas chegavam da fronteira, mais inquieta e insegura ela ficava. Suas dúvidas eram cada vez maiores e em seu íntimo amadurecia a decisão de não atravessar a fronteira. No último momento ela deu meia-volta, "mostrou a nuca", e voltou para seu povo e seus deuses. Quantos cristãos atuais vão só até certo ponto em seu posicionamento diante de Israel. Mas justamente essa atitude é levada muito a sério nas Escrituras. Através de muitos exemplos na Bíblia, fica claro que, por ocasião da volta do Senhor Jesus Cristo, até os povos serão avaliados e julgados conforme sua posição a respeito de Israel. Apesar de muitos não serem inimigos declarados de Israel, eles não são seus amigos de verdade. Do ponto de vista bíblico não existe neutralidade a esse respeito. Embora Orfa tenha beijado Noemi, ela retornou ao seu povo e aos seus deuses. E essa sua atitude teve conseqüências desastrosas. Da mesma forma, poucos cristãos permanecem decididamente ao lado de Israel desde a fundação do Estado e desde o início do retorno dos judeus à sua terra, e poucos reconhecem que é tempo de colheita. Ao invés disso, muitos cristãos apegam-se aos costumes e às tradições. Eles assimilaram os conceitos enganosos e antibíblicos que dizem: Israel foi repudiado eternamente e agora a Igreja está ocupando seu lugar. Essa idéia está tão arraigada nas mentes de muitos cristãos, que eles não têm coragem de se posicionar a favor de Israel. A conseqüência do comportamento de Orfa foi que ela caiu no esquecimento e perdeu sua herança. Rute, ao contrário, por posicionar-se publicamente a favor de Israel, tornou-se a avó de Davi e, assim, entrou na genealogia de Jesus. Alguns estudiosos da Bíblia acham que Orfa foi a bisavó de Golias, que anos mais tarde escarneceu e difamou publicamente o povo e o Deus de Israel, querendo destruir Israel, mas depois foi morto por Davi. Porém, não há provas dessa suposição. Na verdade, somente nas gerações seguintes é que se vê a tragédia da decisão de Orfa em relação a Israel e ao Deus de Israel.
O mesmo acontece freqüentemente em nossa vida: pecados nem sempre têm conseqüências imediatas. Quando não nos arrependemos no momento em que pecamos, muitas vezes só vamos notar mais tarde que aqueles pecados tiveram conseqüências que se farão sentir em toda a sua dureza. O cristianismo morno e apóstata de nossos dias, constituído principalmente de velhas tradições e que, por meio do ecumenismo, volta-se para deuses estranhos – abrindo espaço para idéias budistas, hinduístas, islâmicas e outros ensinos pagãos! – provavelmente produzirá logo o grande "Golias", o anticristo. Mas, a seu tempo, ele será derrotado pelo grande Filho de Davi, por Jesus!
Abraão e Abimeleque
Quantos cristãos se deixam intimidar pela mídia e por informações falsas, recusando-se a atravessar a fronteira para um posicionamento em favor de Israel! Por exemplo, Arafat proclamou em alta voz que Jesus era palestino – sem que isso levasse a protestos enérgicos por parte dos povos chamados cristãos ou dos dirigentes das igrejas cristãs. Pesquisando toda a Bíblia, constataremos que as pessoas que se posicionaram publicamente a favor de Israel, atravessando a "fronteira", foram extraordinariamente abençoadas. O Senhor sempre foi a favor delas. A história de Abraão e Abimeleque mostra isso de maneira muito clara. Na verdade, Abraão tornou-se culpado para com Abimeleque porque disse ser Sara sua irmã, sendo ela sua esposa. Abimeleque não sabia nada sobre a verdadeira situação de Sara e quis tomá-la por mulher. Mas isso não lhe trouxe bênçãos – pelo contrário. Somente quando ele devolveu-a a Abraão, a bênção voltou a fluir. Lemos em Gênesis 20.14-18: "Então, Abimeleque tomou ovelhas e bois, e servos e servas e os deu a Abraão; e lhe restituiu a Sara, sua mulher. Disse Abimeleque: A minha terra está diante de ti; habita onde melhor te parecer. E a Sara disse: Dei mil siclos de prata a teu irmão; será isto compensação por tudo quanto se deu contigo; e perante todos estás justificada. E, orando Abraão, sarou Deus Abimeleque, sua mulher e suas servas, de sorte que elas pudessem ter filhos; porque o SENHOR havia tornado estéreis todas as mulheres da casa de Abimeleque, por causa de Sara, mulher de Abraão."
Jesus e o centurião
Outro exemplo é o centurião de Cafarnaum, sobre quem lemos no Novo Testamento. "Tendo Jesus concluído todas as suas palavras dirigidas ao povo, entrou em Cafarnaum. E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente, quase à morte. Tendo ouvido falar a respeito de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar o seu servo. Estes, chegando-se a Jesus, com instância lhe suplicaram, dizendo: Ele é digno de que lhe faças isto; porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou a sinagoga. Então, Jesus foi com eles. E, já perto da casa, o centurião enviou-lhe amigos para lhe dizer: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres em minha casa" (Lc 7.1-6). Esse centurião romano atravessou a fronteira, posicionando-se de maneira positiva em relação a Israel. Aprendamos através do seu exemplo! Atravessemos também nós a fronteira, posicionemo-nos publicamente a favor de Israel, em favor do seu Deus. Com nosso apoio e nossa ajuda prática a Israel, reconhecemos seu direito à existência, pois Deus lhe deu promessas para o futuro.
A hesitação de muitos
Muitos cristãos também hesitam em atravessar a fronteira no que diz respeito ao pecado. Eles não rompem totalmente com as coisas erradas em suas vidas. Muitos batalham e travam uma luta corpo-a-corpo com o pecado mas, ao mesmo tempo, ficam presos a ele. Eles permanecem indecisos entre o mundo e uma vida que agrade a Deus. Não ousam dar o passo decisivo para a obediência incondicional ao Senhor, deixando sempre aberta uma portinhola atrás de si por onde podem voltar. Eles, como Orfa, não conseguem se decidir, e por isso ficam para trás. Orfa voltou para a velha vida. Na verdade houve o beijo, a simpatia para com Noemi, mas não a verdadeira entrega do coração; faltou a decisão firme de ficar ao seu lado.
O pecado sempre tem conseqüências. Em Oséias 2.6 o Senhor diz a respeito do pecado de Israel: "Portanto, eis que cercarei o seu caminho com espinhos; e levantarei um muro contra ela, para que ela não ache as suas veredas". O pecado restringe nosso caminhar com o Senhor; muralhas erguem-se diante de nós, tirando-nos a visão para seguir adiante. Deus o permite para que deixemos o pecado e nos voltemos a Ele: "Irei e tornarei para o meu primeiro marido, porque melhor me ia então do que agora" (Os 2.7b). Podemos ler em Oséias o que o pecado faz: "Comerão, mas não se fartarão; entregar-se-ão à sensualidade, mas não se multiplicarão, porque ao Senhor deixaram de adorar. A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento. O meu povo consulta o seu pedaço de madeira, e a sua vara lhe dá resposta; porque um espírito de prostituição os enganou, eles, prostituindo-se, abandonaram o seu Deus" (Os 4.10-12). O pecado pode tirar nosso entendimento, impedindo-nos de pensar claramente, e sem discernimento entre o certo e o errado não vemos mais as coisas de maneira objetiva. O pecado altera as emoções e o raciocínio. A Bíblia nos ensina: "Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força" (Mc 12.30). O envolvimento com o pecado pode chegar até ao ponto de nos levar a amar mais o pecado do que a Deus. Alguém o formulou da seguinte maneira: "O que você olha passa a ter poder sobre você." Que grande verdade! Aquele que procura a Jesus na Palavra de Deus, na Bíblia, olha para Ele e O segue em obediência, é transformado cada vez mais na imagem de Jesus. É assim que crescemos no conhecimento de Jesus. Ao contrário, os que se ocupam com o pecado e o praticam, experimentam uma transformação negativa, pois são marcados pelo pecado e assumem a índole do pecado: "...porque ao Senhor deixaram de adorar" (Os 4.10b). Por isso, quem vive em pecado acaba sem forças para retornar. Em Oséias 5.4 e 8 está escrito: "O seu proceder não lhes permite voltar para o seu Deus, porque um espírito de prostituição está no meio deles, e não conhecem ao Senhor... Cuidado, Benjamim!" Tais pessoas são dominadas pelo pecado de tal maneira, que não têm forças suficientes para abandoná-lo. O inimigo tornou-se demasiadamente poderoso em suas vidas. Oséias 7.2 continua: "Não dizem no seu coração que eu me lembro de toda a sua maldade; agora, pois, os seus próprios feitos os cercam; acham-se diante da minha face". Nos versículos 10-11 está escrito: "A soberba de Israel, abertamente, o acusa; todavia, não voltam para o Senhor, seu Deus, nem o buscam em tudo isto. Porque Efraim é como uma pomba enganada, sem entendimento..." Tudo isso acontece quando não atravessamos a fronteira da entrega total. Orfa tinha o coração dividido. Ela não estava disposta a assumir as conseqüências, e errou o alvo. No grego a palavra pecado significa "errar o alvo". Pecado não significa apenas comportamento errado, mas uma maneira errada de viver, uma predisposição em errar o alvo. O normal e o natural do ser humano é seguir pelo caminho errado. Seria catastrófico se no fim da nossa vida tivéssemos de confessar – só porque nunca nos decidimos a atravessar a fronteira –, que em última análise erramos o alvo que Deus tinha para nossa existência!
Que caminho você está seguindo? O salmista diz: "Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade" (Sl 39.4). Devemos ser gratos a Deus por Ele nos mostrar toda a tragicidade e conseqüência do nosso pecado, e, através do perdão, oferecer-nos uma saída! Ele atravessou a fronteira em nossa direção e veio ao nosso encontro por meio de Jesus Cristo e Sua obra consumada na cruz. Ainda vivemos no tempo da graça, e Deus nos oferece restauração em Jesus. Mas nós também devemos estar dispostos a atravessar a fronteira em direção a Ele, realmente colocando em prática nossa decisão. O Senhor adverte: "Volta, ó Israel, para o Senhor, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído. Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe: Perdoa toda iniqüidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios" (Os 14.1-2). E nos versículos 4-5 Ele faz a grandiosa oferta de amor: "Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles. Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano."
Deus não pode fazer outra coisa do que amar também a você, prezado leitor. Portanto, volte para Ele! Atravesse a fronteira! Em Oséias 10.12 está escrito: "Semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo a misericórdia; arai o campo de pousio; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que ele venha, e chova a justiça sobre vós." É isso que Deus tem preparado para Israel. O mesmo Ele tem preparado também para você, se você tiver ânimo de atravessar a fronteira, deixando o pecado e indo em direção a Jesus.
Da estreiteza de nossa incredulidade ao espaço ilimitado da fé
Muitas pessoas vão só até a fronteira e não dão um passo a mais para assumir o trabalho missionário. Justamente pessoas jovens freqüentemente não têm coragem de dar esse passo, isto é, elas não têm ousadia de obedecer à ordem do Senhor: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15). Participar de trabalho missionário, porém, nem sempre significa ir para o exterior. Muitas vezes, é preciso abandonar primeiro certos hábitos e costumes e atravessar a fronteira em direção a Deus, fazendo a Sua vontade. E "todo o mundo" começa diante da porta da nossa casa!
Muitos também não vão além da fronteira na hora de se aventurar a dar um passo de fé. Outros não têm o ânimo de realizar pela fé o propósito que Deus colocou em seus corações. Abraão foi um homem que ultrapassou seus limites pela fé: "Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia" (Hb 11.8). Uma ousadia – mas ele a realizou pela fé! Por meio dessa fé a Terra Prometida tornou-se possessão sua. De uma vez por todas devemos sair da estreiteza da nossa incredulidade para ocupar os espaços ilimitados da fé. Lembremo-nos mais uma vez de Jabez, que suplicou ao seu Deus, o Deus de Israel: "Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras, que seja comigo a tua mão e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido" (1 Cr 4.10).
É muito importante que atravessemos a fronteira e olhemos concretamente para o alvo. Orfa não conseguiu fazer isso. Na verdade, ela tinha dito o mesmo que Rute: "Não! Iremos contigo ao teu povo" (Rt 1.10). Mas, ao contrário de Rute, faltou-lhe a força necessária para seguir em frente. A dificuldade em nossas vidas é que muitas vezes realmente desejamos fazer alguma coisa, mas não estamos firmemente decididos a concretizá-la. Temos o desejo de abandonar o pecado, mas não estamos dispostos a fazê-lo de fato. Gostaríamos de ir para o campo missionário para sermos usados pelo Senhor, mas não estamos firmemente decididos a dar esse passo e tomar as providências necessárias. Sabemos de certas barreiras em nossa vida, mas não estamos dispostos a vencer as resistências pela fé. Sabemos o caminho que devemos seguir, que devemos tomar certas decisões, mas não o fazemos. No reino de Deus só pode acontecer algo concreto se decididamente tomarmos certas atitudes e agirmos pela fé. Comecemos a atravessar a fronteira no verdadeiro sentido bíblico e sigamos por todo o caminho com Jesus. Certamente o Senhor tem algo bem definido para você. Você deveria dar esse passo: confessar ao Senhor e depois abandonar os pecados escondidos em sua vida. Se você ainda não é renascido, dê esse passo para além da fronteira o mais breve possível! Atravesse a fronteira, agora que você se deu conta de que ela existe, e siga adiante segurando a mão de Jesus!
(Norbert Lieth - www.chamada.com.br)
Extraído do livro Rute - À Luz do Plano de Salvação.

lunes, 21 de agosto de 2006

Porque os justos sofrem?

Por que os justos sofrem?
Assim como Deus manda a chuva, o sol e outras bênçãos tanto sobre  os justos como sobre os injustos (Mateus 5:44-45), a Bíblia também   ensina que todos (sejam justos ou injustos) têm que sofrer as conseqüências do pecado de Adão e Eva. Gênesis 3 registra o relato da queda de Adão e Eva. As maldições caídas sobre a terra como resultado são relatados em Gênesis 3:16-19. Elas incluem a dor do parto, espinhos e cardos, comer o pão "no suor do rosto", e, finalmente, morte. Estas maldições são universais. Todos estão sujeitos a dor, tristeza, infelicidade e a morte que são o resultado, não da crueldade ou indiferença por parte de Deus, mas da introdução do pecado no mundo.

A pessoa que está preocupada com o sofrimento dos justos precisa ler o livro de Jó. Ele era um homem rico a quem Deus tinha abençoado abundantemente. Jó 1:8 nos conta a estima de Deus por este homem: "Perguntou ainda o S
ENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, tememnte a Deus e que se desvia do mal."
Não há questão sobre se o subseqüente sofrimento de Jó era castigo por algum pecado grave. O livro constitui, na maior parte, de uma discussão que Jó tinha com seus "amigos", que tentavam convencê-lo de que ele estava recebendo retribuição por alguma maldade dele. Mas não somente Jó era inocente de qualquer pecado resultando em seu sofrimento incomum, mas é-nos dito mais tarde que "Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma" (Jó 1:22). O sofrimento acontece a jovens e velhos, bons e maus. Algumas pessoas parecem ter mais do que sua conta de calamidade, enquanto outras aparentemente escapam com pouca adversidade. A maioria de nós provavelmente cai em algum lugar entre estes dois extremos.

A adversidade, conquanto atribuída a um Deus cruel e injusto, realmente pode beneficiar-nos de muitos modos se estivermos determinados a servir o Senhor.

O sofrimento nos prova. Lemos sobre uma tal provação, em Gênesis 22, que deve ter sido desagradável para Abraão. Mas ele passou a provação e o resultado foi a promessa de grandes bênçãos através de sua herança, que beneficiaria toda a terra (leia os versículos 1 a 18).
Deus estava permitindo que Jó fosse experimentado com as aflições pelas quais Satanás o atormentou. Jó passou na prova e lemos, "Assim, abençoou o Senhor o último estado de Jó mais do que o primeiro..." (Jó 42:12).
Não nos foi prometida grande riqueza material se passássemos nas provas de adversidade, mas nos foi assegurado que o Senhor cuidará de nós (Mateus 6:33), e que colheremos recompensas maiores do que a riqueza deste mundo.

O sofrimento nos fortalece. Quem não ouviu uma pessoa mais velha contar os "tempos duros" que enfrentou? Alguns falam de suas experiências para atravessar a Grande Depressão. Alguns relatam os contos pungentes da desgraça. Outros falam de tragédia pessoal que teve que ser suportada. Por que freqüentemente as pessoas têm orgulho dos tempos traumáticos em que viveram? É porque elas sabem que isto é evidência de um caráter e uma constituição fortes, que talvez foram forçadas sobre eles pelas suas adversidades. Converse com qualquer pessoa de riqueza ou alta posição que "abriu seu próprio caminho." Os tempos sobre os quais terá mais prazer em lhe falar são "naquele tempo quando eu não estava tão bem como agora." Elas gostam de recordar a luta, a dureza e a labuta que os colocaram onde estão. A maioria destas pessoas não trocaria estas experiências por nada, porque sabem que foram as próprias durezas que suportaram que lhes deram a força de caráter que agora possuem.

Devemos ser fortalecidos espiritualmente pelo sofrimento porque sabemos que Deus "...não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar" (1 Coríntios 10:13). Cada vez que você passa por uma provação, você está um pouco mais forte. Isto não somente o capacitará a enfrentar outras tentações contra as quais você irá contra, mas também lhe dará capacidade para ajudar melhor e encorajar outros que possam enfrentar dificuldades semelhantes.

O sofrimento nos humilha. Em 2 Coríntios 12:4-10 aprendemos que Paulo tinha uma enfermidade com o propósito de ajudá-lo a manter sua humildade e também para que outros não o exaltassem acima da conta. Na adversidade percebemos que nossa única segurança e força verdadeira estão em Jesus Cristo. Por nós mesmos não temos a força e a auto-suficiência das quais gostaríamos de vez em quando de nos exibir. Paulo disse: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2 Coríntios 12:10).

Acima de tudo, lembremo-nos de que nossa meta não é uma vida ditosa, despreocupada, nesta terra. Antes, estamos labutando e algumas vezes sofrendo para que possamos atingir o lar celestial que Jesus Cristo foi preparar para nós. Que as tentações, adversidades, perseguições, tristezas e dores nesta vida nos dêem uma mais profunda ânsia e apreciação pela esperança que fica diante de nós se formos cristãos e fiéis ao Senhor.
"Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós" (Romanos 8:18). Torne-se um cristão para que possa ter esta alegria e paz de consciência.

­por Tom Moody

Para reflexão

"Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem." (Efésios 4.29) "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (I Coríntios 3.16)
Quando Paulo nos ensina com essas palavras significa que somos separados para Deus, tanto para salvação eterna, como para seguir o que Jesus nos ordenou, de pregar o Evangelho a toda a criatura. Ora, se de minha boca procede maus desígnios, palavras e atitudes que não agradam a Deus, como a promessa se cumpre em mim? "Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir." (João 16.13)
Agindo assim fazemos como os judeus do tempo de Jesus, que a Palavra diz que eram resistentes ao Espírito Santo. Pois aquele que é obediente e sensível enxerga as obras do Espírito atuando:
"As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais." (I Coríntios 2.13)
Vivemos nos últimos tempos, e assim como foi nos dias de Nóe, quando todos viviam regaladamente, sem prévio aviso veio o dilúvio e a todos levou exceto ao justo Noé e sua família,assim virá Jesus buscar aqueles que guardam o testemunho do Cordeiro. Vigiemos e oremos ao Senhor para nos apartar das cousas que desagradam a Ele. "Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca." (Colossenses 3.8)
A Paz, tenha um dia abençoado em Cristo Jesus

viernes, 18 de agosto de 2006

Sofrimento

Sofrimento

Por que acontecem coisas ruins? Se Deus é tão bom, bem como Todo-poderoso, por que ele não evita o sofrimento? Como devemos reagir quando acontecem coisas que não nos fazem sentido? Estes tópicos, que têm incomodado os homens durante séculos, não devem abalar nossa fé. A palavra de Deus fornece algumas respostas e sustenta poderosamente nossa fé mesmo quando algumas perguntas permanecem sem reposta.
O pecado do homem
Deus criou o homem à sua própria imagem (Gênesis 1:26). Isto não quer dizer que o homem se pareça fisicamente com Deus, pois ele não tem um corpo carnal (João 4:24; Lucas 24:39). O que significa é que o homem tem consciência racional e livre arbítrio para determinar seus próprios atos. Essa liberdade explica por que o sofrimento se originou.
Quando Deus criou Adão e Eva, ele os colocou num paraíso, cheio de frutos bons. Ele autorizou-os a comerem de todas as árvores, exceto duma. Mas a existência perfeita deles foi destruída, porque decidiram comer da única árvore proibida. Seu pecado levou Deus a expulsá-los do maravilhoso jardim e a puni-los trazendo o sofrimento sobre eles e seus descendentes (Gênesis 3). Este mundo, amaldiçoado por causa do pecado do homem, não é o lugar que Deus desejava para o seu povo.
Não poderia Deus ter evitado que o homem pecasse? Certamente. Ele poderia ter criado robôs ou bonecos que recitassem, "Eu te amo", sempre que ele desse corda neles. Em vez disso, Deus preferiu criar os homens à sua imagem, com livre arbítrio. É logicamente impossível dar aos homens livre escolha e não lhes permitir decidir livremente. Mas não poderia Deus ter dado aos homens livre escolha e só eliminar as más conseqüências que resultassem dessas escolhas? Talvez, mas ainda é duvidoso que escolha sem conseqüência seja realmente autêntica. De qualquer modo, conseqüências sofridas são freqüentemente bênçãos. A sensação de dor quando tocamos um objeto quente ensina-nos a não tocarmos num fogão quente. Se não fosse sentida a dor, maiores danos certamente resultariam.
O sofrimento resulta do pecado humano, direta ou indiretamente. Por exemplo, a fornicação freqüentemente causa doenças transmitidas sexualmente e daí o sofrimento ("...o caminho dos pérfidos é intransitável" Provérbios 13:15). A ira descontrolada faz com que outros sofram. Algum sofrimento é o resultado indireto do pecado, porque não vivemos mais no paraíso, mas num ambiente amaldiçoado por causa do pecado. A conclusão é que o sofrimento acontece porque Deus deu ao homem livre arbítrio e este resolveu pecar.
Boas pessoas
Mas por que pessoas boas, inocentes, sofrem? Algumas vezes pessoas boas  erram e sofrem as conseqüências de seus pecados. Outras vezes elas   sofrem por causa de erros cometidos por outras. E às vezes, elas sofrem porque vivem num mundo que foi amaldiçoado em conseqüência dos pecados da humanidade. Mas aqueles que amam a Deus podem sempre encontrar benefício no sofrimento: "Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28). Como pode o sofrimento ajudar os cristãos fiéis?
Castigo. A dor é uma grande ferramenta de ensino. Hebreus 12 revela que Deus disciplina os filhos que ele ama. Pais terrenos também disciplinam seus filhos porque os amam e querem exercitá-los no caminho certo. Em vez de nos ressentirmos contra a disciplina de Deus, devemos apreciar que ele tenha bastante cuidado para conosco a ponto de nos corrigir. "Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça" (Hebreus 12:11). O salmista reconheceu o valor do sofrimento em sua própria vida: "Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra... Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos" (Salmo 119:67,71).
Crescimento espiritual. O sofrimento ajuda os cristãos a ficarem mais fortes. Jó era um homem devoto, mas pela aflição ele "cresceu" e se tornou um servo de Deus mais forte e mais humilde. Assim como o ouro é purificado ao passar pelo fogo, assim um cristão é purificado e fortalecido quando passa pela aflição (1 Pedro 1:6-9). O que sai da fornalha é melhor do que o que nela entrou. Esse sofrimento, então, não é porque temos errado, mas porque podemos fazer melhor.
O sofrimento nos ajuda espiritualmente de vários modos: Œ Confiança. Paulo aprendeu a confiar mais em Deus por causa das circunstâncias perigosas (2 Coríntios 1:8-9). Experimentar tempos difíceis nos faz mais cônscios de nossa necessidade de Deus e assim desenvolvemos confiança nele, não em nós mesmos.  Humildade. Deus deu a Paulo um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para impedi-lo de se exaltar (2 Coríntios 12:7-9). A arrogância invade sutilmente nossos corações; as aflições ajudam a resistir a esta tentação. Ž  Perspectiva. Deus quer que vivamos como peregrinos aqui, entendendo que o céu é o nosso verdadeiro lar (Colossenses 3:1-4; Filipenses 3:20). Mas quando as coisas vão bem para nós nesta vida, sentimo-nos em casa no mundo e deixamos de almejar estar com o Senhor. As aflições nos ajudam a visar a verdadeira meta.
O plano de Deus. Algumas vezes o sofrimento nos capacita a contribuirmos para o plano de Deus referente ao mundo. Jesus sofreu para ajudar os outros, sacrificando sua vida para reconciliar os homens com Deus. José sofreu para que sua família pudesse ser salva da fome (Gênesis 45:5-7; 50:20). A prisão de Paulo resultou surpreendentemente em maior progresso do evangelho (Filipenses 1:12-18), tanto porque lhe deu oportunidade para ensinar os guardas que estavam acorrentados a ele, como porque outros irmãos foram encorajados por sua atitude a pregarem a palavra mais ousadamente. Os sofrimentos de Paulo também o qualificaram para confortar outros que estavam sofrendo (2 Coríntios 1:3-5).
Lidando com o sofrimento
Há diversas coisas que ajudam na lida com o sofrimento:
Deus também sofre. Enquanto Deus olhava para seu Filho em angústia na cruz, ele sofria. Este sofrimento não era causado pela fraqueza de Deus. Não era como se Jesus tivesse esgotado todos os seus esconderijos e seus inimigos finalmente o tivessem apanhado e executado contra sua vontade. Não, Jesus entregou sua vida voluntariamente (João 10:17-18). Ele decidiu voltar ao mesmo lugar onde sabia que Judas poderia encontrá-Lo (João 18:1-2). Ele se recusou a chamar os anjos para que o salvassem, ainda que legiões deles estivessem à sua disposição (Mateus 26:53). Ele nada disse para se defender durante o julgamento, ainda que, se tivesse feito isso, sem dúvida teria escapado da cruz. Cristo sofreu porque decidiu sofrer. Sofreu porque nos amava. O fato que o Senhor sofre conosco nos assegura de sua compaixão e auxílio, e dá-nos forças para enfrentarmos nossas dificuldades (Hebreus 2:14-18; 4:14-16; 5:7-10).
Não sabemos todas as respostas. Muito sofrimento fica sem explicação. Jó passou seus dias implorando a Deus que lhe desse audiência e lhe explicasse porque sofria. Quando Deus finalmente apareceu, ele demonstrou que Jó não tinha capacidade nem para entender a resposta, muito menos para discutir com seu Criador. E no final, Jó aprendeu a confiar simplesmente em Deus. Algumas vezes o sofrimento que é inexplicável no momento, mais tarde é facilmente compreendido. Por que Deus permitiu que José fosse vendido como escravo e depois definhasse na prisão por manter sua pureza? Mais tarde o propósito ficou claro. Deus nunca prometeu que explicaria satisfatoriamente tudo o que acontece no mundo. Mas podemos confiar nele.
Paulo e seu espinho. A reação de Paulo quanto ao espinho em sua carne é um excelente modelo para se lidar com o sofrimento. Talvez Deus tenha deixado indefinida a natureza do espinho na carne de Paulo para que possamos usar esse modelo a fim de nos ajudar em qualquer tipo de sofrimento que enfrentamos. Observe como Paulo lidou com sua dificuldade: Œ Ele orou pela remoção do espinho três vezes. Certamente temos todo o direito de orar para que nossos sofrimentos sejam removidos.  Ele aceitou o fato que teria que viver com ele. Nem todas as orações são respondidas afirmativamente. Quando Jesus orou no jardim para que o cálice fosse afastado dele se fosse a vontade de Deus, não foi a vontade de Deus. Quando Deus diz não, precisamos aprender a aceitar sua resposta. Ž  Ele procurou bênçãos no espinho e percebeu que isto o ajudava a evitar de se exaltar. O Deus que obra todas as coisas juntas para o bem daqueles que o amam não permitirá que soframos em vão. Precisamos simplesmente procurar as lições e as bênçãos em nossos sofrimentos.  Ele aprendeu a regozijar-se com "seu espinho". "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2 Coríntios 12:10).
O sofrimento leva-nos a Deus. O sofrimento, a conseqüência do mal, é um sinal do que seria a vida sem Deus. Dando-nos um vislumbre do tipo de mundo que haveria se Deus estivesse ausente, o sofrimento nos diz que precisamos de Deus. Certamente não queremos estar naquele lugar onde o mal reina soberanamente e onde Deus não está.
Que Deus ponha em minha vida o sofrimento que me aproxime mais dele.
-por Gary Fisher

martes, 15 de agosto de 2006

Mensagem

"Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus,nem respeitava homem algum.Havia também,naquela mesma cidade,uma viúva que vinha ter com ele,dizendo:Julga a minha causa contra o meu adversário.Ele,por algum tempo,não a quis atender;mas,depois,disse consigo:Bem que eu não temo a Deus,nem respeito a homem algum;todavia,como esta viúva me importuna,julgarei a sua causa,paranão suceder que,por fim,venha a molestar-me.Então,disse o Senhor:Considerai no que diz este juiz iníquo.Não fará Deus justiça aos seus escolhidos,que a ele clamam dia e noite,embora pareça demorado em defendê-los?"(Lucas 18.2-7)
A parábola da viúva e do juiz iníquo nos anima a orar com perseverança.Se até mesmo um homem perverso acaba se comovendo,quanto mais razão não teria o Deus de amor para intervir libertando os seus escolhidos.Às vezes Ele tarda em fazê-lo,porque o fruto que espera não está maduro;mas não nos esqueçamos de que Ele a Si mesmo Se obriga a usar de paciência,pois o Seu amor O levaria a agir mais depressa.
Fica na Paz

miércoles, 19 de julio de 2006

Para reflexão

A Verdade Importa. Sem a verdade da Palavra de Deus sobre toda questão na vida, seremos enganados! Acredito que a fraqueza na igreja hoje deve-se ao fato de as pessoas não aceitarem a verdade. Temos muitos "ouvintes" da Palavra, mas poucos "praticantes" da Palavra. Se não formos praticantes, enganamos a nós mesmos. Isso leva a um "coração dobre" (Tiago 1:8). Um homem de coração dobre não conhece as coisas de Deus; assim, ele é deixado nos caminhos do mundo, da carne e do Maligno. Isso é "Aprender sempre mas nunca chegar ao conhecimento da verdade!" Sem a verdade seremos enganados.
A Paz do Nosso Senhor Jesus Cristo esteja contigo

miércoles, 12 de julio de 2006

Lição 59

Lucas 1.57-80
57 A Isabel cumpriu-se o tempo de dar à luz, e teve um filho.
58 Ouviram os seus vizinhos e parentes que o Senhor usara de grande misericórdia para com ela e participaram do seu regozijo.
59 Sucedeu que, no oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriamdar-lhe o nome de seu pai, Zacarias.
60 De modo nenhum! Respondeu sua mãe. Pelo contrário, ele deve ser chamado João.
61 Disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que tenha este nome.
62 E perguntaram, por acenos, ao pai do menino que nome queria que lhe dessem.
63 Então, pedindo ele uma tabuinha, escreveu: João é o seu nome. E todos se admiraram.
64 Imediatamente, a boca se lhe abriu, e, desimpedida a língua,falava louvando a Deus.
65 Sucedeu que todos os seus vizinhos ficaram possuídos de temor, e por toda a região montanhosa da Judéia foram divulgadas estas coisas.
66 Todos os que as ouviram guardavam-nas no coração, dizendo: Quevirá a ser, pois, este menino? E a mão do Senhor estava com ele.
67 Zacarias, seu pai, cheio do Espírito Santo, profetizou, dizendo:
68 Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo,
69 e nos suscitou plena e poderosa salvação na casa de Davi, seuservo,
70 como prometera, desde a antiguidade, por boca dos seus santos profetas,
71 para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam;
72 para usar de misericórdia com os nossos pais e lembrar-se da sua santa aliança
73 e do juramento que fez a Abraão, o nosso pai,
74 de conceder-nos que, livres das mãos de inimigos, o adorássemos sem temor,
75 em santidade e justiça perante ele, todos os nossos dias.
76 Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederáso Senhor, preparando-lhe os caminhos,
77 para dar ao seu povo conhecimento da salvação, no redimi-lo dos seus pecados,
78 graças à entranhável misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol nascente das alturas,
79 para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, edirigir os nossos pés pelo caminho da paz.
80 O menino crescia e se fortalecia em espírito. E viveu nos desertos até ao dia em que havia de manifestar-se a Israel.

Isabel traz ao mundo aquele que será o profeta do Altíssimo (v. 76).Vizinhos e parentes se alegram com ela. Observem o quanto o gozo preenche estes capítulos (1:14,44,47,58; 2:10). Zacarias tem agora a oportunidade de demonstrar sua fé, ao confirmar o belo nome deste menino (João significa favor de Jeová). Imediatamente lhe é devolvida a fala e suas primeiras palavras são para louvar e bendizer a Deus.Cheio do Espírito Santo, ele louva a Deus pela grande libertação que Ele empreenderá a favor de Seu povo. E nós que somos cristãos podemos fazer subir ainda mais alto o nosso canto! Através da vinda de Cristo e de Sua obra na cruz, Deus nos tem livrado, não de nossos inimigos terrenos, mas do poder de Satanás. Sendo assim libertos, não é onosso privilégio servir ao Senhor "sem temor, em santidade e justiça perante ele, todos os nossos dias" (vv. 74-75)?

Zacarias ainda fala da visita do "sol nascente das alturas". Desde osdias de Ezequiel, a glória tinha se afastado; mas eis que - mistériodigno de admiração - esta glória divina volta para visitar um povo impotente e necessitado (v. 79); porém, desta vez, não é sob o aspecto de uma nuvem esplendorosa, mas sim sob a condição de uma humilde criancinha.

Lição 58

Lucas 1.39-56
39 Naqueles dias, dispondo-se Maria, foi apressadamente à região montanhosa, a uma cidade de Judá,
40 entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel.
41 Ouvindo esta a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre; então, Isabel ficou possuída do Espírito Santo.
42 E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e benditoo fruto do teu ventre!
43 E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor?
44 Pois, logo que me chegou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criança estremeceu de alegria dentro de mim.
45 Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras quelhe foram ditas da parte do Senhor.
46 Então, disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,
47 e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador,
48 porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora,todas as gerações me considerarão bem-aventurada,
49 porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome.
50 A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem.
51 Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração,alimentavam pensamentos soberbos.
52 Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes.
53 Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.
54 Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia
55 a favor de Abraão e de sua descendência, para sempre, como prometera aos nossos pais.
56 Maria permaneceu cerca de três meses com Isabel e voltou para casa.

Desejosa de compartilhar a maravilhosa mensagem com Isabel, aquelaacerca de quem o anjo lhe acaba de falar, Maria vai a casa desta suaparente. Que conversação deve ter havido entre estas duas mulheres! Éuma ilustração de Malaquias 3:16: "Então os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros..." O que as ocupa é a glória de Deus, ocumprimento de Suas promessas, as bênçãos oferecidas à fé. Temos tais temas de conversação quando nos encontramos com outros filhos de Deus?

"Bem-aventurada a que creu..." exclama Isabel, e Maria responde: "O meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador..." (v. 47). Isso é o suficiente para demonstrar que Maria não foi salva de outra maneira que pela fé. Sendo uma pecadora, tinha necessidade, como todos os homens, do Salvador que ia nascer dela. Ela acrescenta: "Porquecontemplou na humildade da sua serva" (v. 48). Apesar da excepcional honra que Deus lhe concede, Maria permanece diante d'Ele na posiçãoque compete a ela: a de humildade. O que ela pensaria, então, da idolatria da qual se tornou objeto, na cristandade de hoje em dia?

Observemos a semelhança que há do lindo canto de Maria com o de Anaem 1 Samuel 2:1-10. Ambas falam de como Deus "exaltou os humildes...e despediu vazios os ricos". Deus despede vazios somente os que estão cheios de si mesmos.

jueves, 6 de julio de 2006

Lição Bíblica 57

Lucas 1.18-38
18 Então, perguntou Zacarias ao anjo: Como saberei isto? Pois eu souvelho, e minha mulher, avançada em dias.
19 Respondeu-lhe o anjo: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus,e fui enviado para falar-te e trazer-te estas boas-novas.
20 Todavia, ficarás mudo e não poderás falar até ao dia em que estascoisas venham a realizar-se; porquanto não acreditaste nas minhaspalavras, as quais, a seu tempo, se cumprirão.
21 O povo estava esperando a Zacarias e admirava-se de que tanto sedemorasse no santuário.
22 Mas, saindo ele, não lhes podia falar; então, entenderam quetivera uma visão no santuário. E expressava-se por acenos epermanecia mudo.
23 Sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou paracasa.
24 Passados esses dias, Isabel, sua mulher, concebeu e ocultou-sepor cinco meses, dizendo:
25 Assim me fez o Senhor, contemplando-me, para anular o meuopróbrio perante os homens.
26 No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, parauma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27 a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nomeera José; a virgem chamava-se Maria.
28 E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, muitofavorecida! O Senhor é contigo.
29 Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se apensar no que significaria esta saudação.
30 Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graçadiante de Deus.
31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelonome de Jesus.
32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, oSenhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai;
33 ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado nãoterá fim.
34 Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenhorelação com homem algum?
35 Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e opoder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também oente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.
36 E Isabel, tua parenta, igualmente concebeu um filho na suavelhice, sendo este já o sexto mês para aquela que diziam serestéril.
37 Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suaspromessas.
38 Então, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra emmim conforme a tua palavra. E o anjo se ausentou dela.

Quando Zacarias se defrontou com "estas boas novas" (v. 19), seucoração não creu nelas. E, contudo, não eram a resposta a suasorações (v. 13)? Desgraçadamente acontece o mesmo conosco, pois nãoesperamos do Senhor a resposta de nossas orações. Em resposta àpergunta "Como saberei isto?", o mensageiro celeste revela o seupróprio nome: Gabriel, que significa Deus é poderoso. Sim, sua palavra se cumprirá apesar das dúvidas com que foi recebida.Zacarias fica mudo até o nascimento da criança, enquanto sua esposa Isabel, objeto da graça divina, se oculta modestamente a fim de não chamar a atenção.Depois o anjo Gabriel é incumbido de uma missão mais extraordinária ainda: a de anunciar a Maria, a virgem de Israel, que será mãe do Salvador. Que maravilhoso acontecimento, quão infinitas suasconseqüências! Podemos entender a confusão e a emoção que se apoderam desta jovem mulher. Mas, apesar da aparente impossibilidade que ela suscita, sua pergunta no versículo 34 não é semelhante à de Zacarias no versículo18, quando ele pede um sinal (o qual denota incredulidade). Maria crê e se submete inteiramente à vontade divina: "Aqui está a servado Senhor...". Não é esta a mesma resposta que espera de nós Aqueleque nos redimiu?

Lição Bíblica 57

Lucas 1.18-38
18 Então, perguntou Zacarias ao anjo: Como saberei isto? Pois eu souvelho, e minha mulher, avançada em dias.
19 Respondeu-lhe o anjo: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus,e fui enviado para falar-te e trazer-te estas boas-novas.
20 Todavia, ficarás mudo e não poderás falar até ao dia em que estascoisas venham a realizar-se; porquanto não acreditaste nas minhaspalavras, as quais, a seu tempo, se cumprirão.
21 O povo estava esperando a Zacarias e admirava-se de que tanto sedemorasse no santuário.
22 Mas, saindo ele, não lhes podia falar; então, entenderam quetivera uma visão no santuário. E expressava-se por acenos epermanecia mudo.
23 Sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou paracasa.
24 Passados esses dias, Isabel, sua mulher, concebeu e ocultou-sepor cinco meses, dizendo:
25 Assim me fez o Senhor, contemplando-me, para anular o meuopróbrio perante os homens.
26 No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, parauma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27 a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nomeera José; a virgem chamava-se Maria.
28 E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, muitofavorecida! O Senhor é contigo.
29 Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se apensar no que significaria esta saudação.
30 Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graçadiante de Deus.
31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelonome de Jesus.
32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, oSenhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai;
33 ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado nãoterá fim.
34 Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenhorelação com homem algum?
35 Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e opoder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também oente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.
36 E Isabel, tua parenta, igualmente concebeu um filho na suavelhice, sendo este já o sexto mês para aquela que diziam serestéril.
37 Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suaspromessas.
38 Então, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra emmim conforme a tua palavra. E o anjo se ausentou dela.

Quando Zacarias se defrontou com "estas boas novas" (v. 19), seucoração não creu nelas. E, contudo, não eram a resposta a suasorações (v. 13)? Desgraçadamente acontece o mesmo conosco, pois nãoesperamos do Senhor a resposta de nossas orações. Em resposta àpergunta "Como saberei isto?", o mensageiro celeste revela o seupróprio nome: Gabriel, que significa Deus é poderoso. Sim, sua palavra se cumprirá apesar das dúvidas com que foi recebida.Zacarias fica mudo até o nascimento da criança, enquanto sua esposa Isabel, objeto da graça divina, se oculta modestamente a fim de não chamar a atenção.Depois o anjo Gabriel é incumbido de uma missão mais extraordinária ainda: a de anunciar a Maria, a virgem de Israel, que será mãe do Salvador. Que maravilhoso acontecimento, quão infinitas suasconseqüências! Podemos entender a confusão e a emoção que se apoderam desta jovem mulher. Mas, apesar da aparente impossibilidade que ela suscita, sua pergunta no versículo 34 não é semelhante à de Zacarias no versículo18, quando ele pede um sinal (o qual denota incredulidade). Maria crê e se submete inteiramente à vontade divina: "Aqui está a servado Senhor...". Não é esta a mesma resposta que espera de nós Aqueleque nos redimiu?

miércoles, 5 de julio de 2006

Lição Bíblica 56

Lucas 1.1-17
1 Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram,
2 conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra,
3 igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo,uma exposição em ordem,
4 para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído.
5 Nos dias de Herodes, rei da Judéia, houve um sacerdote chamado Zacarias, do turno de Abias. Sua mulher era das filhas de Arão e se chamava Isabel.
6 Ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os preceitos e mandamentos do Senhor.
7 E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, sendo eles avançados em dias.
8 Ora, aconteceu que, exercendo ele diante de Deus o sacerdócio na ordem do seu turno, coube-lhe por sorte,
9 segundo o costume sacerdotal, entrar no santuário do Senhor para queimar o incenso;
10 e, durante esse tempo, toda a multidão do povo permanecia da parte de fora, orando.
11 E eis que lhe apareceu um anjo do Senhor, em pé, à direita do altar do incenso.
12 Vendo -o, Zacarias turbou-se, e apoderou-se dele o temor.
13 Disse-lhe, porém, o anjo: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida; e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João.
14 Em ti haverá prazer e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento.
15 Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno.
16 E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.
17 E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado.

Dentre os Evangelhos, este é o que, por assim dizer, nos aproxima mais do Senhor Jesus, pois no-LO apresenta especialmente em Sua perfeita humanidade. Deus escolheu a Lucas, o médico amado e fiel companheiro de Paulo (Colossenses 4:14; 2 Timóteo 4:11), para nos fazer esta revelação. Ela é apresentada sob a forma de uma narração dirigida a um certo Teófilo (o qual significa "o que ama a Deus"). O tema leva o evangelista a descrever, com certo esmero, como Jesus assumiu a forma de homem e entrou no mundo. Ele bem poderia ter vindo ao mundo na idade adulta; porém, Lhe aprouve viver inteiramente nossa história desde o nascimento até a morte, para glorificar Deus, como de fato o fez.A narração começa apresentando-nos Zacarias, um piedoso sacerdote,cumprindo o seu serviço no templo. Enquanto ele ministrava nesse lugar solene deu-se conta, repentinamente e com temor, de que não estava só. Um anjo estava ao lado do altar do incenso, portador de uma mensagem divina: um filho será dado a Zacarias e Isabel, sua mulher. Separado para Deus desde o seu nascimento, será um grande profeta, incumbido de preparar Israel para a vinda de Seu Messias,acerca do Qual mais tarde afirmou que "se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir" (Mateus 11:14; Compare v. 17 com Malaquías 4:5-6).

martes, 4 de julio de 2006

Lição Bíblica 55

Marcos 16.9-20
9 Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana,apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios.
10 E, partindo ela, foi anunciá-lo àqueles que, tendo sido companheiros de Jesus, se achavam tristes e choravam.
11 Estes, ouvindo que ele vivia e que fora visto por ela, não acreditaram.
12 Depois disto, manifestou-se em outra forma a dois deles que estavam de caminho para o campo.
13 E, indo, eles o anunciaram aos demais, mas também a estes dois eles não deram crédito.
14 Finalmente, apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado.
15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.
16 Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.
17 Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome,expelirão demônios; falarão novas línguas;
18 pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.
19 De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus.
20 E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam.
A declaração de Pedro no começo do livro de Atos é um excelente resumo do Evangelho segundo Marcos. O apóstolo recorda "todo o tempo que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós (ações características de serviço), começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas" (Atos 1:21-22). A primeira cena no Evangelho de Marcos foi quando o céu se abriu sobre o Senhor Jesus no rio Jordão e a última é quando o mesmo céu se abre para recebê-LO. Entre as duas cenas, está a Sua vida de serviço e dedicação.Aprovado por Deus em Sua vida e em Sua morte, ocupa daqui em diante à destra da Majestade nas alturas, o lugar de glória que Lhe corresponde. A Sua obra está consumada. Agora cabe aos discípulos realizar a obra deles, seguindo tanto as instruções dos versículos 15 a 18 como o grande Exemplo que tiveram diante de seus olhos.Porém, eles não são abandonados a fazê-lo por conta própria. O Senhor é visto nas alturas como Aquele que dirige a obra dos Seus. O serviço é um privilégio eterno que Ele empreende com amor. Servo para sempre (vide Êxodo 21:6; Deuteronômio 15:17 e Lucas 12:37), Ele coopera com os Seus discípulos e os acompanha com Seu poder (v. 20;Atos 14:3 e Hebreus 2:4). Nós, cristãos, somos convocados a seguir as Suas pegadas e a testemunhar desse mesmo Evangelho (v. 15); poderemos também contar com os mesmos cuidados de Seu amor se tivermos em nosso coração o desejo de servi-LO enquanto esperamos por Sua volta.

domingo, 2 de julio de 2006

Lição Bíblica 54

Marcos 15.42-47
42 Ao cair da tarde, por ser o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado,
43 vindo José de Arimatéia, ilustre membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, dirigiu-se resolutamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus.
44 Mas Pilatos admirou-se de que ele já tivesse morrido. E, tendo chamado o centurião, perguntou-lhe se havia muito que morrera.
45 Após certificar-se, pela informação do comandante, cedeu o corpo a José.
46 Este, baixando o corpo da cruz, envolveu -o em um lençol quecomprara e o depositou em um túmulo que tinha sido aberto numarocha; e rolou uma pedra para a entrada do túmulo.
47 Ora, Maria Madalena e Maria, mãe de José, observaram onde ele foiposto.

Marcos 16.1-8
1 Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé,compraram aromas para irem embalsamá-lo.
2 E, muito cedo, no primeiro dia da semana, ao despontar do sol,foram ao túmulo.
3 Diziam umas às outras: Quem nos removerá a pedra da entrada dotúmulo?
4 E, olhando, viram que a pedra já estava removida; pois era muitogrande.
5 Entrando no túmulo, viram um jovem assentado ao lado direito,vestido de branco, e ficaram surpreendidas e atemorizadas.
6 Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, oNazareno, que foi crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui;vede o lugar onde o tinham posto.
7 Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante devós para a Galiléia; lá o vereis, como ele vos disse.
8 E, saindo elas, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas detemor e de assombro; e, de medo, nada disseram a ninguém.

Agora, passada a hora da cruz em que o Salvador ficou só, Deus secompraz em evidenciar a solicitude e a consideração de algumaspessoas devotas que honraram o Seu Filho. Em primeiro lugar é Joséde Arimatéia, quem pede a Pilatos o corpo do Senhor Jesus e seocupa, reverente, do Seu sepultamento. Depois vemos três mulheresindo apressadamente ao túmulo logo ao amanhecer do dia daressurreição. Elas eram daquelas que "o acompanhavam e serviam"antes de assistirem com grande tristeza à cena da cruz (15:40-41).Em seu desejo de realizar um último serviço Àquele que pensam terperdido, levam aromas especiais para embalsamar o corpo dEle. Porém,elas têm de aprender que esses preparativos são desnecessários, poisum anjo lhes anuncia a gloriosa nova: "Ele ressuscitou". Contudo,havia uma outra mulher que não se encontrava no túmulo: a que nocapítulo 14:3 havia ungido os pés do Senhor Jesus. Era por falta deafeição de sua parte? Não, ela havia dado prova do contrário - poissoube discernir o momento correto de derramar o seu perfume de nardopuro sobre o Senhor. Recordemos que a dedicação de nosso amor sempreé mais preciosa ao coração do Senhor quando acompanhada pelodiscernimento de Sua vontade e pela obediência a Sua Palavra.

jueves, 29 de junio de 2006

Lição Bíblica 53

Marcos 15.22-41
22 E levaram Jesus para o Gólgota, que quer dizer Lugar da Caveira.
23 Deram-lhe a beber vinho com mirra; ele, porém, não tomou.
24 Então, o crucificaram e repartiram entre si as vestes dele,lançando-lhes sorte, para ver o que levaria cada um.
25 Era a hora terceira quando o crucificaram.
26 E, por cima, estava, em epígrafe, a sua acusação: O REI DOS JUDEUS.
27 Com ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda.
28 E cumpriu-se a Escritura que diz: Com malfeitores foi contado .
29 Os que iam passando, blasfemavam dele, meneando a cabeça edizendo: Ah! Tu que destróis o santuário e, em três dias, o reedificas!
30 Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!
31 De igual modo, os principais sacerdotes com os escribas,escarnecendo, entre si diziam: Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se;
32 desça agora da cruz o Cristo, o rei de Israel, para que vejamos e creiamos. Também os que com ele foram crucificados o insultavam.
33 Chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona.
34 À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
35 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Vede, chama por Elias!
36 E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo -a na ponta de um caniço, deu-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo!
37 Mas Jesus, dando um grande brado, expirou.
38 E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo.
39 O centurião que estava em frente dele, vendo que assim expirara,disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus.
40 Estavam também ali algumas mulheres, observando de longe; entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé;
41 as quais, quando Jesus estava na Galiléia, o acompanhavam e serviam; e, além destas, muitas outras que haviam subido com ele para Jerusalém.
O homem realiza o mais infame crime de todos os tempos: Ele crucifica o Filho de Deus e não Lhe poupa nenhuma forma de sofrimento e humilhação. O Salvador está pendurado no madeiro amaldiçoado (Gálatas 3:13), e o Seu amor pelo Pai e pelos homens ali O mantém. O Senhor Jesus sendo "contado com os transgressores", como haviam profetizado as Escrituras (v. 28; Isaías 53:12), padecendo ainda todo tipo de insultos e provocações nesta cruz. O mundo O rejeita (e dessa maneira condena-se a si mesmo), mas agora também o céu se fecha para Ele, e isso fica expresso em Seu grito de indizível angústia: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"(v. 34; vide Amós 8:9-10). O céu está fechado para Ele a fim de que possa ser aberto para nós. Foi para conduzir "muitos filhos à glória" que o Autor de nossa salvação foi aperfeiçoado por meio de sofrimentos (Hebreus 2:10). Essa página da sagrada Escritura, sobre a qual a nossa fé repousa com adoração, constitui o incontestável documento que nos garante acesso à glória dos céus; e, como sinal de que esse acesso nos foi possibilitado, rasga-se o véu do santuário(v. 38) - que velava o lugar da habitação de Deus. O grito em alta voz do Salvador ao morrer é prova de que Ele mesmo deixou a Sua vida, voluntariamente, em plena posse de Sua força. É o último ato de obediência dAquele que havia vindo a Terra para servir, sofrer e morrer, entregando a Sua preciosa vida em resgate por muitos (10:45).

lunes, 26 de junio de 2006

Lição Bíblica 52

Marcos 15.1-21
1 Logo pela manhã, entraram em conselho os principais sacerdotes comos anciãos, os escribas e todo o Sinédrio; e, amarrando a Jesus,levaram-no e o entregaram a Pilatos.
2 Pilatos o interrogou: És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Tu o dizes.
3 Então, os principais sacerdotes o acusavam de muitas coisas.
4 Tornou Pilatos a interrogá-lo: Nada respondes? Vê quantas acusações te fazem!
5 Jesus, porém, não respondeu palavra, a ponto de Pilatos muito se admirar.
6 Ora, por ocasião da festa, era costume soltar ao povo um dos presos, qualquer que eles pedissem.
7 Havia um, chamado Barrabás, preso com amotinadores, os quais em umtumulto haviam cometido homicídio.
8 Vindo a multidão, começou a pedir que lhes fizesse como de costume.
9 E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que eu vos solte o rei dos judeus?
10 Pois ele bem percebia que por inveja os principais sacerdotes lho haviam entregado.
11 Mas estes incitaram a multidão no sentido de que lhes soltasse, de preferência, Barrabás.
12 Mas Pilatos lhes perguntou: Que farei, então, deste a quem chamais o rei dos judeus?
13 Eles, porém, clamavam: Crucifica -o!
14 Mas Pilatos lhes disse: Que mal fez ele? E eles gritavam cada vez mais: Crucifica -o!
15 Então, Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás; e, após mandar açoitar a Jesus, entregou -o para ser crucificado.
16 Então, os soldados o levaram para dentro do palácio, que é o pretório, e reuniram todo o destacamento.
17 Vestiram-no de púrpura e, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça.
18 E o saudavam, dizendo: Salve, rei dos judeus!
19 Davam-lhe na cabeça com um caniço, cuspiam nele e, pondo-se de joelhos, o adoravam.
20 Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe a púrpura e o vestiram com as suas próprias vestes. Então, conduziram Jesus para fora, com o fim de o crucificarem.
21 E obrigaram a Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz.

Como é característico da narrativa deste evangelho, até mesmo a obra de morte deve ser realizada "logo" (v. 1). Agitados pela aproximação da Páscoa e em sua pressa por acabar com este prisioneiro que lhes enche de temor, as autoridades do povo não perdem tempo. Conduzem oSenhor Jesus perante Pilatos, não sem antes amarrar aquelas mãos que haviam curado tantas enfermidades e nunca haviam feito senão o bem.Diante do governador romano, o Salvador novamente guardou silêncio,do qual os Salmos 38:1-15; 39:9 e Lamentações 3:28 revelam os maravilhosos motivos. A Sua oração neste momento é: "Pois em ti,Senhor, espero; tu me atenderás, Senhor Deus meu"; "porque tu fizeste isto".Pressionado pelos principais sacerdotes, todo o povo, em sua louca cegueira, reclama em coro a liberdade do assassino Barrabás e a crucificação de seu Rei. Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, liberta o criminoso e condena o Homem que sabe ser inocente. Veja até onde pode chegar o desejo de agradar aos homens!(João 19:12).Os cruéis soldados zombam dEle fingindo submeter-se Àquele que está em seu poder (porém Ele Se entregou voluntariamente). E o homem coroa o seu Criador com espinhos que a terra passou a produzir em conseqüência do pecado do homem (Gênesis 3:18).

martes, 20 de junio de 2006

Lição Bíblica 45

Marcos 14.1-16
1 Dali a dois dias, era a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos; e os principais sacerdotes e os escribas procuravam como o prenderiam, à traição, e o matariam.
2 Pois diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo.
3 Estando ele em Betânia, reclinado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher trazendo um vaso de alabastro com preciosíssimo perfume de nardo puro; e, quebrando o alabastro, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus.
4 Indignaram-se alguns entre si e diziam: Para que este desperdício de bálsamo?
5 Porque este perfume poderia ser vendido por mais de trezentos denários e dar-se aos pobres. E murmuravam contra ela.
6 Mas Jesus disse: Deixai -a; por que a molestais? Ela praticou boa ação para comigo.
7 Porque os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes.
8 Ela fez o que pôde: antecipou-se a ungir-me para a sepultura.
9 Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua.
10 E Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais sacerdotes, para lhes entregar Jesus.
11 Eles, ouvindo -o, alegraram-se e lhe prometeram dinheiro; nesse meio tempo, buscava ele uma boa ocasião para o entregar.
12 E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando se fazia o sacrifício do cordeiro pascal, disseram-lhe seus discípulos: Onde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a Páscoa?
13 Então, enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: Ide à cidade, e vos sairá ao encontro um homem trazendo um cântaro de água;
14 segui -o e dizei ao dono da casa onde ele entrar que o Mestre pergunta: Onde é o meu aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos?
15 E ele vos mostrará um espaçoso cenáculo mobilado e pronto; ali fazei os preparativos.
16 Saíram, pois, os discípulos, foram à cidade e, achando tudo como Jesus lhes tinha dito, prepararam a Páscoa.

À medida que a morte do Senhor vem se aproximando, tornam-se cada vez mais manifestos os sentimentos que há em cada coração. Há Ódio por parte das autoridades do povo que conspiram em Jerusalém. Há afeto na casa de Simão, o leproso, em Betânia, onde uma mulher, cujo nome não é revelado aqui, pratica uma "boa ação" para com Ele, o fruto de um amor concebido pela compreensão do que fazia. Esta é uma maravilhosa ilustração da adoração prestada pelos filhos de Deus! Eles reconhecem no Salvador desprezado pelo mundo Aquele que é digno de toda homenagem; expressam-Lhe pelo Espírito Santo e num sentimento de sua própria indignidade, esta adoração que é um perfume de inestimável valor para o Seu coração. Mas tais adoradores certamente estão expostos a críticas, até mesmo por parte de certos crentes que colocam as boas ações ou o serviço a favor das almas à frente de qualquer outra atividade cristã. Sem negligenciar essas coisas, não esqueçamos que o louvor é a mais importante das nossas obrigações para com o Senhor. Demo-nos por satisfeitos com a Sua aprovação ao exercermos com um espírito quebrantado (do qual o alabastro é um símbolo) o cumprimento desse santo serviço de adoração, o único que é exclusivo para Ele e para toda eternidade.
Os versículos 10 a 16 nos mostram as providências que os discípulos tomam para preparar a páscoa... e as de Judas para trair o seu Mestre.

Lição Bíblica 44

Marcos 13.14-37
14 Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes;
15 quem estiver em cima, no eirado, não desça nem entre para tirar da sua casa alguma coisa;
16 e o que estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa.
17 Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
18 Orai para que isso não suceda no inverno.
19 Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá.
20 Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias.
21 Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis;
22 pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos.
23 Estai vós de sobreaviso; tudo vos tenho predito.
24 Mas, naqueles dias, após a referida tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade,
25 as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados.
26 Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória.
27 E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu.
28 Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.
29 Assim, também vós: quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo, às portas.
30 Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.
31 Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.
32 Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai.
33 Estai de sobreaviso, vigiai e orai; porque não sabeis quando será o tempo.
34 É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie.
35 Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã;
36 para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo.
37 O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!

A Igreja não terá de passar pelas terríveis tribulações que o remanescente judeu irá experimentar (Apocalipse 3:10). Ao repousar sobre esta certeza, devemos, todavia, temer cair no sono espiritual, o qual é, realmente, um perigo enquanto vivemos na longa noite moral e de provas deste mundo. Pensemos no iminente retorno do Senhor e apropriemo-nos das sérias exortações deste capítulo. Uma curta parábola apresenta-nos o Senhor como o dono de uma casa que se ausentou do país depois de ter deixado os seus bens sob a responsabilidade de seus servos. Cada um recebe "a sua obrigação"... precisa e particular. E o Dono não faz qualquer restrição, nem mesmo quanto à diversidade das tarefas a serem feitas. Em algumas traduções desta passagem lemos "a cada um a sua obra"... sugerindo assim um número ilimitado de diferentes tarefas que o Senhor tem preparado para os Seus (conforme Romanos 12:6-8).
A breve instrução recebida pelo porteiro, ao qual foi ordenado vigiar (v. 34), é igualmente dirigida "a todos"... a saber, a você e a mim (v. 37). E (observem este detalhe) é com esta palavra "vigiai" que terminam os ensinamentos do Senhor Jesus no Evangelho de Marcos. Guardemos então esta palavra em nossos corações, como se conserva cuidadosamente a última recomendação de um ser amado que nos deixou, mas que voltará de novo.

lunes, 19 de junio de 2006

Lição Bíblica 43

Marcos 13.1-13
1 Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um de seus discípulos: Mestre! Que pedras, que construções!
2 Mas Jesus lhe disse: Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada.
3 No monte das Oliveiras, defronte do templo, achava-se Jesus assentado, quando Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular:
4 Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se.
5 Então, Jesus passou a dizer-lhes: Vede que ninguém vos engane.
6 Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e enganarão a muitos.
7 Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim.
8 Porque se levantará nação contra nação, e reino, contra reino. Haverá terremotos em vários lugares e também fomes. Estas coisas são o princípio das dores.
9 Estai vós de sobreaviso, porque vos entregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis açoitados, e vos farão comparecer à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho.
10 Mas é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações.
11 Quando, pois, vos levarem e vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.
12 Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão.
13 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.


Os discípulos estão impressionados pela grandeza e pela beleza exterior das construções do templo. Mas "o Senhor não vê como vê o homem" (1 Samuel 16:7; Isaías 11:3). Ele já tinha entrado neste templo e constatado a iniqüidade que tomava conta dele (11:11). Agora também olhava para adiante, para os acontecimentos que poucos anos depois de Sua rejeição trariam a ruína sobre a cidade culpada. A história nos ensina que, em 70 A.D., Jerusalém foi objeto de um terrível cerco e depois foi quase totalmente destruída pelo exército de Tito. Esse terrível castigo provou grandemente a fé dos crentes que eram tão apegados à cidade santa. Mas o Senhor Jesus os havia encorajado de antemão com as palavras que temos aqui (vv. 2,11,13). Quantos filhos de Deus, ao passar por perseguições, tiveram, por meio delas experiências maravilhosas! No momento de testemunhar, o Espírito Santo lhes dava o que eles tinham a dizer. Foi o que aconteceu com Pedro ao ser intimado a depor diante das autoridades, dos anciãos e dos escribas em Atos 4:8 e com Estêvão em Atos 7:55. Nós também podemos, de acordo com a nossa medida e segundo as nossas necessidades, experimentar esse poder do Espírito Santo quando O deixamos operar em nós.

martes, 13 de junio de 2006

Lição Bíblica 42

Marcos 10.35-52
35 Então, se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir.
36 E ele lhes perguntou: Que quereis que vos faça?
37 Responderam-lhe: Permite-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda.
38 Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado?
39 Disseram-lhe: Podemos. Tornou-lhes Jesus: Bebereis o cálice que eu bebo e recebereis o batismo com que eu sou batizado;
40 quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda, não me compete concedê-lo; porque é para aqueles a quem está preparado.
41 Ouvindo isto, indignaram-se os dez contra Tiago e João.
42 Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade.
43 Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva;
44 e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos.
45 Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
46 E foram para Jericó. Quando ele saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho
47 e, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!
48 E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele cada vez gritava mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim!
49 Parou Jesus e disse: Chamai -o. Chamaram, então, o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama.
50 Lançando de si a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus.
51 Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver.
52 Então, Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente tornou a ver e seguia a Jesus estrada fora.

Observemos a fé de Tiago e João. Eles sabiam que o seu Mestre era o Messias, o Herdeiro do reino e que eles teriam parte com Ele ali. Porém o pedido que eles fazem ao Senhor denuncia a ignorância e a vaidade de seus corações naturais. Cheio de graça, o Senhor reúne os Seus discípulos ao Seu redor e faz uso desta infeliz atitude dos dois irmãos para instruí-los (e isto serve também para nós). Não compreendiam que tinham diante de si o maior Exemplo de humildade? Aquele que tinha todos os direitos de ser servido quis voluntariamente fazer-Se servo para libertar a Sua criatura e pagar com a própria vida o resgate exigido pelo soberano Juiz. O maravilhoso versículo 45 poderia ser chamado de o versículo-chave do Evangelho, pois o resume muito bem.
O Espírito Santo nos mostra nesse capítulo três atitudes completamente distintas: o jovem rico que o Senhor convida a segui-LO, o qual Lhe dá as costas (vv. 21, 22); os discípulos, que também foram chamados, e que O seguem tomados de apreensões (v. 32) embora se vangloriando de sua renúncia (v. 28); e finalmente, este pobre cego, a quem o Senhor Jesus nada pede após curá-lo, mas que, sem dizer uma palavra e lançando de si a capa que podia detê-lo em sua marcha, segue-O "estrada fora" V. 52).

domingo, 11 de junio de 2006

Lição Bíblica 41

Marcos 10.23-34
23 Então, Jesus, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!
24 Os discípulos estranharam estas palavras; mas Jesus insistiu em dizer-lhes: Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus!
25 É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
26 Eles ficaram sobremodo maravilhados, dizendo entre si: Então, quem pode ser salvo?
27 Jesus, porém, fitando neles o olhar, disse: Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível.
28 Então, Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos.
29 Tornou Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho,
30 que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna.
31 Porém muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros.
32 Estavam de caminho, subindo para Jerusalém, e Jesus ia adiante dos seus discípulos. Estes se admiravam e o seguiam tomados de apreensões. E Jesus, tornando a levar à parte os doze, passou a revelar-lhes as coisas que lhe deviam sobrevir, dizendo:
33 Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e o entregarão aos gentios;
34 hão de escarnecê-lo, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo; mas, depois de três dias, ressuscitará.

No Antigo Testamento as bênçãos eram terrenas e as riquezas eram consideradas como uma prova do favor de Deus (vide Deuteronômio 8:18). Eis aqui o motivo do assombro dos discípulos. Eles acabavam de ver um homem próspero, aparentemente abençoado por Deus, amável, de conduta irrepreensível, disposto a fazer muitas coisas boas. E o Senhor o deixou partir. Que coisa! Se tais vantagens não davam acesso ao reino de Deis, quem então podia ser salvo? O Senhor Jesus lhes responde que a salvação realmente é algo impossível para o homem realizar. Só Deus pode salvar.
Note que o Senhor não condena aqui os ricos, mas "os que confiam nas riquezas". Ademais, seguir a Jesus implica inevitavelmente na renúncia de algumas coisas, o que para certas pessoas pode ser algo muito doloroso (v. 29). Mas se elas renunciam por amor ao Senhor e ao Evangelho, isto ao mesmo tempo será para elas uma fonte de incomparáveis alegrias, sendo que a primeira delas será a consciência da aprovação do Senhor. Sim, o penetrante olhar do Senhor (v. 21,23,27) lê os nossos corações para ver se a motivação pela qual agimos é boa - se há uma verdadeira resposta ao amor d'Aquele que tudo deixou por nós (vide Zacarias 7:5).
Neste capítulo encontramos várias características da carne: é atrativa (vv. 17-22); é presunçosa (v. 28); é temerosa (v. 32); e, finalmente, é egoísta (vv. 35-40).