jueves, 17 de marzo de 2005

Dança dos facões







Durante aproximadamente 2 séculos, os gaúchos se divertiam de uma forma bem característica, distinta de outras regiões do Brasil.

No início, tropeiros birivas abriam caminhos a facão dos pampas uruguaios passando pelas serras, até o centro do país, numa jornada épica digna de filmes de faroeste holywoodiano. No século XVI e XVII, essa atividade vital para a economia era também o gérmem da urbanização futura, e como ninguém agüenta só a lida dura, nos intervalos das tropeadas, nos pousos de tropas esses homens rústicos e desbravadores, encontravam sua forma de diversão peculiar. Pegavam utensílios temáticos do dia-dia, como facões, e varas de madeira, para ao som das violas solistas, e de rabecas rústicas, dançarem numa confraternização humana em proveito do bem-estar. Gostavam muito de imitar os animais que encontravam nas caminhadas, como a saracura, o aribú(urubu), etc... Nesse contexto estão situadas as primeiras danças genuinamente gaúchas que são as “Danças Birivas”, dançadas só por homens e que são quatro: Dança dos Facões, Chula, Chico do Porrete e O Fandango Sapateado.

A Dança dos facões, muito apresentada nos dias de hoje em churrascarias, sofreu um ataque fulminante das modernidades e da ênfase ao espetáculo, denotando grande deturpação na sua verdadeira e bela forma de dançar. Para inicio os dançantes usam facões da lida diária, sem enfeites desnecessários, as indumentárias são também rústicas e funcionais, como o chiripa saiote(primitivo), que é acompanhado por botas garrão de potro, o chiripá farroupilha, também conhecido como “Fraldão”, com chapéu de copa alta e apenas um lenço de seda, ou no pescoço ou na cabeça à moda corsário, e por fim pode ser usada a tradicional bombacha, com favos e de cores discretas, com lenço ao pescoço e chapéu de aba larga.

A Dança dos Facões é uma dança que expressa a hombridade e a amizade dos companheiros de lida, é dançada com espírito de união, sem violência nem tentativas de retirar “xispas” de batidas exageradas, mas sim formar uma simbiose cadenciada com as marcações valseadas da música característica.

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