lunes, 16 de marzo de 2009

DEGRADAÇÃO DOS IDEAIS FARRAPOS






O “bagualismo” da ignorância de certos setores das administrações culturais responsáveis pelo rumo do movimento tradicionalista, nos traz a uma salutar imersão num momento de necessária reflexão.

O movimento tradicionalista gaúcho, nasceu de um grupo de estudantes secundaristas, na ânsia ingênua e autêntica de recuperar algo que estava perdido naquela época, os valores tradicionais gauchescos, não nasceu em ambientes políticos ou intelectuais, regido por falcatruas e orçamentos grandiosos. Foi e é um movimento nitidamente popular, e lembro que a própria revolução farroupilha se fez através das guerrilhas dos peões campeiros e escravos, que conheciam muito bem as picadas e escaramuças que poderiam montar contra o poderio de império usurpador.

Se conseguíssemos transportar para hoje os verdadeiros ideais farrapos, ou estivessem entre nós , Bento Gonçalves, Antonio de Souza Netto..etc, certamente estaríamos em guerra, visto o descaso com a cultura simples e autêntica. Sito o caso do ano passado, onde a gloriosa chama crioula, símbolo máximo da semana farroupilha, era abandonada, sem ronda, na madrugada, e também sito que há muitos anos, o comércio tomou conta do nosso parque Eduardo Gomes, desvirtuando exageradamente o espírito tradicionalista. Os bailes nunca mais foram os mesmos, dançam quem quer e como querem, prendas vestidas de bombachas, regidas por normas de liberação da indumentária.

Mas como cultuar a verdadeira tradição, se durante o ano todo a bagunça é generalizada nos próprios galpões dos ctgs espalhados pela nossa cidade? Baile mesmo é difícil de se encontrar, o que vemos as sextas e sábados são os atraentes bailões do maxixe, dança por sinal dançada de forma mais respeitosa até pelos seus criadores nordestinos, e que pelo “gaúcho” esta sendo dançada com uma bagacerice extrapolante!

Isso tudo sem falar do dinheiro que o tradicionalismo esta movimentando, através de incentivos dos governos estaduais e municipais, direcionados ás entidades normativas, o povo esquece fácil, mas o mensalão correu solto várias vezes nessas “tetas” governamentais, ou todos nós seremos ingênuos de acreditar que aqueles milhares e milhares de reais, foram aplicados apenas nos desfiles e estruturas dos parques? Foi divulgado pela própria imprensa canoense a falta de acerto de contas sobre verbas destinadas, até hoje sem resposta. Enquanto isso, vários cursos projetos e livros necessitaram de apoio financeiro, e estão até hoje abandonados à própria sorte.

Esses são os ideais farrapos? Uso indevido do dinheiro público, preocupação de certas patronagens com churrascadas e bailantas maxixeiras, sob a cansativa e absurda desculpa que só os “tchês” dão dinheiro, sem falar também dos famosos concursos de mais prendada prenda e peão cultura, que cultura? Que prendada? Só o que sabem é decorar algumas linhas da história do estado e montar alguma boneca de pano para “apresentar” e ostentar as maravilhosas faixas e crachás, e durante o concurso se digladiarem pela desesperada motivação e vestirem esses adereços, muito comum são as brigas geradas entre famílias pelas “injustiças” cometidas com suas filhinhas por terem pego a faixa de 2ª prenda! É gauchada, entramos no século XXI, precisamos acordar e entender o que significa a palavra “tradição”, sem fechar os olhos pro moderno, sem ser “grosso”, mas nos propormos a honrar os valores reais ensinados através das gerações desde os tempos farrapos.

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